Introdução: A anatomia é fundamental para os cursos de saúde, mas seu ensino tradicionalmente depende da visualização de estruturas, criando desafios para alunos com deficiência visual. Este relato descreve a abordagem inclusiva adotada para permitir que um estudante com deficiência visual tenha sucesso nas disciplinas de Anatomia. Objetivo: Analisar a eficácia do uso de macromodelos e peças plastinadas no ensino de anatomia para pessoas cegas. Relato de Caso: Esta pesquisa é relato de caso, a aluna em questão, matriculada no curso de Fonoaudiologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, apresentava deficiência visual desde a infância ocasionada por um quadro de febre reumática. Seu desejo de se tornar fonoaudióloga e a necessidade de compreender a anatomia para a sua formação, apesar do desafio da falta de visão, tornou-se o ponto de partida para a implementação de estratégias pedagógicas inclusivas. Conforme exigido pela Lei nº 9.394/96, a discente foi inserida nas aulas de Anatomia por meio da disponibilização de recursos táteis, como macromodelos, ou seja, representações anatômicas feitas de plástico em maiores dimensões, e peças plastinadas, sendo outra forma de apresentar as peças cadavéricas preservadas e endurecidas como se fossem plásticos. Esses materiais já estavam presentes nos laboratórios e foram selecionados por sua qualidade tátil e capacidade de transmitir informações anatômicas de maneira palpável. Vale ressaltar que isso não implicou na redução do conteúdo, mas sim na criação de alternativas eficazes de aprendizado. Considerações Finais: Devido às aulas de anatomia apresentarem um formato mais tátil e visual isso acaba implicando no ensino para pessoas cegas. No entanto, a escolha do macromodelo forneceu uma representação das estruturas anatômicas em escala ampliada, permitindo que ela explorasse detalhes que normalmente seriam visíveis. Por sua vez, as peças plastinadas ofereciam uma compreensão tridimensional das estruturas, possibilitando uma apreciação mais real da estrutura anatômica. Portanto, a estudante mostrou progresso acadêmico notável, destacando-se em suas notas. Esta experiência confirma a eficácia das estratégias inclusivas adotadas. Este relato ilustra que é possível oferecer educação acessível em anatomia para estudantes com deficiência visual. Esperamos que nossa abordagem inspire outras instituições a implementar práticas inclusivas, promovendo igualdade de oportunidades e acesso ao conhecimento para todos os alunos.
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