DIETA DO MEDITERRÂNEO E MICROBIOTA INTESTINAL DE INDIVÍDUOS COM OBESIDADE: UMA REVISÃO DE LITERATURA

  • Autor
  • Thaís Maria de Morais Queiroz
  • Co-autores
  • Lívia Sousa Dourado , Lívia Marta Gurjão Moura , Luara Augusta Ximenes Marinho , Deborah Menezes Fernandes , Roberta Freitas Celedonio
  • Resumo
  • Introdução: A composição da dieta tem papel fundamental no desenvolvimento de algumas doenças, como o padrão ocidental que é rico em alimentos com elevada densidade calórica, gordura saturada, carboidratos refinados e proteína animal, e está diretamente relacionado com a prevalência de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e obesidade. Por outro lado, a dieta do mediterrâneo, rica em vegetais, frutas, proteína vegetal e gorduras insaturadas, é associada às mudanças benéficas em marcadores cardiometabólicos, como também aumento de respostas anti-inflamatórias. A maior ingestão de frutas e vegetais, fornece mais compostos bioativos, como polifenóis e flavonoides, que são capazes de alterar a microbiota intestinal, que por sua vez, podem influenciar os níveis séricos de aminoácidos de cadeia ramificada, estando comumente elevados em obesos e em pacientes resistentes à insulina. Em virtude do contexto exibido, foi sugerido que a dieta do mediterrâneo poderia afetar a microbiota intestinal em indivíduos com obesidade. Objetivos: Revisar na literatura se há evidências sobre a dieta do mediterrâneo e microbiota intestinal em indivíduos com obesidade. Métodos: O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura com a coletânea de dados realizada nos repositórios da Scielo e da Pubmed durante o mês de abril de 2023. Para a pesquisa, foram utilizados os seguintes descritores em ciências da saúde: “Obesity”, “Mediterranean”, “Gastrointestinal Microbiome” e “Microbiot”, os quais foram combinados com o operador booleano “AND”. Adotou-se como critérios de inclusão o período de publicação ser entre 2018 e 2023, na língua inglesa ou portuguesa, e estudos randomizados com adultos obesos. Além disso, foram excluídos artigos de revisão, dissertação, monografia, tese e que não avaliavam o efeito da dieta do mediterrâneo sobre a microbiota. Resultados: Foram selecionados 5 artigos do tipo ensaio clínico randomizado, com amostra de participantes variando entre 24 a 400 indivíduos, do sexo masculino e feminino, e duração de intervenção entre 8 semanas a 1 ano. Os estudos analisados foram todos publicados na língua inglesa no período de 2020 a 2022. Um deles foi realizado com 294 participantes com obesidade, que foram randomizados em três grupos de intervenção: diretrizes dietéticas saudáveis (aconselhamento nutricional padrão baseado na ciência), dieta mediterrânea (MED) e dieta Mediterrânea Verde (Green-MED). Os dois grupos MED e Green-MED foram suplementados com 28g/dia de nozes, porém o grupo Green-MED também recebeu diariamente chá verde e planta aquática Mankai. O grupo da que recebeu a Green-MED foi associado a alterações no microbioma específicas, incluindo aumento no gênero Prevotella e reduções de Bifidobacterium, e essas mudanças associaram-se ao peso corporal e redução do risco cardiometabólico. Outro estudo realizado em 8 semanas envolveu 82 indivíduos com obesidade, que foram randomizados para consumir MED adaptada quanto à energia e macronutrientes, ou para manter sua dieta habitual e analisadas as respostas sobre o microbioma intestinal. Levando a conclusão de que a mudança de uma dieta ocidental habitual para uma MED isocalórica, afeta a funcionalidade do microbioma, impulsionando uma resposta individualizada na melhoria da sensibilidade à insulina e inflamação. Em uma segunda pesquisa, que utilizou a mesma amostragem de participantes do estudo acima, os resultados mostraram que a adesão à MED pode remodelar o microbioma intestinal para um estado que promova a saúde metabólica e cardiovascular e aumentar a riqueza de genes da microbiota. Ademais, outros achados indicaram que a associação do padrão alimentar mediterrâneo com outras estratégias, como a suplementação de probióticos ou a restrição calórica acompanhada da realização de atividade física, influenciam positivamente a microbiota. Os resultados das pesquisas relacionadas a MED mostram que compostos bioativos, como polifenóis e flavonoides, influenciam o fortalecimento de bactérias benéficas, ocorrendo uma mudança positiva do microbioma intestinal e fortalecendo o organismo de modo geral.  Assim, reduzindo os riscos cardiometabólicos, a resistência à insulina e a inflamação, que estão terminantemente ligadas à obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2. Conclusão: Os estudos encontraram que a adoção da dieta do mediterrâneo em adultos obesos resultou em efeito positivo na composição do microbioma devido ao aumento de bactérias benéficas e a redução da inflamação intestinal. Portanto, esses estudos sugerem que ela pode ser uma estratégia alimentar eficaz para melhorar a saúde do microbioma intestinal em indivíduos obesos.

  • Palavras-chave
  • Obesidade, Microbiota intestinal, Dieta do mediterrâneo, Compostos bioativos.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Nutrição Clínica
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