A BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: SOBRE ESPAÇOS, MATERIAIS E INTERAÇÕES

  • Autor
  • Aisla Rayla da Silva Ferreira
  • Co-autores
  • Élida Paula da Silva Aquino , Renata Joyce Amâncio da Silva Cabral
  • Resumo
  •  

    A BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: SOBRE ESPAÇOS, MATERIAIS E INTERAÇÕES

     

    Aisla Rayla da Silva Ferreira, aislarayla97@gmail.com, UFERSA

    Élida Paula da Silva Aquino, paula.elida@gmail.com, UFERSA

    Renata Joyce Amâncio da Silva Cabral, renata_jcabral@hotmail.com, UFERSA

     

     

    No contexto de nossas experiências vivenciadas durante os estudos desenvolvidos nas disciplinas Práticas Pedagógicas Integrativas 2 e Educação Infantil no curso de Licenciatura em Pedagogia, fomos compreendendo a brincadeira como linguagem e atividade principal da criança. No entanto, no cotidiano do estágio realizado em uma Instituição pública de Educação Infantil fomos verificando como são ausentes os espaços, tempos, materiais e interações que possibilitam o brincar pelas crianças. Desse modo, assumimos como objetivo de estudo, investigar as experiências lúdicas e as possibilidades de espaços e materiais que promovam a brincadeira como eixo da prática pedagógica e atividade principal da criança pequena.

    Para a realização dessa pesquisa, consideramos os embasamentos legais e teóricos acerca da brincadeira na Educação Infantil. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil – DCNEI (BRASIL, 2009, p.4) definem que “as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da educação infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira”. Na Base Nacional Comum Curricular – BNCC o brincar se apresenta como direito de aprendizagem e desenvolvimento: Baseando-se na BNCC, traremos a obrigatoriedade do brincar no ensino-aprendizagem da criança, como um direito:

     

    "Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais." (BRASIL, 2017, p.36).

     

    Pautamo-nos também numa discussão epistemológica sobre jogo, brinquedo e brincadeira na educação Infantil. Para Kishimoto (2006, p.41) “utilizar o jogo na educação infantil significa transportar para o campo do ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora”. Dialogamos com a abordagem Vigotskiana (2007) que destaca o brinquedo como principal mediador na zona de desenvolvimento proximal da criança. Na brincadeira a criança assume papeis e se organiza por regras que seriam impossíveis para ela na realidade.

    Sendo assim, compreendemos que a brincadeira promove o desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo, ou seja, a integralidade da criança, respeitando as especificidades da infância.

    Considerando os princípios de uma abordagem qualitativa de pesquisa e a intervenção pedagógica como possibilidade de analisar nosso objeto de estudo em ação. Analisamos modos de brincar nas oficinas pedagógicas desenvolvidas como atividades das disciplinas em curso. Estas nos possibilitaram experimentar e compreender a brincadeira como atividade e linguagem principal da criança, por meio do planejamento e vivencia de experiências lúdicas no contexto da educação infantil, envolvendo jogos, brinquedos, brincadeiras, linguagens e imaginação.

    Como resultado de nossos estudos, organizamos uma sala de referência para educação infantil para exposição aos professores e crianças. Como espaço privilegiado e garantido na sala, apresentamos possibilidades para compor um cantinho do faz de conta. Disponibilizamos os brinquedos estruturados e não-estruturados e apresentamos a importância que a brincadeira, o jogo e o brinquedo tem nos processos de aprendizagem da criança e no seu desenvolvimento. Organizamos materiais para fomentar o faz de conta, onde a criança assume outros papeis sociais que ainda não são seus, como: o médico, o caixa de supermercado, o papai e a mamãe, a cozinheira, os heróis.

    Durante a exposição observamos que algumas crianças que visitaram a sala sentiam-se muito à vontade com os espaços, outras ficavam intimidadas por ser um lugar novo, desconhecido e com pessoas diferentes, mas depois que explicávamos a proposta da exposição e que elas teriam a oportunidade de conhecer cada canto da sala, as mesmas ficavam ansiosas para interagir com o espaço. Além disso, notamos que a maioria delas lembravam dos combinados feitos no início da sala, que era de compartilhar, respeitar o espaço do outro, organizar e limpar, e ao sair a sala estava organizado da mesma forma em que deixamos.

    Já nos professores e adultos percebemos que todos eles faziam uma comparação do seu tempo de educação infantil, sempre enfatizando que na sua época não era da mesma forma em que estávamos expondo ali, que a criança não tinha tanta autonomia, e que a brincadeira não era vista como uma forma de oportunizar aprendizagens.

    Assim, a criança desenvolve o pensamento, o cognitivo, a linguagem, a motricidade, além de estimular a participação em outras culturas e ao mesmo tempo, criar a sua própria cultura e a construção da sua identidade. A brincadeira na Educação Infantil, não é apenas uma forma de passa tempo ou uma atividade recreativa para a criança pequena, contribuindo para sua aprendizagem, pois a brincadeira é a linguagem primordial da criança.

     

    Palavras-chave: Educação Infantil, Brincadeira, Espaços, Interações.

     

    Referências

     

    BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Resolução CNE/SEB, 2009.

     

    BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. MEC, SEB. Brasília: CNE, 2017.

     

    KISHIMOTO, TizukoMorchida. (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. – 9. Ed, - São Paulo: Cortez, 2006.

     

    VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. – (Psicologia e pedagogia).

  • Palavras-chave
  • Educação Infantil, Brincadeira, Espaços, Interações.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • GT 6: Corpo, Brinquedos e brincadeiras no cotidiano da Educação Infantil
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  • GT 1: Currículo na Educação Infantil
  • GT 2: Culturas Infantis
  • GT 3: Educação Infantil do Campo
  • GT 4: Práticas Pedagógicas na Educação Infantil
  • GT 5: Infância e Educação Especial
  • GT 6: Corpo, Brinquedos e brincadeiras no cotidiano da Educação Infantil

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