Introdução: A endometriose pode ser classificada em superficial, ovariana ou profunda (EP), esta última sendo definida histologicamente quando as lesões penetram 5mm ou mais o peritônio. Sua localização comumente é a retrocervical, seguida do canal vaginal. Durante muito tempo, a confirmação diagnóstica era realizada pela videolaparascopia, mas a partir da década de 90 o ultrassom transvaginal (USTV) e a ressonância magnética (RM) passaram a ser considerados mais adequados para esse fim. Objetivo: Discorrer sobre a USTV como meio diagnóstico da EP, descrevendo seus principais aspectos ultrassonográficos. Metodologia: Revisão narrativa da literatura na base de dados Pubmed, nas línguas portuguesa e inglesa, do ano 2009 ao ano 2019, usando os descritores endometriosis e ultrasonography. Foram resgatados 4 artigos. Resultados: Atualmente, o protocolo para pesquisa de endometriose pela ultrassonografia é realizado após preparo intestinal, inicialmente por via transabdominal, na qual são avaliados rins e ureteres (já que a EP pode ocasionar hidronefrose); diafragma direito e lobo direito hepático; fossas ilíacas direita e esquerda com transdutor linear e, por último, utilizando o transdutor endocavitário por via transvaginal, são avaliados uretra, vagina, útero, ovários, bexiga, região ureterovesical e compartimento pélvico posterior, que inclui septo retovaginal, parede vaginal, ligamentos uterosacrais, reto, junção reto-sigmoide e sigmoide. A EP, na ultrassonografia, se manifesta como imagem hipoecoica, geralmente de contornos mal delimitados, sem vascularização ao Doppler. Podem haver focos hemorrágicos, que caracterizam-se como pontos hiperecoicos, e áreas císticas, localizados nos espessamentos e nódulos. Os ligamentos uterosacros são considerados como normais se espessura até 3 mm, devendo-se suspeitar de infiltração por endometriose, quando encontra-se acima deste valor. Conclusão: A USTV tem extrema importância no diagnóstico e conduta da endometriose, principalmente na EP. Por ser um exame operador-dependente, há necessidade da realização correta do protocolo e da interpretação adequada dos aspectos ultrassonográficos da imagem.
Comissão Organizadora
Grupo AMIGO
Ana Paula Silva
Victor Lemos Tenório
José Antônio Morais Martins
Comissão Científica