Introdução: Sabe-se que, com o passar dos anos, a população idosa vem mostrando uma necessidade de cuidados mais elevado, devido a uma série de patologias, entre elas a sarcopenia, que surgiu há aproximadamente três décadas, resultado de uma redução de força, função e massa muscular que pode levar a uma série de complicações para o indivíduo. A sarcopenia pode ser ocasionada devido a uma série de fatores, entre eles a má alimentação, o sedentarismo, o etilismo ou o tabagismo. Desse modo, o tratamento deve conter diversas modificações, incluindo a conduta de uma boa alimentação. Uma dessas condutas poderia ser o uso da suplementação da creatina, que pode trazer melhorias para problemas como redução de força e massa muscular em indivíduos que a usam. A priori, a creatina é encontrada em alimentos como carne vermelha ou frutos do mar, porém, em pequenas quantidades, daí o objetivo da suplementação. Cerca de 95% da creatina corporal está armazenada no músculo esquelético e sua função é ressintetizar o trifosfato de adenosina (ATP) durante momentos de necessidade energética. O presente estudo consiste em avaliar se o consumo do suplemento de creatina pode trazer melhorias em idosos portadores de sarcopenia. Objetivos: Analisar na literatura os efeitos da creatina como forma de estratégias nutricional em indivíduos idosos portadores de sarcopenia. Métodos: Buscou-se responder a seguinte pergunta: “A suplementação de creatina pode ser utilizada para melhora de sarcopenia em idosos?”. Para tanto, foram selecionados cinco artigos, publicados de 2015 a 2020, que estivessem em língua portuguesa ou inglesa, disponíveis nas seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library On-line (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), U.S. National Library of Medicine, NLM (PubMed); Journal of the International Society of Sports Nutrition (JISSN), e que elucidassem tal questão. Foram excluídos artigos de revisão, opinião ou duplicados do mesmo banco de dados, estudos pilotos e monografias. Resultados: Nos artigos avaliados, foram realizados estudos do tipo randomizado controlado duplo-cego com pacientes idosos que avaliaram os benefícios que a ingestão de creatina e a realização do treinamento resistido trouxeram em relação ao percentual de massa muscular esquelética e força, que são as principais consequências da sarcopenia. Visto que os hábitos alimentares inapropriados e o sedentarismo ao longo de toda a vida do indivíduo são os fatores de risco mais relevantes desse acometimento, a correlação entre a suplementação e o treinamento torna-se essencial. Desse modo, foi possível observar que o percentual de massa magra e a força exercida no treinamento aumentaram consideravelmente em relação aos testes com substâncias de efeito placebo, havendo aumento de carga na repetição máxima (RM) e no drop-set em exercícios como leg press, extensão de pernas, supino e desenvolvimento de ombros, mostrando-se mais eficaz em homens idosos não treinados do que em mulheres idosas não treinadas. Além disso, foi relatada uma eficácia em outros parâmetros relevantes para a saúde do indivíduo, como efeitos positivos nos marcadores de inflamação, resistência à insulina e aumento da força de flexão óssea. A suplementação da creatina monohidratada acaba sendo uma estratégia a ser considerada com o intuito de combater a perda de massa muscular, pois aumenta a capacidade metabólica do tecido, contribuindo para o aumento da força, essencial para realização de atividades diárias, importante para o bem-estar e qualidade de vida dos idosos. Conclusão/Considerações finais: Diante do estudo realizado, avalia-se que a suplementação de creatina na alimentação associada ao treinamento resistido demonstrou resultados positivos nos idosos, tal prática torna-se importante devido a frequente ocorrência da sarcopenia nesse público. Portanto, a manutenção da massa magra é imprescindível para o tratamento dessa patologia, visto que ela se caracteriza pela perda progressiva de massa muscular esquelética.
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Isadora Nogueira Vasconcelos
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