Em nossos estudos no âmbito do grupo de pesquisa Educação da Infância, Cultura, Currículo e Linguagem estamos investigando acerca das relações entre as propostas pedagógicas - currículos oficiais (nacionais e locais) e as práticas pedagógicas desenvolvidas nas instituições educativas - o currículo em ação - que se materializa nas experiências educativas cotidianas e nos processos de aprendizagem dos educandos da educação infantil.
A educação infantil no Brasil tem alcançado nos últimos anos, avanços importantes no âmbito legal, a Constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes de Base - LDB (Lei 9394/96) que a definem como primeira etapa da educação básica. Esse estudo parte da problemática atual que indaga e contextualiza os processos de reeaboração e de implementação de políticas curriculares no âmbito das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil – DCNEI (BRASIL, 2009) e da Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017). Está proposto um currículo organizado por campos de experiências em contraposição ao currículo organizado por eixos ou áreas de conhecimento como vem sendo desenvolvido nas instituições educativas e nas propostas oficiais anteriores.
Definimos como objetivo investigar sentidos de crianças e professores acerca de currículo e experiências educativas em instituições de Educação Infantil da região do Sertão Central Potiguar. A pesquisa caracteriza-se como investigação qualitativa e tem como aportes teórico e metodológico a abordagem histórico-cultural (VIGOTSKI, 2000; 2005; 2007) e a análise dialógica do discurso (BAKHTIN, 1995; 2003). Utilizamos procedimentos da pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas com professoras e crianças da educação infantil e sessões de observação com recursos audiovisuais e registro em diário de campo. O campo da pesquisa é uma instituição pública da rede municipal de Angicos/RN e os sujeitos são as crianças de quatro turmas (duas de creche e duas de pré-escola) e suas professoras.
Temos como referência teórica as abordagens histórico-social e sociogenética de desenvolvimento humano (VIGOTSKI, 2005; 2007; WALLON, 2005), compreendendo que criança aprende e se desenvolve em sua integralidade, mediante a apropriação de práticas da cultura, em contextos de interação mediadas pelos outros e pela linguagem. Compreendemos que a Educação Infantil assume finalidades e objetivos essencialmente pedagógicos e que o currículo se constitui como conjunto de experiências vividas que articulam os saberes prévios das crianças e os conhecimentos socialmente elaborados.
O objetivo da educação infantil, do ponto de vista do conhecimento e da aprendizagem, é o de favorecer experiências que permitam às crianças a apropriação e a imersão em sua sociedade, através das práticas sociais de sua cultura, das linguagens que essa cultura produz, e produziu, para construir, expressar e comunicar significados e sentidos. (BARBOSA, 2009, pp.47-48).
Partimos do pressuposto que os sentidos tornados oficiais (DCNEI e BNCC) mediante processos históricos, em que se entrelaçam fatores sociais, econômicos, políticos, culturais, contribuem – ainda que não de modo linear e exclusivo – para a construção de sentidos pelos professores, sentidos estes que, por sua vez, constituem, em alguma medida, suas práticas junto às crianças. E os sentidos construídos pelas crianças acerca de suas experiências educativas podem ser indicadores do currículo em ação que se desenvolve no cotidiano das instituições de Educação Infantil.
Na análise dos dados construídos em nossas observações e nas vozes das crianças, identificamos que as crianças consideram as tarefas escolares estafantes e as diferenciam das brincadeiras que são significadas como práticas agradáveis, mas que não se constituem como momentos de aprendizado. Ou seja, constatamos que as experiências não trazem grandes desafios as crianças, nem despertam nelas a curiosidade para descobrir e vivenciar experiências que possam envolvê-las e as desenvolvam integralmente, oportunizando sua transformação enquanto pessoas.
Os resultados apontam para distanciamentos entre propostas oficiais e práticas desenvolvidas. No entanto, o desenvolvimento da pesquisa tem fomentado estudos acerca das especificidades da prática pedagógica e do currículo da educação infantil, por parte dos professores. Por meio da triangulação dos dados construídos (textos de documentos, professores e crianças), temos identificado que o currículo vivido e as experiências observadas nas práticas cotidianas, por vezes, se distanciam das concepções de criança, currículo e prática pedagógica que fundamentam a educação infantil como primeira etapa educativa com finalidade sócio politica e pedagógica de promover a aprendizagem e o desenvolvimento integral de crianças pequenas considerando suas singularidades e especificidades culturais e humanas.
A publicação de resumos expandidos no evento observou as seguintes normas:
O resumo deve conter no máximo cinco mil caracteres (no Microsoft Word), sem espaços, incluindo títulos, autores e instituição à qual o trabalho está vinculado, exceto referências. Deverão constar no resumo expandido os seguintes elementos:
1. Objeto de estudo
2. Objetivo geral
3. Referencial teórico
4. Metodologia (explicitar fase de desenvolvimento da pesquisa)
5. Resultados
6. Referências
A formatação deve seguir as orientações abaixo indicadas:
Fonte Times New Roman, tamanho 12; citações em destaque e notas de rodapé, Espaçamento entre linhas: 1,0
Título do trabalho na mesa fonte e tamanho, em maiúsculas, negrito, com alinhamento centralizado;
Nomes completos do(s) autor(es), seguido e-mail e sigla do Programa/instituição a que está(ão) vinculado(s), na mesma letra e tamanho, sem negrito, com alinhamento à direita.
Subtítulos indicativo das seções alinhados à esquerda, com apenas a primeira inicial maiúscula, em negrito, alinhado à esquerda;
Alinhamento dos parágrafos justificado;
Agência ou instituição financiadora (quando houver), em nota de rodapé;
Página tamanho A4.
Margens superior e esquerda com 3,0 cm; inferior e direita 2,0 cm.
As referências bibliográficas e outros aspectos de organização científica do texto devem seguir, rigorosamente, as regras da ABNT.
Comissão Organizadora
IV Seminário EI
Comissão Científica
Rute P. A. de Araújo, Katia Patrício Benevides Campos, Fernanda de Lourdes Almeida Leal, Maria das Graças Oliveira, Niédja Maria Ferreira de Lima e José Luiz Ferreira
ivseminarioei@gmail.com