Introdução: O sulco rinal é um sulco cerebral filogeneticamente antigo que está localizado em uma região associada ao processamento das informações sensoriais referentes às vias olfatórias. No cérebro humano, o sulco rinal está localizado na face inferior do lobo temporal e apresenta variações na sua conformação, principalmente em relação à bifurcação, em sua porção anterior, e em relação à continuidade com o sulco colateral, posteriormente. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo identificar e descrever a anatomia superficial do sulco rinal em hemisférios cerebrais humanos provenientes de cadáveres fixados em formol do Laboratório de Anatomia Humana da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Método: A avaliação da morfologia superficial do sulco rinal foi realizada em 25 hemisférios cerebrais no período de agosto de 2020 a setembro de 2021. Inicialmente, foram realizadas as medidas dos comprimentos anteroposteriores de cada hemisfério cerebral, utilizando uma régua posicionada na face medial dos hemisférios. A medida foi do polo frontal ao polo occipital e nós chamamos de comprimento interpolar. O sulco rinal foi avaliado observando a face inferior do lobo temporal. Para medir superficialmente o sulco, um fio de lã foi posicionado na sua superfície, seguindo suas curvaturas de ponta a ponta. Depois essa linha foi esticada e medida com um paquímetro digital. Outros parâmetros foram também registrados, como o formato do sulco, presença e número de ramos saindo do sulco principal, se havia bifurcação e se ele era contínuo com outros sulcos do lobo temporal. O comprimento relativo de cada sulco rinal foi medido levando em consideração o comprimento do sulco e o comprimento interpolar de cada hemisfério individualmente. Para isso, o comprimento do sulco foi dividido pelo interpolar e multiplicado por 100 para expressão em porcentagem. Resultados: Nossas análises mostraram que o sulco rinal esteve presente em 100% dos hemisférios analisados. Seu tamanho médio foi de 27,40±1,36mm, o que correspondeu proporcionalmente a 18%±0,009% do comprimento interpolar (polos frontal-occipital) de cada hemisfério analisado. Verificamos que 56% dos sulcos são contínuos com o sulco colateral e que em 56% dos espécimes analisados o sulco rinal apresentou bifurcação anterior, mas não apresentou nenhuma outra ramificação. Não houve diferença significativa entre os hemisférios direitos e esquerdos. Conclusão: Sendo assim, as características analisadas aqui mostram que a bifurcação anterior do sulco rinal, comumente mostrada nos livros de anatomia, é de fato o padrão. No entanto, a sua continuidade com o sulco colateral, comum em nossas amostras, é pouco representada na literatura.
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