Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno composto por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares que se manifesta em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames, diabetes Mellitus tipo 2 ocasionadas pelas alterações nos níveis de glicose, colesterol, triglicerídeos e o aumento da pressão arterial. Estudos evidenciam que com o passar dos anos a sua incidência aumenta, associada a obesidade, advinda da má alimentação e sedentarismo. Objetivo: Revisar na literatura a ocorrência de alterações metabólicas na população brasileira. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura de artigos científicos nacionais, em a busca foi realizada através das bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), National Library of Medicine (PUBMED) e a Revista Brasileira de Epidemiologia. Para a escolha dos artigos, adotou-se como critérios de inclusão: artigos publicados nos últimos dez anos, na língua portuguesa, que tratassem da incidência das principais alterações metabólicas e os efeitos delas na população brasileira. Após a aplicação dos critérios, foram escolhidos cinco artigos. Resultados: Dentre as doenças metabólicas prevalentes, destaca-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS) que representa o maior risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal. No Brasil, 90% dos casos são diagnosticados de forma tardia pela ausência de sintomas. Dos brasileiros maiores de 18 até 65 anos, que vivem nas capitais do país, 24,7% têm diagnóstico de hipertensão arterial, sendo mais prevalente em mulheres do que em homens. Os fatores de risco associados à HAS descritos na literatura abrangem a alimentação inadequada, a ingestão exacerbada de sódio, o consumo abusivo de álcool, a inatividade física e o excesso de lipídio na alimentação. Em estudo transversal de base populacional, da Política Nacional de Saúde (PSN) com dados de 2013 e 2019, realizado pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, avaliou-se a incidência de hipertensão arterial em cinco grandes regiões geográficas nacionais, dos 26 estados da Federação e no Distrito Federal, em Unidades Primárias de Amostragem (UPA) e Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD), verificou-se que em 2013, dentre 58.415 indivíduos incluídos na PNS, 12.500 referiram diagnóstico médico de HAS (21,4%); destes, 11.129 haviam se consultado por causa da doença nos últimos três anos. Em 2019, entre 88.736 incluídos, 23.851 referiram diagnóstico médico de HAS (26,9%), e destes, 19.107 haviam se consultado por esse motivo nos últimos três anos. O resultado da pesquisa demostra que apesar da conscientização dos indivíduos sobre o acompanhamento médico da HAS, os índices vêm aumentando na população adulta. Além da HAS, no Brasil existe alta prevalência de diabetes mellitus tipo 2, e entre as complicações associadas, estão a neuropatia e a retinopatia, como as mais frequentes, sendo mais prevalentes entre as mulheres. Já no que se refere à prevalência de cegueira e incidência de pé diabético, amputação e nefropatia, foram superiores entre os homens. Em todas as pesquisas investigadas, a proporção de indivíduos que estavam em tratamento medicamentoso foi acima de 80%, sendo obtido, em sua maioria, pela rede pública. Quanto à atenção ao indivíduo com diabetes no Brasil, em geral, observou-se que problemas na qualidade da atenção, realização de exames e no acesso aos serviços de saúde resultam em maior incidência de complicações e em maior contingente de internações e idas a emergências. Além disso, outra alteração metabólica muito encontrada foi a hipertrigliceridemia, que é uma das dislipidemias mais prevalentes no adulto, sendo um fator de risco para cardiopatias devido ao efeito aterogênico das lipoproteínas ricas em triglicerídeos. O perfil dos pacientes com os exames de triglicerídeos alterados são os que ingerem excessos de calorias e possuem maior resistência à insulina. Ainda no que se refere à dislipidemia, estudos apontam evidências de que valores elevados de colesterol sérico aumentariam o risco de infarto do miocárdio, e nos anos subsequentes do estudo, outras pesquisas confirmaram associações entre níveis altos de colesterol e o aumento do risco para doenças cardíacas e acidente vascular cerebral. De acordo com os resultados dos estudos, mais de um terço da população adulta apresentou colesterol total (CT) alto, sendo mais elevado em mulheres e na população com idade mais avançada, porém menor entre os que apresentam mais anos de estudo. Quando observada a redução do colesterol, ela pode ser explicada pela redução do excesso de peso e pela melhoria dos hábitos alimentares. Investigações revelam que, além dos tratamentos instituídos com medicamentos, a dieta e atividade física regular também podem contribuir com a redução do colesterol. Conclusão: As alterações metabólicas de acordo com estudos, mostraram-se prevalentes em mulheres de 18 a 65 anos, associadas a obesidade e má alimentação. O tratamento medicamentoso a depender do estado de saúde do indivíduo pode se fazer necessário, no entanto, na maioria dos casos mudanças no hábito de vida, orientação nutricional e aumento da atividade física são fatores que garantem uma melhor qualidade de vida para esses pacientes.
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