ESPAÇOS E INTERAÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

  • Autor
  • Paulo Victor da Silva Almeida
  • Co-autores
  • Daniela Cristina Nunes Mendes , Luiza Hilda da Silva
  • Resumo
  •  

    Em nossos estudos desenvolvidos nas disciplinas de Educação Infantil e Práticas Pedagógicas Integrativas 2 do curso de Licenciatura em Pedagogia da UFERSA - Campus de Angicos, temos compreendido que as crianças - sujeitos singulares, complexos e concretos, vivem suas infâncias de modo diverso e contextualizado com as possibilidades de interações e práticas culturais as quais tem acesso. Para tanto, precisam de espaços educativos adequados, que se constituam como ambientes de aprendizagem e desenvolvimento, oportunizando interações com os outros e com os objetos.

                Em nossas experiências de estágio em turmas de educação infantil, fomos nos questionando sobre: como devem ser os espaços na Educação Infantil? De que forma se dá as interações nestes espaços e qual sua importância? O que os documentos oficiais da Educação Infantil e os estudiosos da área dizem sobre esses espaços e interações? Pois, fomos percebendo que há uma desinformação quanto ao funcionamento e direitos das crianças, vê-se também que alguns educadores e participantes desta Etapa ainda não estão em conformidade com o que se estabelece para a ela.

    Assumimos como objetivo nesse estudo: identificar modos de organização de espaços e materiais para uma sala de referência na educação infantil, analisando interações e aprendizagens que podem ser oportunizadas às crianças pequenas. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa fundada na abordagem qualitativa, com procedimentos de pesquisa bibliográfica e documental, bem como, realizamos uma intervenção pedagógica. Identificamos as proposições para organização de espaços e materiais na educação infantil, tanto nos documentos das políticas curriculares nacionais, como nas teorizações de estudiosos da área.  Após esses procedimentos foi desenvolvida uma exposição com o tema “Espaços e Interações”, apresentado na VI Semana de Ciência e Tecnologia, com o objetivo de expor aos professores e crianças visitantes como se estrutura uma sala de referência da educação infantil.

    Compreendemos a criança como sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas, constrói sua identidade pessoal e coletiva e se apropria de conhecimentos e práticas culturais (BRASIL,2009).  A educação infantil precisa se constituir, portanto, como tempo-espaço de interações e brincadeiras entre crianças e entre crianças e adultos. É preciso igualmente pensar nos espaços e materiais que organizam as rotinas e experiências das crianças na instituição educativa, de modo que oportunizem o desenvolvimento e a aprendizagem delas. Desta forma, devemos garantir práticas que compreendam o direito do brincar, imaginar e fantasiar possibilitando experiências significativas.

    Os espaços na Educação Infantil devem ser pensados, assim como as práticas pedagógicas, tendo a criança como centro, logo:

     

    Os ambientes para essas crianças precisam ser amplos, com mobiliários e objetos seguros e à altura delas, para que possam se apoiar, levantar, andar, subir, descer, virar, parar e recomeçar. A organização flexível do ambiente possibilitará que, mais tarde, possam dançar, jogar bola, pedalar, construir torres ou fazer garatujas no papel fixado no piso ou à parede. (MARANHÃO, 2010, p. 5)

     

    A organização dos espaços, tempos e materiais precisam garantir que a criança desenvolva-se integralmente, e garantir “os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos espaços internos e externos às salas de referência das turmas e à instituições [...]” (DCNEI, 2009, p. 3). O objetivo é, portanto, construir e organizar espaços os quais permitam que a criança:

     

    - expresse seu potencial, suas habilidades e sua curiosidade;

    - explore e pesquise sozinha e com outros, tanto com o grupo de crianças quanto como os adultos;

    - perceba-se como construtora de projetos, incluindo o projeto educacional geral desenvolvido na escola;

    - estabeleça sua identidade (também em termos de gênero), autonomia e autoconfiança;

    - trabalhe e comunique-se com os outros;

    - saiba que sua identidade e privacidade são respeitadas. (RINALDI, 2013, p.127).

     

    Considerando esse referencial teórico pudemos analisar as interações possíveis na organização de uma sala de referência da Educação Infantil, que compreendeu diversos cantos de aprendizagem como: cantinho da leitura, da arte, da pesquisa e do faz de conta, além de organização de materiais dispostos nas paredes para organização da rotina, como o calendário e/ou semanário, as fichas e listas de nomes da turma, o numerário e o alfabeto para as turmas de pré-escola. Dispomos também uma estante para os materiais pessoais identificados, um espaço para a rodas de conversa e um corredor sensorial.  Os espaços e materiais foram dispostos de forma articulada as experiências registradas na agenda, a partir da qual pudemos promover possibilidades de interações entre os sujeitos presentes - adultos e crianças.

    Os espaços foram organizados de modo que os visitantes pudessem interagir e conhecer. Pudemos observar diferentes possibilidades de interações e relações com os objetos disponíveis: livros, materiais de pintura, brinquedos estruturados e não estruturados, instrumentos musicais, dentre outros. Deste modo, os visitantes puderam criar e recriar a partir de suas vivências. Consideramos com esta experiência que a organização e planejamento de ambientes de aprendizagem na sala de referência não se limita a simples "disposição” dos objetos, é preciso criar possibilidades que desafiem e estimulem cada criança em sua singularidade, permitindo ricas e variadas interações sociais.

  • Palavras-chave
  • Educação Infantil, Espaços Pedagógicos, Rotina, Interações.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • GT 4: Práticas Pedagógicas na Educação Infantil
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  • Agência ou instituição financiadora (quando houver), em nota de rodapé;

  • Página tamanho A4.

  • Margens superior e esquerda com 3,0 cm; inferior e direita 2,0 cm.

  • As referências bibliográficas e outros aspectos de organização científica do texto devem seguir, rigorosamente, as regras da ABNT.

  • GT 1: Currículo na Educação Infantil
  • GT 2: Culturas Infantis
  • GT 3: Educação Infantil do Campo
  • GT 4: Práticas Pedagógicas na Educação Infantil
  • GT 5: Infância e Educação Especial
  • GT 6: Corpo, Brinquedos e brincadeiras no cotidiano da Educação Infantil

Comissão Organizadora

IV Seminário EI

Comissão Científica

Rute P. A. de Araújo, Katia Patrício Benevides Campos, Fernanda de Lourdes Almeida Leal, Maria das Graças Oliveira, Niédja Maria Ferreira de Lima e José Luiz Ferreira

 

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