Introdução: Os pulmões são os maiores órgãos do tórax, ocupando a maior parte da cavidade torácica. O pulmão direito é geralmente um pouco maior que o esquerdo e ambos são divididos em lobos por fissuras. O pulmão direito possui duas fissuras principais (oblíqua e horizontal), enquanto o esquerdo tem uma (oblíqua). Essas fissuras se estendem da superfície costal até o hilo, onde ocorrem as conexões vasculares e brônquicas. No entanto, variações nas fissuras pulmonares são comuns, incluindo fissuras principais incompletas, ausentes e fissuras acessórias. Objetivo: O objetivo principal deste estudo é analisar e descrever as variações nas fissuras pulmonares em um contexto regional específico. Essa análise visa contribuir para o conhecimento de clínicos, cirurgiões e educadores em anatomia humana sobre as possíveis variações anatômicas que podem ser encontradas em procedimentos clínicos e cirúrgicos, bem como no ensino da anatomia respiratória. Método: O estudo de prevalência em questão foi conduzido no Laboratório de Anatomia Humana da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, localizado em Natal-RN, Brasil. Na pesquisa, foram utilizados pulmões de cadáveres adultos fixados em formalina, originalmente destinados à dissecação em cursos de graduação. Devido à separação prévia desses cadáveres, informações sobre gênero e idade não estavam disponíveis. O estudo seguiu estritamente diretrizes éticas e regulamentos legais nacionais e internacionais para pesquisa em cadáveres humanos, as margens posteriores de todos os pulmões foram medidas, servindo como referência do comprimento. As fissuras foram classificadas conforme o sistema de Craig e Walker de 1997, considerando quatro estágios de completude: grau I - fissura completa com lobos completamente separados; grau II - fenda visceral completa, mas fusão parenquimatosa na base da fissura; grau III - fenda visceral evidente em parte da fissura; grau IV - fusão completa dos lobos sem linha fissural evidente. Todas as fissuras foram analisadas e medidas. Para normalizar o comprimento de cada fissura em relação à margem posterior do pulmão (PML), as medições foram divididas pelo comprimento da PML e expressas em porcentagem. Os resultados foram apresentados em média ± erro padrão da média (SEM). A altura dos pulmões direito e esquerdo foi comparada utilizando o teste t de Student, conduzido com o auxílio do software Excel, com significância estatística estabelecida para valores de p ? 0,05. Resultados: Neste estudo, examinamos 132 pulmões (60 direitos e 72 esquerdos). A fissura oblíqua dos pulmões direitos teve média de 16,76cm, estava completa em 50%, incompleta em 46,66% e ausente em 3,34%. A fissura horizontal dos pulmões direitos teve média de 8,79cm, estava completa em 25%, incompleta em 53,33% e ausente em 21,67%. A fissura oblíqua dos pulmões esquerdos teve média de 17,92cm, estava completa em 54,17%, incompleta em 43,06% e ausente em 2,77%. A incidência de fissuras acessórias foi de 11,66% nos pulmões direitos e 15,28% nos pulmões esquerdos. Conclusão: Este estudo revela que apenas 36,36% dos pulmões examinados correspondiam à descrição encontrada nos livros de anatomia. Estudos que se concentram em regiões específicas são de grande importância, pois destacam características locais.
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