LEITURA LITERÁRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O PROFESSOR, SUA INTERVENÇÃO E A FORMAÇÃO LEITORA DAS CRIANÇAS

  • Autor
  • Wanessa Maciel Ferreira da Silva
  • Co-autores
  • Fabíola Cordeiro de Vasconcelos
  • Resumo
  • Introdução

    Na educação infantil, a leitura de literatura é crucial para favorecer a formação de crianças que gostem de ler e tenham uma relação prazerosa com essa prática, mas também para fomentar o início de sua constituição leitora.

    Portanto, ler para e com as crianças deve ocorrer cotidianamente nas instituições de educação infantil, pois nas ocasiões de leitura mediadas por um leitor mais experiente, abrem-se oportunidades de aprendizado e se garante o acesso significativo à língua e à literatura enquanto manifestação artística.

    Neste trabalho, cujo objeto de estudo é o texto literário infantil e a intervenção de um leitor mais experiente em sua leitura, pretendemos refletir sobre a leitura literária na educação infantil, apontando algumas possibilidades de abordagem da obra “Bem lá no alto”, de Susane Straber, publicada pela Companhia das Letrinhas.

    Referencial teórico

    Na educação infantil, as atividades proporcionadas às crianças devem ser múltiplas e organizadas no tempo, de forma a promover experiências variadas que favoreçam a criatividade, a experimentação, a imaginação, o desenvolvimento de várias linguagens e as interações sociais (BARBOSA e HORN, 2001).

    Cabe destacar, entre elas, as situações de leitura de livros de literatura infantil, pois as práticas de ouvir e contar histórias são fundamentais ao desenvolvimento, colaborando, entre outros aspectos, com a constituição de uma relação positiva com a leitura e a literatura (KAERCHER, 2001).

    A esse respeito, Silva e Chevbotar (2016) defendem a importância de, nos primeiros anos de vida, serem oferecidas às crianças situações que favoreçam o contato com os livros, inicialmente permitindo a sua exploração, manuseio e experimentação física, e mais tarde, num nível maior de complexidade, sua leitura e compreensão.

    Com base na ideia de que "a interação do sujeito com o mundo se dá pela mediação feita por outros sujeitos" (OLIVEIRA, 1995, p. 56), destaca-se a participação do adulto, a quem cabe promover o acesso das crianças ao gênero literário e, principalmente, auxiliá-las a perceber o texto, compreendendo-o. Assim, o modo como o adulto conduz a partilha da leitura, respondendo às reações e iniciativas da criança, é fator crucial na constituição desta como leitora capaz de compreender o que escuta/lê. Inegavelmente, crianças pequenas têm capacidade para interpretar o que está nos livros, mas, para isso, precisam ser auxiliadas por alguém que favoreça as interações com esse objeto, faça perguntas provocadoras, enfim, estimule a construção da compreensão.

    É no intuito de relevar a necessidade de, na educação infantil, acontecer uma condução da leitura do literário que respeite, instigue e valorize a participação da criança e, ao mesmo tempo, realce o livro literário como fonte de prazer, conhecimento e imaginação, que buscamos, neste trabalho, refletir sobre as ações do mediador na partilha da leitura de um livro literário com crianças da educação infantil.

    Metodologia

    A reflexão fundamenta-se em um estudo bibliográfico sobre o tema, subsidiado na leitura de referenciais que sobre ele se debruçam. Inclui a proposição de uma possibilidade de abordagem da leitura da obra “Bem lá no alto” junto a crianças da educação infantil, atrelando as características dessa abordagem ao indicado pelos autores e estudos que embasam a compreensão teórica do trabalho.

    “Bem lá no alto”: o livro literário e sua leitura na educação infantil

    O livro narra uma divertida aventura de alguns animais tentando alcançar e comer um delicioso bolo que está “Bem lá no alto” de uma casa, colocado no centro de uma janela. Com enredo simples, personagens animais, estrutura narrativa acumulativa, além de fartas e coloridas ilustrações, é uma obra adequada para ser compartilhada com crianças pequenas.

    Cabe ao professor, ao lê-la junto a elas, recorrer a gestos e diferentes entonações de voz que, além de produzir prazer e encantamento na relação com o livro, motivam o interesse pelo que é tratado. Nesse sentido, Silva e Chevbotar (2016) afirmam que o modo como se lê ou conta uma história contribui significativamente para que as crianças a compreendam. No livro em questão, a ênfase na oralidade é possibilitada também pela frequência das onomatopeias no texto, as quais devem ser enfatizadas pelo professor na leitura em voz alta.

    Chamar a atenção para os detalhes das imagens e para a chegada, a cada página, de novos personagens que vão se juntando à pilha de animais que tentam alcançar o bolo e também ressaltar a presença do pássaro que progressivamente aproxima-se da janela e tem uma participação significativa no narrado são iniciativas relevantes do mediador da leitura. Livros com ilustrações atrativas são indispensáveis na educação infantil, pois promovem o interesse, o desenvolvimento da linguagem e o uso, ainda que incipiente, de algumas estratégias leitoras.

    Além disso, favorecer a sua participação na leitura também é primordial. Possibilitar que imaginem o que vai acontecer na sequência, sugiram que outro bicho aparecerá para ajudar os demais a alcançar o bolo, elaborem e testem hipóteses, imaginem o que fariam se estivessem no lugar dos animais da história são ações importantes para favorecer o contato prazeroso com o livro e o entendimento de seu enredo.

    Por ser rica em possibilidades de leitura, “Bem lá no alto” é uma obra que requer uma intervenção efetiva do adulto para auxiliar a criança na compreensão do lido, o que pode se dar por meio de variadas estratégias, como proposto neste trabalho.

  • Palavras-chave
  • Texto literário infantil;“Bem lá no alto”;leitor mais experiente;constituição leitora;crianças
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • GT 4: Práticas Pedagógicas na Educação Infantil
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1. Objeto de estudo

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  • Subtítulos indicativo das seções alinhados à esquerda, com apenas a primeira inicial maiúscula, em negrito, alinhado à esquerda;

  • Alinhamento dos parágrafos justificado;

  • Agência ou instituição financiadora (quando houver), em nota de rodapé;

  • Página tamanho A4.

  • Margens superior e esquerda com 3,0 cm; inferior e direita 2,0 cm.

  • As referências bibliográficas e outros aspectos de organização científica do texto devem seguir, rigorosamente, as regras da ABNT.

  • GT 1: Currículo na Educação Infantil
  • GT 2: Culturas Infantis
  • GT 3: Educação Infantil do Campo
  • GT 4: Práticas Pedagógicas na Educação Infantil
  • GT 5: Infância e Educação Especial
  • GT 6: Corpo, Brinquedos e brincadeiras no cotidiano da Educação Infantil

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IV Seminário EI

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