INFÂNCIA DO E NO CAMPO: UM OLHAR PARA A CRIANÇA DO CAMPO
Wellyda Gonçalves Damasceno
Wellyda86@gmail.com – PPGEd/UFCG
Kátia Patrício Benevides Campos
katiapbcampos@gmail.com – PPGEd/UFCG
Objeto de estudo
É relevante vislumbrar os múltiplos contextos que a infância acontece, dentre elas, o campo. As infâncias do e no campo e o próprio campo são percebidos “nas múltiplas dimensões que compõem e significam suas existências materiais e simbólicas, num contexto caracterizado por imensa dinâmica socioambiental, de classe, econômica, política e cultural” (SILVA; SILVA; MARTINS, 2013, p.16).
Nessa perspectiva, o reconhecimento das diferentes infâncias presente em diferentes épocas e lugares nos permite direcionar o olhar para a pluralidade existente no campo, entendendo esse lugar como espaço de diversidade, identidade e cultura. Esse olhar nos mostra a existência de diversas formas de ser criança e viver o período da infância (PELOSO, 2015).
Objeto geral
O objetivo do trabalho é discutir e refletir sobre a infância do e no campo.
Referencial teórico
A partir do século XVIII, a criança passou a ser diferenciada do adulto, com necessidades e características próprias, recebendo uma educação diferenciada, que a preparasse para essa nova etapa da vida. A partir daí, passou a ser vista como um indivíduo que precisa de atenção especial e de todo cuidado. O adulto passou a idealizar a infância, a ver nela um elemento essencial sobre o qual era preciso desenvolver determinadas concepções e conceitos (AGUIAR et al., 20011).
Refletir sobre a criança ao longo da evolução da humanidade, como sujeito que faz parte da história e como produtor de história, só acontece quando a criança é vista como um ser histórico e social. Nesse sentido, compreender a criança nessa perspectiva é considerar o processo da infância como experiência humana, compreendendo como algo comum na história das pessoas e não apenas como algo momentâneo (PELOSO, 2015).
Os avanços na área dos estudos sobre a infância permitiram a ampliação sobre o olhar da criança, considerando diversas infâncias na qual acontecem simultaneamente em vários contextos geográficos. As infâncias e seus entornos ganharam destaque através desses estudos que, “além de expor e definir as concepções de infância, valorizam as experiências infantis, bem como empreendem denúncias e anúncios sobre as crianças e suas infâncias” (PELOSO, 2015, p. 62).
Vislumbrar a pluralidade de infância, nos permite olhar a criança do campo na qual “estão inseridas em uma geografia específica e em uma rede heterogênea, posto que inclusas e partícipes de um contexto que é universal e comum a todas as pessoas: o mundo” (PELOSO, 2015, p.76).
Compreendendo a criança do campo como um ser social e produtora de cultura, é possível compreender as infâncias do e no campo como um elemento importante para pensar os processos de socialização das pessoas e das diferentes formas de ser e estar no mundo. Principalmente, “constituem uma forma de sentir e ler o mundo, bem como de agir sobre ele e de estabelecer relações (PELOSO, 2015, p.76).
Silva e Pasuch (2010, p.1) salientam que “como todas as crianças, a criança do campo brinca, imagina e fantasia, sente o mundo por meio do corpo, constrói hipóteses e sentidos sobre sua vida, sobre seu lugar e sobre si mesma”. A criança do campo como um ser ativo na sociedade, “constrói sua identidade e autoestima na relação com o espaço em que vive, com sua cultura, com os adultos e as crianças de seu grupo” (Silva e Pasuch, 2010, p.1).
Nessa perspectiva, a infância do e no campo defende o papel da criança como sujeito de cultura, diversidade e identidade. Propõem que a criança do campo seja visibilizada como indivíduos que, “em relação com outros segmentos geracionais, compõe, é afetada e a afeta seu ambiente físico e social: é produto, mas também produtora das relações, espaços e tempos que configuram a paisagem do seu meio” (SILVA; SILVA; MARTINS, 2013, p.17).
Metodologia
O procedimento metodológico adotado no estudo se fundamenta na abordagem qualitativa. Utilizamos para a produção de dados, a pesquisa bibliográfica, fundamentando-se nas obras de Silva e Pasuch (2010), Peloso (2015), Silva, Silva e Martins (2013), dentre outros que possibilitaram o aprofundamento e a reflexão crítica da temática em questão.
Resultados
Falar de infâncias e não de infância, permite compreender a existência de diferentes olhares sobre variadas realidades que ela permeia. Nesse sentido, queremos ressaltar que a criança do campo deva ser reconhecida como um sujeito social, protagonista de suas ações, como produtora de cultura e experiência, que possui uma infância marcada por traços de diversidade, singularidade e produções culturais.
Compreender o campo como lugar de pluralidade, singularidade e identidade, possibilita o aparecimento de uma Infância do e no campo, que leve em consideração esse sujeito que imagina, cria, brinca, transforma, interagi com seus pares, um sujeito ativo na sociedade.
Referências
AGUIAR, Vera Teixeira de (coord.) et al. Era uma vez... na escola: formando educadores para formar leitores. Belo Horizonte; Formato Editorial, 2001. p. 15-34. (Série Educador em Formação).
KRAMER, S. Infância, cultura contemporânea e educação contra a barbárie. Ver.Teias, Rio de Janeiro, V.1, N. 2, p. 1-14, 2000.
PELOSO, F. C. Infâncias do e no campo: um retrato dos estudos pedagógicos nacionais. São Carlos: UFSCar, 2015.
SILVA, I. O. SILVA, A. P. MARTINS, A. A. Infâncias no e do campo: como as crianças vivem, bricam, estudam e compartilham experiências? . In: __________. Infâncias do campo. Belo horizonte: Autêntica Editora, 2013.
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IV Seminário EI
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