Introdução:A endometriose é uma doença inflamatória, crônica, de origem ginecológica, de caráter benigno, que afeta milhares de mulheres no mundo inteiro, e ocorre devido à presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, causando uma reação inflamatória. Embora algumas mulheres acometidas pela endometriose não apresentem sintomas, na maior parte dos casos é comum que ela se manifeste através de dor pélvica crônica, dismenorreia (cólica menstrual intensa), disúria (dificuldade e dor ao urinar), dispareunia (dor durante relação sexual), disquezia (dificuldade e dor ao evacuar) e infertilidade. Sendo a endometriose de origem inflamatória, esse desequilíbrio é o fator positivo para a progressão da doença, pois gera resposta inflamatória geral na cavidade peritoneal, além de induzir danos celulares, altera também funções regulatórias na atividade proteica, lipídica e na expressão gênica. Sabendo que a endometriose tem uma resposta inflamatória no organismo, o consumo de certos nutrientes pode ser uma estratégia para diminuir ou paralisar a progressão da doença, isso porque no organismo de uma mulher com endometriose, há um desequilíbrio entre espécies reativas de oxigênio (ROS) e antioxidantes, criando um ambiente favorável para formação de radicais. Objetivos: Verificar na literatura os efeitos da curcumina, resveratrol e quercetina na endometriose. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura, em que a busca de dados ocorreu no mês de abril de 2023 na base de dados PubMed, e foram utilizadas as palavras chaves: “endometriosis”, “quercetin”, “resveratrol” e “curcumin”. Como critérios de inclusão adotou-se: estudos experimentais publicados nos últimos 5 anos, nos idiomas inglês, espanhol e português. Critérios de exclusão: artigos de revisão sistemática, teses, dissertações, livros e trabalhos que não abordassem sobre os flavonoides na endometriose. Resultados: Estudos vêm buscando métodos naturais de auxiliar no tratamento da endometriose, como o resveratrol (trans-3,5,4’ -trihidroxistilbeno) que é um composto nutracêutico encontrado em quantidades significativas em uvas tintas, bagas e vinhos, demonstrou possuir uma atividade anti-inflamatória, antiangiogênica, antioxidante, através supressão da produção de EROS, inibição da expressão da ciclo-oxigenase 2 (COX-2) e da síntese de prostaglandinas. Assim como, redução significativa: da expressão de gene; níveis de fator de crescimento endotelial vascular (VEGF); fator transformador de crescimento beta (TGF-B); Metaloproteinases da matriz (2 e 9); genes e/ou proteínas Monócitos-1; interleucina 6 e 8; células T normais expressas e secretadas; volume de lesões endometrióticas e dor crônica. Além disso, a curcumina (Bis-alfa, B-insaturados B-dicetona) é uma substância ativa da cúrcuma que age nas lesões endometriais podendo atuar diretamente na invasão, adesão, apoptose e angiogênese e vem sendo reconhecida como um potente inibidor da secreção de quimiocinas e citocinas pró-inflamatórias e antiangiogênicas. Foi observado que a suplementação suprime a produção de EROS, inibe a expressão de COX-2 e das vias NF-yB, e a síntese de prostaglandinas, assim como com o resveratrol. Outro flavonoide usado foi a quercetina que é encontrada facilmente em frutas e vegetais, por exemplo, cebola, maçã, alcaparras e limão, em que a literatura demonstra ser um composto que possui ação antiproliferatva e apoptótica, uma vez que reduz a proliferação e aumenta a apoptose de células endometrióticas com fragmentação de DNA, inibe a proliferação e induz a parada do ciclo celular interferindo no seu crescimento. Conclusão/Considerações finais: Apesar dos mecanismos da fisiopatologia da endometriose não serem totalmente conhecidos, a inflamação crônica é considerada uma das vias responsáveis pelo seu desenvolvimento. Portanto, os estudos, verificaram que o resveratrol, curcumina e quercetina mostraram ter efeitos benéficos no tratamento da endometriose pelos seus potenciais efeitos antioxidantes, antiogênicas, antiproliferativas, anti-inflamatórias, além de reduzirem as lesões endometrióticas. Contudo, mais estudos precisam ser realizados em relação aos mecanismos de ação envolvidos na doença.
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