Em nossos estudos no curso de Licenciatura em Pedagogia desenvolvemos um trabalho de pesquisa e extensão que culminou na análise de uma intervenção pedagógica. A pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Educação Infantil Júlia Amélia Cruz, no município de Angicos/RN. Na fase exploratória da pesquisa, identificamos mediante os relatos feitos pelos gestores e professores, a ausência da maioria das famílias na escola, como também de sua colaboração no acompanhamento da aprendizagem das crianças. Considerando esse contexto, assumimos como objetivo de nosso estudo: investigar modos de fortalecimento da relação entre família e escola na educação infantil. Desse modo, tendo como finalidade o desenvolvimento de estratégias de aproximação da família na escola, nos propomos a analisar como os pais, as crianças e os(as) professores(as) podem estar envolvidos em ações educativas que promovem integração e parcerias tendo em vista o melhor desenvolvimento das crianças.
A tarefa de unir à família a escola não é tão fácil como pensamos, mas torna-se mais maleável quando eles sentem que suas experiências e vivências são valorizadas pelo projeto escolar. Tomando como base os estudos de Piaget (2007) a relação família-escola deve ter como ponto de partida a própria escola, visto que os pais têm pouco conhecimento sobre características de desenvolvimento cognitivo, psíquico e tão pouco, entendem como se dá a aprendizagem, por isso a dificuldade em participar da vida escolar dos filhos. Por isso, é importante conscientizar as famílias sobre sua importância na participação da educação escolar dos seus filhos.
Uma ligação estreita e continuada entre professores e os pais leva, pois a muita coisa que a uma formação contínua mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca, e frequentemente em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais o interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades [...] (PIAGET, 2007, p. 50).
Definições legais recentes reforçam a importância da função indissociável da educação infantil de educar e cuidar de crianças pequenas, sendo esta uma função diferenciada e complementar da educação familiar. Considerando as especificidades da criança pequena, não podemos pensar em uma educação institucional que não dialoga, respeite e considere suas experiências familiares. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil – DCNEI (BRASIL, 2009) orientam que sejam garantidos instrumentos, ações e estratégias de acompanhamento das famílias ao desenvolvimento e aprendizagem da criança na instituição educativa. E ainda, que sejam pensadas estratégias de transição da criança de casa para a instituição, respeitando seus ritmos, rotinas e práticas culturais.
Para realização de nosso trabalho, desenvolvemos uma pesquisa fundada na abordagem qualitativa e utilizamos como procedimento metodológico o planejamento de uma intervenção pedagógica no contexto pesquisado. O CMEI aonde desenvolvemos a pesquisa e intervenção, atende crianças de 2 a 5 anos e 11 meses, que estão divididas em turmas de creche e pré-escola. Realizamos nosso trabalho no Pré I, composto por crianças de quatro anos de idade. Fizemos um levantamento de momentos nos quais os pais participam e/ou acompanham as atividades das crianças. E, planejamos nossa intervenção pedagógica, buscando integrá-los ao contexto escolar, por meio de atividades de contação de histórias, participação dos pais em palestras, vídeos de conscientização da participação da família na escola, jogos de afinidade, roda de conversa e oficinas de arte.
Organizamos então, quatro momentos. Inicialmente uma roda de conversa, na qual nos apresentamos e falamos sobre o intuito de estarmos ali, como também solicitamos que cada família das crianças se apresentasse. Fizemos uma pergunta norteadora: o que vocês esperam da escola? E com isso ouvimos atentamente as perspectivas e sonhos de cada pai e ou mãe. Em seguida exibimos e conversamos sobre um filme com o título: “Escolhas da vida”. Outro momento bem especial foi o jogo da afinidade, que tem como finalidade a interação entre pais e filhos com um conjunto de perguntas e respostas que são direcionadas aos familiares em relação às crianças. Queríamos saber o quanto eles se conheciam e a surpresa foi extrema. Eles conseguiram pouca afinidade nas respostas, o que nos comprovou que essas famílias têm pouquíssima interação no cotidiano de suas crianças.
Após todas as perguntas respondidas, percebemos que muitas vezes não param para conhecer seu filho e nem saber o que sentem. Ouvimos os pais e alguns nos relataram que devido a correria do dia, muitas vezes alguns momentos não são vividos com os filhos. Fizemos um momento no qual os pais desenharam sobre o que acham que as crianças fazem em casa e na escola e as crianças desenharam sobre atividades que gostam de fazer em casa e sobre o que fazem na escola. Concluímos esta etapa com cada família apresentando seu desenho e depois comentando sobre o que cada desenho representava. Finalizamos com uma ficha avaliativa respondida pelos pais.
Pudemos contar com a presença de mais de 60% das famílias, obtendo assim, resultados positivos da participação da família na escola, levando-nos a compreender tamanha importância deste trabalho, como também, o mesmo pode vir a ser trabalhado por toda a escola, desde que seja inserido em seu projeto pedagógico.
Referência
PIAGET, Jean. Para onde vai à educação? Rio de Janeiro: José Olímpio 2007.
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1. Objeto de estudo
2. Objetivo geral
3. Referencial teórico
4. Metodologia (explicitar fase de desenvolvimento da pesquisa)
5. Resultados
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Agência ou instituição financiadora (quando houver), em nota de rodapé;
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IV Seminário EI
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