Intoxicação por nitratos e nitritos em bovinos causada por Pennisetum purpureum (capim elefante) na região de Teresina, Piauí

  • Autor
  • Raphael Bernardo da SILVA NETO
  • Co-autores
  • Ramiro de Araújo SOARES , Alcir Martins PEREIRA , Dayane Francisca Higino MIRANDA , Glads Iuby Almeida de MELO , Daniel Celestino de SOUSA , Letícia Nogueira Matias de Oliveira RUFINO , Taciana Galba da Silva TENÓRIO
  • Resumo
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    A intoxicação por nitratos ocorre em diversas forrageiras, que acumulam quantidades tóxicas deste componente. No rúmem as bactérias da microbiota normal reduzem estes compostos em nitritos que uma vez na corrente sanguínea transformam por meio de oxidação do íon ferro a hemoglobina em meta-hemoglobina iniciando um processo de anóxia celular causando a morte do animal em um intervalo de uma há dez horas. Chuvas após longos períodos secos e a fertilização do capim com adubos nitrogenados são fatores determinantes para o acúmulo de nitratos na forrageira. O objetivo deste trabalho é descrever um surto de intoxicação por nitratos e nitritos em bovinos no estado de Piauí, região Nordeste do Brasil. No mês de dezembro de 2017 foi solicitada a necropsia de quatro vacas que haviam sido encontradas mortas no setor de zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí. Os tratadores relataram que no final da tarde do dia anterior havia sido fornecido capim elefante, Pennisetum purpureum, triturado para o rebanho de 52 animais, este capim foi retirado de uma área que é utilizada como reserva para o período seco, no qual recebia os dejetos do setor de suinocultura para ser usada como reserva antes do início do período chuvoso. Além do volumoso foi ofertado concentrado protéico a base de milho e soja na quantidade de 10 kg para cada 100 kg de capim triturado, adicionados em comedouros com acesso livre para o rebanho não sendo observadas alterações no comportamento dos animais até o final da tarde. Na inspeção os animais apresentavam-se em decúbito lateral e já timpanizados, durante a necropsia foi observado que todos os animais possuíam mucosas oral, ocular, e vulvar congestas e levemente cianóticas com abdômen intensamente distendido e discreto prolapso retal. Á abertura da cavidade torácica notou-se tecido subcutâneo congesto na região cervical e durante a abertura da traqueia notou-se moderada quantidade de líquido espumoso com coloração avermelhada. Já no esôfago havia nítido limite entre a porção cranial, hiperêmica, e caudal, pálida. Sendo sugerida a causa da morte timpanismo secundário de pré-estomagos. Não havendo alterações significativas a nível histológico. O diagnóstico baseou-se na epidemiologia, lesões encontradas na necropsia, e análise da concentração de nitrato nas pastagens com a utilização do teste de difenilamina em amostras do capim. Este trabalho reforça a dificuldade de prevenir a ocorrência deste tipo de intoxicação, uma vez que, das quatro amostras de capim retiradas apenas duas foram reagentes, além da velocidade da progressão dos sinais, uma vez que os animais morreram durante a madrugada. Esses fatores dificultam a formação do diagnóstico, principalmente se a necropsia não for realizada rapidamente após a morte. O conhecimento desta intoxicação por parte dos veterinários da região é essencial para a prevenção da enfermidade bem como uma rápida intervenção terapêutica com o intuito de reduzir as eventuais perdas econômicas.

     

  • Palavras-chave
  • Bovinocultura, Capim elefante, Plantas Tóxicas.
  • Área Temática
  • Enfermidades Metabólicas, Tóxicas e da Produção
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