MEDIAÇÃO DE LEITURA LITERÁRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Amanda Paula Silva Cavalcante
amandacavalcantepos@gmail.com - PPGEd/UFCG
Gabrielle de Lima Sousa
gabrielle.lima87@gmail.com - PPGEd/UFCG
Objeto de estudo
Este estudo busca discutir a importância da mediação da leitura literária desde a Educação Infantil, destacando o papel do professor como mediador e a importância do uso consciente e sistematizado das estratégias de leitura, bem como estas contribuem no processo de formação leitora desde a mais tenra idade.
Objetivo geral
Discutir como a leitura literária na Educação Infantil e o uso consciente e sistematizado das estratégias de leitura, realizado pelo professor, contribuem no processo de formação leitora de crianças pequenas.
Referencial teórico
Segundo Farias (2005 p. 47), “a educação infantil, bem como o ensino elementar foram, ao longo da história, tratados em segundo plano”. A história da educação no Brasil, assim como a história do atendimento à criança pequena, apresentam problemáticas com relação às situações de abandono às quais foram deixadas.
A partir desse contexto, é perceptível o quanto ainda hoje é difícil valorizar e garantir o direito à educação, mais precisamente valorizar e garantir o direito à educação infantil, que embora desde a década de 80, vivencie processos de abertura política e aos poucos consiga conquistas na afirmação desse direito à criança, ainda ocorre de forma tímida.
Partindo desses pressupostos e na busca pela garantia de uma educação voltada para a emancipação do sujeito, uma educação humanizadora, como defende Paulo Freire, pensamos que embora a criança da educação infantil não leia convencionalmente, isto é, ainda que ela não decodifique o código escrito, o ato de ouvir e apreciar uma leitura, sendo capaz de discuti-la com propriedade, torna-a leitora.
Segundo De Pietre (2009), considerar o processo de leitura como uma relação entre leitor e texto implica reconhecer que diferentes aspectos cognitivos, ou estratégias, estão envolvidos nessa atividade. Segundo essa perspectiva, o leitor estabelece objetivos para sua leitura e, no decorrer dela, constrói estratégias para elaborar e testar suas hipóteses, fazendo a relação entre as informações contidas no texto e os conhecimentos prévios que possui.
Para desenvolver as estratégias metacognitivas de leitura, isto é, as estratégias conscientes que são realizadas durante a leitura e que autorregulam a compreensão, o professor deve promover uma discussão através do levantamento consciente de hipóteses sobre o texto e do uso de outras estratégias cognitivas.
O professor nesse processo deve ser o criador de andaimes, com os quais o pequeno leitor irá sustentando e reelaborando sua compreensão a partir do texto lido. O termo andaimagem foi introduzido, em princípio, pelo psicólogo norte-americano Jerome Bruner (1983), baseado nas tradições dos estudos do discurso de sala de aula, postulados por Cazden (1988), na teoria sociocultural de língua e aprendizagem desenvolvidas pelo psicólogo russo Lev S. Vygotsky e da sociolinguística interacional de John Gumperz, através das pistas de contextualização, isto é, sinais verbais ou não que, associados a elementos gramaticais ou lexicais, contribuem para a compreensão do texto lido. Segundo Bortoni-Ricardo, Machado e Castanheira (2010), o conceito de andaimagem é formulado com base nos pressupostos teóricos de Vygotsky, pois um bom ensino é aquele que se antecipa à aprendizagem e esta é condição essencial para o desenvolvimento do indivíduo.
Nesse sentido, o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), elaborado por Vygotsky, aponta para a distância entre o que o sujeito consegue realizar sozinho (nível de desenvolvimento real) e aquilo que ele realiza com o auxílio de um sujeito mais experiente (desenvolvimento potencial). O mediador, desse modo, deve conhecer a distância entre a zona de desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento potencial para que possa intervir no processo de aprendizagem adequadamente.
O professor deve ser, além de mediador, motivador, deve despertar na criança o gosto pela leitura através de práticas sociais bem planejadas e fundamentadas. Antes de ir à sala de aula, deve haver estudo e elaboração consciente das melhores formas de abordar a prática de leitura com os pequenos. Ensinar a ler também é uma das principais maneiras de ensinar a pensar. E saber ler e pensar são elementos essenciais na sociedade em que vivemos.
Metodologia
Neste estudo, foi adotada uma pesquisa bibliográfica com base em livros e artigos científicos que abordam o assunto e que irão nos ajudar a compreender a questão em análise. Segundo Gil (2002, p. 45), “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
Resultados
A leitura literária, mediada por um professor consciente de sua tarefa, contribui para que o leitor iniciante vá se apropriando de estratégias de leitura que ainda não domina. Para isso, é essencial que o mediador elabore boas perguntas, antes, durante e ao fim da leitura, fazendo com que o pequeno leitor evoque seus conhecimentos de mundo e possa, assim, construir o significado sobre o lido.
Desse modo, o professor ensina a criança a pensar sobre o lido e a buscar pistas no próprio texto que a façam compreender a história lida. Realizar momentos de leitura espontânea, nos quais a própria criança escolhe e lê a partir da leitura de imagens e do conhecimento que já tem sobre o texto escrito, é de grande valia, pois permite que a criança manuseie o livro e faça suas escolhas pessoais quanto à leitura. O reconto também é uma excelente estratégia, pois nesse caso o professor ampliará a capacidade de sumarização e síntese do pequeno leitor.
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1. Objeto de estudo
2. Objetivo geral
3. Referencial teórico
4. Metodologia (explicitar fase de desenvolvimento da pesquisa)
5. Resultados
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IV Seminário EI
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