INTRODUÇÃO: As desordens do espectro autista (DEA) consistem num grupo de condições do neurodesenvolvimento que causam déficits na comunicação e interação social e por padrões limitados ou estereotipados de comportamentos e interesses, que ocasionam disfunção. Recentemente, alguns estudos foram publicados sugerindo que sintomas das DEA estão relacionadas com exposição à Ultrassonografia (US) na gestação, em especial no primeiro trimestre. OBJETIVO: Verificar se há associação entre exposição à US na gestação e DEA. MÉTODOS: Revisão narrativa da literatura nas base de dados SciELO, PubMed e no site especializado da ISUOG. Para tal pesquisa, utilizou-se os descritores: Autism e Ultrasonography. Sendo resgatados 10 artigos na língua inglesa, dos últimos 9 anos. RESULTADOS: O aumento da prevalência do autismo chama a atenção para suas possíveis etiologias, embora esse aumento possa ser atribuído a mudanças dos critérios diagnósticos, conscientização e triagem. O uso da ultrassonografia no pré-natal também cresceu significativamente. Com novas tecnologias e diagnósticos, sua utilização no primeiro trimestre tornou-se comum. Alguns artigos vêm sendo publicados associando as DEA com a utilização de ultrassom na gravidez, o mais recente sugerindo que crianças com DEA foram expostas à exames ultrassonográficos com duração mais curta e menor energia, além de maior profundidade de penetração dos feixes durante a vida fetal em comparação com crianças saudáveis. No entanto, tais estudos, apresentaram várias e relevantes limitações metodológicas, além de resultados inconclusivos. Os principais fatores de segurança conhecidos na US gestacional são o índice térmico e a duração do exame, os quais quando respeitados, garantem que o exame pode ser realizado de forma segura durante a gestação. CONCLUSÕES: Não há nenhuma associação cientificamente comprovada entre a exposição de ultrassom no primeiro ou segundo trimestres e DEA, ou sua gravidade. US pode ser realizada com segurança durante a gravidez por médicos treinados e credenciados, quando clinicamente indicada.
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