Introdução: O inseticida pyriproxyfen é recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para o controle químico do mosquito Aedes aegypti que se apresenta adaptado ao ambiente urbano. Sendo utilizado na forma de aspersão o pó nos reservatórios de água potável à 0,01g/L; promovendo desconhecidos danos químicos cumulativos em gônadas de peixes. As alterações histopatológicas permitem avaliações de danos ao nível celular dentro do órgão e a mensuração desses efeitos celulares é a chave para o desenvolvimento de biomarcadores diagnósticos para uso em avaliação de impacto ambiental. Objetivo: Avaliar os efeitos do inseticida pyriproxyfen na morfologia gonadal de machos em desenvolvimento da tilápia (Oreochromis niloticus). Método: Este estudo experimental foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (protocolo n° 066/2017, Certificado nº 154.066/2017). Os experimentos foram realizados com trinta machos juvenis de tilápias que foram divididos em tanques de 375 litros nos grupos controle e pyriproxyfen (0,01 g/L), sendo avaliados em três momentos (30, 60 e 90 dias). A cada 30 dias, eram retirados cinco animais de cada grupo a fim de realizar a eutanásia e as análises morfológicas, morfométricas e imunohistoquímicas. As variáveis analisadas foram o índice gonadossomático (IGS); relação peso/comprimento; morfometria dos túbulos seminíferos (diâmetro e altura); dano tecidual; e análise imunohistoquímica para caspase-3, fator de necrose tumoral alfa (TNF-?) e fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Resultados: O pyriproxyfen lesionou o tecido do túbulo seminífero e o dano leve progrediu de acordo com o tempo de exposição. Além disso, o IGS reduziu gradualmente ao longo do tempo em comparação com o primeiro momento (30 dias). Não foi verificado interferência significativa da exposição das gônadas ao inseticida em relação ao desenvolvimento gonadal nas outras variáveis. Conclusão: O inseticida pyriproxyfen, embora tenha promovido danos, estes não foram considerados significativos. Assim a utilização desse larvicida é segura no combate a propagação do mosquito Aedes aegypti e seu escoamento não provoca danos quando em contato com espécies de peixes na concentração indicada em sua bula e colocada em caixas d’águas.
Descritores: Inseticida; Histologia; Reprodução.
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IV FONAPAM
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