RECONHECENDO OS DIREITOS DA CRIANÇA DO CAMPO: A SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA COMO POSSÍVEL CAMINHO TEÓRICO-METODOLÓGICO

  • Autor
  • Rayffi Gumercindo Pereira de Souza
  • Co-autores
  • Fernanda de Lourdes Almeida Leal
  • Resumo
  •  

     

    RECONHECENDO OS DIREITOS DA CRIANÇA DO CAMPO: A SOCIOLOGIA DA INFÂNCIA COMO POSSÍVEL CAMINHO TEÓRICO-METODOLÓGICO

     

    Rayffi Gumercindo Pereira de Souza

    rayffi.ufcg@gmail.com - PPGEd/ UFCG

    Profª Drª Fernanda Almeida de Lourdes Leal

    fernandalealufcg@gmail.com - PPGEd/ UFCG

     

    Objeto de estudo

    Este trabalho trata-se de um recorte de uma pesquisa mais ampla que se encontra em andamento, e que tem como objeto de estudo, analisar como a escola vê e vive as culturas infantis do campo. Para tal, a proposta é a de refletir sobre as culturas infantis no contexto da Educação do/no Campo, a partir da realidade de uma escola da zona rural do município de Campina Grande, na Paraíba, a qual oferta Educação Infantil. Nesse contexto, considera-se as práticas pedagógicas que perpassam as crianças do campo, no ambiente escolar.

    Nesse sentido, algumas questões norteiam esta investigação, mas nesse recorte, destaca-se apenas duas delas, quais sejam: Quais os direitos das crianças do campo no âmbito da Educação Infantil? A Sociologia da Infância é um possível caminho metodológico para a garantia de alguns dos direitos das crianças da Educação Infantil do campo?

    Objetivo geral

                O objetivo geral deste trabalho é apontar alguns dos marcos teóricos que foram instituídos em nosso país a partir de muita luta, nos âmbitos da Educação Infantil e da Educação do Campo, e que garantem diversos direitos às crianças do campo. Para tanto, considera-se algumas referências de teóricos que constituem os novos estudos da Sociologia da Infância, matriz teórico-metodológica que contempla a criança como um sujeito ativo social e culturalmente, mas, sobretudo, um sujeito de direitos.

    Referencial teórico

    Para pensar sobre os questionamentos anteriormente apresentados, este estudo baseia-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009), nas Diretrizes Operacionais para a Educação Básica no Campo (BRASIL, 2002), bem como nos estudos de Fernandes (2004), Sarmento (2007) e Corsaro (2011).

    Segundo as DCNEI (BRASIL, 2009), em seu Artigo 4o., a criança deve ser o

    centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

    Segundo o Artigo 8o., § 3o., as DCNEI (BRASIL, 2009),

    As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de agricultores familiares, [...], devem: I - reconhecer os modos próprios de vida no campo como fundamentais para a constituição da identidade das crianças moradoras em territórios rurais; II - ter vinculação inerente à realidade dessas populações, suas culturas, tradições e identidades, assim como a práticas ambientalmente sustentáveis; [...]; IV - valorizar e evidenciar os saberes e o papel dessas populações na produção de conhecimentos sobre o mundo e sobre o ambiente natural; V - prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características ambientais e socioculturais da comunidade

    O § único do Artigo 2o. das DOEBEC (BRASIL, 2002) define como se constitui a identidade da escola do campo:

    A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país.

    Essas legislações, alicerces para a pesquisa, esclarecem alguns dos direitos das crianças da Educação Infantil do campo. Isso faz olhar para as crianças do campo na relação que estas têm com as instituições educacionais, considerando a importância de essas crianças serem contempladas a partir de suas subjetividades e das especificidades do local onde vivem, pois, as experiências das crianças do campo as tornam sujeitos únicos, singulares (CORSARO, 2011; SARMENTO, 1997; 2007). Considera-se, portanto, os autores que fazem parte da Sociologia da Infância, uma vez que se entende ser essa uma perspectiva teórico-metodológica que contempla as crianças como sujeitos ativos. E que, no caso do campo, estão inseridas em uma comunidade viva, pois o espaço rural é vivo, diverso e educativo (FERNANDES, 2004), e desse modo, visualiza essa perspectiva teórica como um possível caminho de efetivação de alguns dos direitos das crianças que vivem no campo.

    Metodologia

                A pesquisa maior, a qual esse recorte está inserido, é de cunho qualitativo (BOGDAN & BIKLEN, 1994), com traços de etnografia, e com perfil exploratório (MOREIRA & CALEFFE, 2008). Para produção e coleta de dados, utiliza-se dos instrumentos: entrevistas semiestruturadas (Manzini, 1991), observação (ALVAREZ, 1991), notas de campo (BOGDAN E BIKLEN, 1991) e de vídeogravação como recurso do método microanálise de filmagens (LOIZOS, 2008); (CAMPOS, 2012). Para realização de análise dos dados, faz-se uso da técnica de análise de conteúdos (BARDIN, 2009, p. 11). Neste momento, a pesquisa encontra-se em andamento, ainda na fase de organização do referencial teórico, adequação da própria metodologia e escolha do lócus de pesquisa, em conjunto com a Secretaria de Educação do município de Campina Grande, Paraíba.

    Resultados

                Os resultados, ainda iniciais, estão no âmbito da experiência trazida nos textos dos autores da Sociologia da Infância e dos marcos teóricos, evidenciados no referencial teórico, que apontam para as especificidades das crianças do campo e de seus direitos. Nesse sentido, destaca-se a possibilidade de ter a Sociologia da Infância como um possível caminho teórico-metodológico que possibilite essa outra infância.

     

  • Palavras-chave
  • Educação Infantil; Direitos; Criança; Campo.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • GT 3: Educação Infantil do Campo
Voltar Download

A publicação de resumos expandidos no  evento observou as seguintes normas:

O resumo deve conter no máximo cinco mil caracteres (no Microsoft Word), sem espaços, incluindo títulos, autores e instituição à qual o trabalho está vinculado, exceto referências. Deverão constar no resumo expandido os seguintes elementos:

1. Objeto de estudo

2. Objetivo geral

3. Referencial teórico

4. Metodologia (explicitar fase de desenvolvimento da pesquisa)

5. Resultados

6. Referências

A formatação deve seguir as orientações abaixo indicadas:

  • Fonte Times New Roman, tamanho 12; citações em destaque e notas de rodapé, Espaçamento entre linhas: 1,0

  • Título do trabalho na mesa fonte e tamanho, em maiúsculas, negrito, com alinhamento centralizado;

  • Nomes completos do(s) autor(es), seguido e-mail e sigla do Programa/instituição a que está(ão) vinculado(s), na mesma letra e tamanho, sem negrito, com alinhamento à direita.

  • Subtítulos indicativo das seções alinhados à esquerda, com apenas a primeira inicial maiúscula, em negrito, alinhado à esquerda;

  • Alinhamento dos parágrafos justificado;

  • Agência ou instituição financiadora (quando houver), em nota de rodapé;

  • Página tamanho A4.

  • Margens superior e esquerda com 3,0 cm; inferior e direita 2,0 cm.

  • As referências bibliográficas e outros aspectos de organização científica do texto devem seguir, rigorosamente, as regras da ABNT.

  • GT 1: Currículo na Educação Infantil
  • GT 2: Culturas Infantis
  • GT 3: Educação Infantil do Campo
  • GT 4: Práticas Pedagógicas na Educação Infantil
  • GT 5: Infância e Educação Especial
  • GT 6: Corpo, Brinquedos e brincadeiras no cotidiano da Educação Infantil

Comissão Organizadora

IV Seminário EI

Comissão Científica

Rute P. A. de Araújo, Katia Patrício Benevides Campos, Fernanda de Lourdes Almeida Leal, Maria das Graças Oliveira, Niédja Maria Ferreira de Lima e José Luiz Ferreira

 

ivseminarioei@gmail.com