AVALIAÇÃO DA BIOMETRIA CORPORAL E TESTICULAR DE CAMUNDONGOS BALB/C IMUNODEPRIMIDOS E INFECTADOS PELO VÍRUS ZIKA

  • Autor
  • Ana Cristina Falcão Esteves
  • Co-autores
  • Anderson Arnaldo da Silva , Fernanda Carolina Ribeiro Dias , Fábio André Brayner , Luiz Carlos Alves
  • Resumo
  • Introdução: O vírus Zika (ZIKV), identificado em 1947, a partir de amostras coletadas na floresta Zika, na Uganda, se espalhou rapidamente pela Europa, Ásia e, por fim, no continente americano. No Brasil o vírus foi responsável pelos casos de microcefalia em recém-nascidos nos anos de 2015 a 2017, além de outras sequelas, também de ordem neurológica, como neuropatias periféricas. Com o avançar dos estudos sobre a biologia do vírus, percebeu-se que o ZIKV possuía afinidade por outros tecidos, além do tecido nervoso. Dentre as estruturas com maior concentração viral estão as glândulas lacrimais, olhos, ovários, útero e testículos. No que diz respeito à transmissão viral, o entendimento da infecção testicular se mostra de grande importância visto que esta pode representar uma importante via de infecção para o vírus. Embora existam relatos de caso sobre a presença de partículas virais e de infecção ocorridas possivelmente através de relação sexual, estudos que investiguem os mecanismos de infecção celular e da evolução da infecção ainda são escassos. Objetivo: Avaliar a biometria corporal e testicular de camundongos infectados pelo vírus Zika. Método: Foram utilizados 24 camundongos machos adultos imunodeprimidos com dexametasona (50mg/kg), de linhagem Balb/C distribuídos em 4 grupos: controle 7 dias (C7), controle 14 dias(C14), infectado Zika 7 dias (I7) e infectado Zika 14 dias(I14). Concluído o tempo experimental, os animais foram pesados, anestesiados e eutanasiados, seguida pela coleta dos testículos. Estes foram fixados em picroformaldeído e posteriormente seccionados no plano transverso. Os fragmentos foram pesados e posteriormente dissecados para remoção da túnica albugínea. Na sequência o parênquima também foi pesado e seu valor subtraído do fragmento, resultando no peso da túnica. Para todas as etapas de pesagem, utilizou-se uma balança de precisão OHAUS pa214p (0,001g). Os valores foram submetidos ao teste de normalidade Shapiro-Wilk e posteriormente ao teste t student através do software Statistica 7 v.7,0. Os resultados foram descritos em formato média ± desvio padrão. Resultados: O peso corporal não apresentou alteração significativa nos tempos estudados (C7:25,18±3,24; I7:26,13±3,49; C14:28,65±2,36; I14:26,20±2,97). O peso testicular aumentou 60,44% em 7 dias (C7:0,09±0,02; I7:0,23±0,32), por consequência do aumento de 90% da túnica albugínea (C7:0,012±0,002; I7:0,016±0,002) e 55,26% do parênquima testicular (C7:0,076±0,017; I7:0,085±0,004). Com 14 dias de infecção o testículo não apresentou variação significativa, pois houve aumento de 49,55% do peso parenquimático (C14:0,056±0,012; I14:0,084±0,006), mas houve diminuição de 67,6% do peso da túnica albugínea (C14:0,035±0,010; I14:0,011±0,007). Conclusão: Mediante os dados obtidos nas análises, sugere-se que a infecção pelo vírus Zika causa o aumento testicular no início da fase aguda da infecção, através do aumento da túnica albugínea e do parênquima testicular. Estudos que avaliem o mecanismo deste aumento são necessários para entender se houve hiperplasia ou hipertrofia testicular, assim como se este resultado deriva de neoplasia ou de infiltrado inflamatório severo no ambiente intertubular.

     

  • Palavras-chave
  • Genitália masculina, Testículo, Epitélio seminífero
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Anatomia
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