Importância da lactocultura no controle da mastite subclínica em cabras

  • Autor
  • Carlos Magno Bezerra de Azevedo Silva
  • Co-autores
  • Michele Flávia Souza Marques , Evandra da Silva JUSTINO , Daiane Gonçalves dos SANTOS , Fernando Nogueira DE SOUZA , Sarne DE VLIGHER , Guilherme Santana de MOURA , Rinaldo Aparecido MOTA
  • Resumo
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    A ocorrência de mastite em pequenos ruminantes, principalmente em caprinos, não deve ser subestimada, pois está presente na grande maioria dos rebanhos e acarreta perdas na produção, seja na qualidade do leite, seja no bem-estar animal, propriamente dito. Tão importante quanto saber os índices de mastite clínica e subclínica dentro de um rebanho, a correta identificação dos microrganismos associados aos casos nos fornece um melhor retrato das condições sanitárias da propriedade. Como os métodos diagnósticos para mastite usualmente utilizados na rotina dos rebanhos bovinos ainda possuem vieses no diagnóstico da mastite em caprinos, como por exemplo o CMT, a cultura microbiológica é uma ferramenta alternativa na tomada de decisão dentro destes sistemas produtivos. No presente estudo foi avaliado o uso da lactocultura como o principal meio diagnóstico de mastite em cabras leiteiras. Para tal, 40 cabras leiteiras (raças Saanen e Pardo Alpina) do Laboratório de caprinocultura e ovinocultura do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias, Campus III, UFPB, foram acompanhadas durante o período de lactação. O manejo de ordenha é realizado duas vezes ao dia de forma manual seguindo boas práticas de higiene. Após a higienização dos tetos com álcool 70%, foram colhidas amostras de leite (aproximadamente 15 mL) em tubos tipo falcon estéreis de cada metade da glândula mamária durante o manejo normal de ordenha. O leite foi semeado em meio ágar sangue (5% de sangue de carneiro), incubado a 37 ºC por 24 horas. As colônias predominantes foram submetidas a identificação através da técnica do MALDI-TOF na Ghent University – Bélgica. Das 40 cabras avaliadas, nenhuma apresentava sinal de mastite clínica. Das 80 metades mamárias testadas, apenas 14 (17,5%) foram positivas. Os isolados foram indicados como: 7 Staphylococcus aureus (8,75%), 6 Staphylococcus simulans (7,5%) e 1 Staphylococcus saprophyticus (1,25%). Em caprinos, o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus simulans são considerados patógenos maiores, pertencentes ao grupo causador das mastites do tipo contagiosa e para o controle deste tipo de mastite, é importante eliminar todos os fatores que podem estar permitindo ou favorecendo a transmissão de um animal para outro. Dentre as medidas tomadas, o estabelecimento de linha de ordenha baseada no resultado microbiológico, onde as cabras negativas devem entrar na sala de ordenha primeiro, seguidas das que forem positivas em uma glândula e por último as que forem positivas nas duas glândulas. Nos casos de mastite contagiosa, o ordenhador é peça fundamental no controle, por isso, estabelecemos a higienização de suas mãos entre a ordenha de uma cabra e outra, quebrando o ciclo de transmissão dos microrganismos. As cabras também foram separadas em lotes conforme o status microbiológico com a finalidade de evitar contaminação e transmissão por contato nas baias. Os princípios de higiene das instalações e durante a rotina de ordenha não devem ser deixados de lado, pois ainda tivemos um isolado de origem ambiental, o S. saprophyticus. Concluímos que o manejo de ordenha baseado na lactocultura é eficaz no controle da mastite subclínica em rebanho caprino leiteiro sendo ela capaz de melhor estabelecer estratégias eficazes de controle e prevenção das infecções.

     

  • Palavras-chave
  • Glândula mamária, ordenha, sanidade.
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