Introdução: As Cardiopatias Congênitas (CCs) são as anomalias graves mais frequentes em recém-nascidos e geralmente demandam rápida intervenção cirúrgica. Dentre elas, a Transposição das Grandes Artérias (TGA) representa cerca de 3% das CCs cianóticas, e pode apresentar-se em sua forma simples ou associada a outras alterações da anatomia cardíaca. A TGA cursa com uma fisiopatologia que envolve circulação cruzada e oxigenação insuficiente dos tecidos. Mas, apesar de bem tolerada pelo feto, complicações cianóticas graves ocorrem logo após o nascimento. O tratamento cirúrgico atua na correção da anatomia cardíaca e restauração da circulação normal. Embora haja sucesso cirúrgico na sobrevida, a taxa de mortalidade pré-operatória ainda é significativa. Nesse contexto, visamos avaliar se a detecção precoce é uma ferramenta válida e eficaz na redução da morbidade, mortalidade e prevenção de outras complicações pós-natais em neonatos com TGA. Objetivo: Analisar os desfechos clínicos em casos de TGA por meio de métodos diagnóstico precoces e intervenções cirúrgicas. Método: O estudo consiste em uma revisão integrativa realizada por meio da análise de artigos disponíveis na base de dados PubMed e Science Direct, tendo o inglês e o português como os idiomas de leitura estabelecidos. Os artigos examinados foram publicados no período indexado de 2014 a 2023, sendo selecionados conforme critérios de busca específicos. Como resultado, foram incluídos seis artigos que abordam a temática proposta. Resultados: A detecção precoce de alterações anatômicas correspondentes a TGA possui forte correlação com uma redução significativa no risco de mortalidade e outras complicações em neonatos. Foi demonstrado que o diagnóstico prenatal encurtou os intervalos de tempo desde o nascimento até os cuidados neonatais e permitiu o acesso antecipado a um centro especializado de cirurgia. Formas de rastreio precoce por oximetria em neonatos também propiciam um atendimento corretivo imediato, antecipadamente à alta hospitalar. Desse modo, houve associação desses fatores a redução de óbitos neonatais e danos neurocognitivos ou de múltiplos órgãos nos casos pré-cirúrgicos de TGA. Conclusão: Evidencia-se o impacto positivo da detecção precoce de TGA na sobrevida de neonatos. A identificação antecipada da TGA é um fator importante que contribui para a sobrevivência da criança, evitando problemas logísticos ou atrasos, o que leva a redução de mortes desnecessárias. Deve-se ressaltar que os indicadores de morbidade estão mais presentes em neonatos sem diagnóstico prenatal. A análise demonstra a importância da implementação de bons programas de rastreio pré-natal ou pós natal imediato, uma vez que a detecção precoce é uma ferramenta eficaz e contribui para desfechos clínicos positivos de neonatos com TGA.
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