Histórias em Quadrinho no Desenvolvimento do Raciocínio Combinatório na Infância

  • Autor
  • Christoan Tonete Gomes
  • Co-autores
  • Thiarla Xavier Dal-Cin Zanon
  • Resumo
  •  

    HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO COMBINATÓRIO NA INFÂNCIA

     

    Autor 1

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    Coautor 2

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    Introdução

    O texto exibe uma proposta de intervenção pedagógica planejada a partir de atividades específicas de resolução de problemas (COAUTOR 2) cujo intuito é favorecer o desenvolvimento do raciocínio combinatório de estudantes da educação infantil. Para isso, elaboramos algumas histórias em quadrinhos que problematizam situações cotidianas para as quais as crianças devem apresentar alguma possibilidade de resolução a partir da mobilização do raciocínio combinatório. Assim, a proposta amplia padrões convencionais de atividades de matemática e busca, de uma maneira mais dinâmica, aproximar as crianças do seu cotidiano.

    A intervenção aqui mencionada se justifica pelo fato de a educação infantil ser a primeira etapa da educação básica, na qual se dá pouca ênfase ao trabalho com a combinatória. Desse modo, o desenvolvimento do raciocínio combinatório por estudantes dessa etapa, pode contribuir para aprendizagens futuras, nessa, e, em outras áreas do conhecimento, no decorrer da vida escolar dos alunos.   

    Assim sendo, na sequência, traz-se o referencial teórico com destaque para definição de combinatória; aspectos do raciocínio combinatório que são importantes para o desenvolvimento cognitivo das crianças; e potenciais usos das histórias em quadrinhos para o ensino da matemática. Em resultados alcançados, apresenta-se uma proposta de sequência didática que poderá ser utilizada por docentes da educação infantil quando trabalham, especialmente, com crianças de 5 anos. Por fim, mostra-se algumas conclusões estruturadas a partir dessa pesquisa em desenvolvimento.

     

    1. Fundamentação teórica

    A análise combinatória ou combinatória é um dos ramos da matemática que mais está presente em nosso cotidiano. Sua aplicação pode ser vista em maratonas, por meio das combinações de pódios que podem ocorrer, mas, também, através da posição ocupada por cada membro de um grupo de amigos quando se organizam para fazer uma foto. Na literatura específica, temos que a combinatória é definida como “[...] a parte da Matemática que analisa estruturas e relações discretas” (MORGADO; CARVALHO; CARVALHO; FERNANDEZ, 1991, p. 1). Desse modo, os autores a definem a partir das estruturas que ela se preocupa em analisar.

    Por isso, é importante frisar que, devido a grande aplicabilicabilidade no cotidiano, torna-se imprescindível que aspectos da combinatória sejam trabalhados com os alunos o quanto antes, de preferência, desde a educação infantil, quando ela é explorada através do raciocínio combinatório que “[...] embora seja uma forma de pensamento mais complexa [...] [ele] pode iniciar-se na infância e desenvolver-se por um longo período de tempo” (BORBA; PESSOA; BARRETO; LIMA, 2013, p. 2). Por isso, destacamos que a inserção do raciocínio combinatório em aulas da educação infantil permite que a criança tenha contato desde cedo com as estruturas combinatórias. Assim, esperamos que quando elas se depararem com esse conteúdo no decorrer de sua vida escolar, tenham mais facilidade em entendê-lo. Outro ponto importante a se considerar é que “[...] o estudo da Combinatória pode ser um meio de avanço no raciocínio lógico, em geral, e auxiliar no desenvolvimento matemático de crianças, adolescentes, jovens e adultos (BORBA; PESSOA; BARRETO; LIMA, 2013, p. 2)”.

    Salientamos que uma alternativa para desenvolver o raciocínio combinatório pelos estudantes da educação infantil, é a utilização de recursos lúdicos, como, por exemplo, as histórias em quadrinhos, que segundo Peripolli e Barin (2018), ajudam a aproximar os assuntos debatidos na escola à realidade da criança. Seu uso como recurso pedagógico pode ser uma ferramenta importante para professores, pois apresentam uma linguagem diferente da convencional e mais atraente aos estudantes. Isso pode vir a contribuir para despertar o interesse dos alunos pelos conteúdos trabalhados nos quadrinhos (PERIPOLLI; BARIN, 2018).

    Sobre a utilização dos quadrinhos no ensino da matemática, vale ressaltar que “[...] esse recurso educacional ainda é pouco explorado [...]” (PERIPOLLI; BARIN, 2018, p. 7). Assim, utilizá-lo em sala de aula, é uma opção no ensino. Ele pode ser utilizado “[...] na introdução, revisão de conteúdos, problematizando situações, verificando assim conhecimentos prévios que os alunos já possuem principalmente no formato de discussão de conteúdos, para observar a criticidade dos alunos” (PERIPOLLI; BARIN, 2018, p. 7). Logo, podemos afirmar que há várias possibilidades de utilização das histórias em quadrinhos em sala de aula, ficando a critério do professor a melhor forma de empregá-las.

    No que se refere a educação infantil, salientamos que essa é a primeira etapa da educação básica que insere a criança no ambiente educacional (BRASIL, 2017) formal. Por isso, a Base Nacional Comum Curricular [BNCC] (BRASIL, 2017) afirma que as concepções de educar e cuidar além de estarem atreladas, precisam estar em consonância no processo de aprendizagem. Isso evidencia a necessidade de considerar as características do público-alvo, bem como suas formas de aprender, sentir e se expressar no momento da exploração das atividades.

     

    2. Resultados alcançados

    Ao desenvolvermos uma pesquisa qualitativa do tipo intervenção pedagógica com o intuito de favorecer o desenvolvimento do raciocínio combinatório de crianças da educação infantil, propõe-se uma ação organizada e planejada no ambiente escolar, que busque modificar uma realidade analisada.

    A sequência didática começa apresentando o gênero literário “história em quadrinhos” às crianças, mostrando a elas alguns exemplos retirados de tirinhas de jornais, revistas infantis e internet. Após a leitura livre das histórias pelas crianças, apresentaremos uma história em quadrinhos que envolve o raciocínio combinatório, a qual está sendo refinada e testada. Em seguida, o professor deverá dialogar livremente com a turma acerca da interpretação das cenas que compõem a história. Sugerimos que, inicialmente, se faça uma análise espontânea a partir da compreensão dos estudantes. Na sequência, o professor deve conduzir a turma ao desenvolvimento do raciocínio combinatório a partir de uma série de questionamentos trazidos por nós, para que as crianças, através da história proposta, tenham o primeiro contato com aspectos do raciocínio combinatório.

     

    Conclusões

    Concluímos que é preciso buscar alternativas diferentes da convencional para favorecer a aprendizagem matemática de crianças pequenas. Visando desenvolver o raciocínio combinatório desde o início da educação básica, o uso de história em quadrinhos se apresenta como uma possibilidade dinâmica que pode contribuir para despertar o interesse das crianças. Desenvolver esses aspectos desse cedo é importante para o melhor entendimento de situações que estão presentes no cotidiano, além de contribuir para ampliar o repertório de conhecimento de professores e estudantes.

     

    Principais referências bibliográficas

    BORBA, Rute; PESSOA, Cristiane; BARRETO, Fernanda; LIMA, Rita. Crianças, adolescentes, jovens e adultos e a resolução de situações combinatórias. Horizontes, Itatiba, n. 1, v. 31, p. 91-99, 2013.

     

     BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília: MEC, 2017.

     

     MORGADO, Augusto César de Oliveira; CARVALHO, João Bosco Pitombeira de; CARVALHO, Paulo César Pinto; FERNANDEZ, Pedro. Análise combinatória e probabilidade. Rio de Janeiro: SBM, 1991.

     

    PERIPOLLI, Patrícia Zanon; BARIN, Cláudia Smaniotto. Uso pedagógico de histórias em quadrinhos no ensino da matemática. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E TEDCNOLOGIAS, 2018, São Carlos. Educação e Tecnologias: inovações em cenários em transição. São Carlos: UFSCar, 2018. p. 1 -14.

     

    COAUTOR 2.

     

  • Palavras-chave
  • Educação infantil; histórias em quadrinhos; raciocínio combinatório.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Educação Matemática
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