Introdução: O acrômio, uma estrutura anatômica fundamental na escápula, desempenha um papel crucial na biomecânica do ombro e foi classificado em três tipos distintos: Tipo I, Tipo II e Tipo III, respectivamente, acrômio plano, curvo e em forma de gancho. As alterações morfológicas do acrômio são frequentemente resultados do uso contínuo da articulação do ombro, tornando os indivíduos mais suscetíveis ao desenvolvimento de osteófitos acromiais. Observa-se que as características anatômicas do acrômio, incluindo processos curvos e em forma de gancho, podem influenciar no surgimento da dor subacromial, que ocorre devido à compressão e inflamação no tendão do músculo supraespinhal durante seu deslocamento pelo espaço subacromial. A dor subacromial é clinicamente relevante, resultando em limitações funcionais, dor e restrições na amplitude de movimento do ombro. Sendo assim, a morfologia do acrômio pode desempenhar um papel crucial na etiologia da dor subacromial. É, portanto, essencial investigar as características anatômicas e morfológicas do acrômio, bem como suas possíveis implicações no desenvolvimento dessa patologia. Objetivo: Analisar as características anatômicas do acrômio e seu relevante papel no desenvolvimento da dor subacromial. Método: O estudo se refere a uma revisão integrativa realizada por meio da análise de artigos disponíveis na base de dados PubMed e Journal of Morphological Sciences, com o idioma de leitura estabelecido como o inglês. Os artigos examinados foram publicados no período indexado de 2013 a 2023, selecionados conforme critérios de busca específicos. Como resultado, foram incluídos cinco artigos que abordam a temática proposta. Resultados: A morfologia acromial, em particular o tipo III, está fortemente correlacionada com um aumento no risco de dor subacromial e rupturas do manguito rotador. A presença de osteófitos acromiais, inclinação acentuada do acrômio, hipertrofia do processo acromial, idade e lateralidade do ombro são preditores morfológicos de lesões do manguito rotador e, consequentemente, no desenvolvimento da dor subacromial. Ressalta-se que a ressonância magnética pode ser uma ferramenta útil para avaliar a área de secção transversa do processo acromial. Conclusão: Destaca-se a importância da morfologia do acrômio na compreensão das patologias do ombro. De modo que o acrômio Tipo III é considerado um fator de risco significativo para lesões do manguito rotador e dor subacromial. A idade do paciente e a lateralidade do ombro também são considerações relevantes. Enfatiza-se ainda que alterações no acrômio, como osteófitos, podem desencadear patologias que afetam não apenas os idosos, mas também os indivíduos mais jovens. A análise detalhada da morfologia acromial é crucial para o diagnóstico precoce, prevenção e tratamento eficaz dessas condições, com implicações clínicas significativas.
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