Introdução: A infância e a adolescência é o período marcado pelo rápido crescimento e desenvolvimento físico e cognitivo, com intensa demanda energética. A alimentação favorece o desenvolvimento imunológico e propicia o alcance do potencial genético. A construção de hábitos alimentares se iniciará, portanto, no período da infância, e se consolidará na adolescência, e estes serão influenciados por diversos fatores socioeconômicos, culturais e principalmente pelas primeiras experiências com os alimentos. Nesse período, a família atua como fator determinante na construção dos comportamentos alimentares da criança. Com o crescimento do consumo de ultraprocessados, hábitos alimentares inadequados reforçados pelo ambiente familiar influenciam na construção de comportamentos alimentares inapropriados par as crianças, que possuem como consequência o aumento do peso e desenvolvimento precoce de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), cada vez mais frequente. Casos de sobrepeso e obesidade aumentam de forma alarmante, em todo território nacional, com hábitos alimentares baseados no alto consumo de ultraprocessados, principalmente no público adolescente. Dessa forma, o Ministério da Saúde determina o acompanhamento do desenvolvimento de crianças e adolescentes através das curvas de crescimento, para a identificação de alterações nutricionais nesses períodos. Fator determinantes, portanto, para o acompanhamento e a criação de medidas que podem ser implementadas para a mudança de cenário. Objetivos: O estudo tem como objetivo avaliar o perfil nutricional e alimentar de crianças e adolescentes atendidas em clínicas escolas de vários estados do Brasil. Métodos: Para o presente estudo foi realizada uma revisão de literatura em que foram selecionados cinco artigos nacionais, todos com texto na íntegra, escritos em português, sendo excluídos trabalhos de conclusão de curso (TCC), revisões de literaturas e artigos de perfil nutricional relacionados a alguma patologia ou a faixas etárias diferentes das propostas para o trabalho. Para consulta dos artigos científicos foram utilizadas as seguintes bases de dados: Biblioteca Eletrônica Científica Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), com filtro de publicação nos últimos cinco anos e acessadas em abril de 2023. As palavras-chaves utilizadas nas pesquisas foram: “Perfil nutricional”, “Nutrição infantil”, “Crianças” e “Nutrição”. Resultados: Foram analisados dados de cerca de 10.303 crianças e adolescentes brasileiros, com idade entre 2 e 16 anos, sem predominância de sexo, onde foram encontrados os seguintes resultados: estado nutricional com prevalência de sobrepeso, obesidade e estatura adequada para idade. Em contrapartida, apenas um dos cinco artigos mostrou resultados onde as crianças e adolescentes possuíam estado nutricional adequado. Quando analisado o consumo alimentar pôde-se ser observado que na maioria dos casos a ingestão calórica era adequada, porém quando analisados em relação a distribuição dos macronutrientes nota-se que não há uma distribuição correta, percebendo-se principalmente o alto consumo de gorduras, além disso em todos os estudos constatou-se o consumo excessivo de alimentos industrializados como biscoitos, salgadinhos, refrigerantes e sucos em pó, assim como a redução do consumo de frutas e verduras de forma drástica. Conclusão/Considerações finais: A infância e adolescência são períodos cruciais para a formação e consolidação de hábitos alimentares saudáveis, porém vários fatores podem influenciar o desenvolvimento físico e cognitivo de crianças e adolescentes. Estudos sobre o perfil nutricional desses grupos são importantes para detectar dentro dessa classe aqueles indivíduos com sobrepeso, obesidade, deficiências nutricionais e consequente predisposição a DCNTs, e ajudar, através do acompanhamento nutricional, a promover melhora na saúde e proteger o futuro desses grupos, com o aumento da qualidade de vida através de mudanças nos hábitos cotidianos inadequados de alimentação.
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