O ENSINO DE EQUAÇÃO DE RETAS POR MEIO DO GEOGEBRA: UMA EXPERIÊNCA REMOTA

  • Autor
  • Davi Magalhães Vieira
  • Co-autores
  • Elcio Pasolini Milli , Maria Auxiliadora Vilela Paiva
  • Resumo
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    Introdução

     

    O trabalho apresentado a seguir mostra uma das tarefas realizadas de forma remota, durante a Residência Pedagógica, onde o residente atuava em sala virtual online e o preceptor dentro da escola com os alunos no primeiro semestre de 2021.

     

    A tarefa proposta tratou o conteúdo de equações de reta e seus coeficientes, linear e angular, com a finalidade de abordar a ideia de uma forma diferente de usual, porém ainda atrativa, fora de um modelo de aula presencial. Nossos objetivos quanto ao entendimento do conteúdo eram do aluno identificar uma reta e sua equação a partir do plano cartesiano, assim como os coeficientes constituintes dela e usar informações e conhecimentos prévios  com a finalidade de resolver problemas, convergindo com nosso referencial teórico. Nosso foco principal era trabalhar relações e aspectos que possibilitassem aos alunos identificar e descrever uma reta de acordo com os seus coeficientes angular e linear.

     

    Após uma extensa preparação prévia, incluindo escolha do tema, criação de um plano de aula com um possível proposta, reuniões diversas entre os integrantes e os residentes, Preceptor e o Docente Orientador para que, em conjunto, fizéssemos uma avaliação da ideia, com possíveis, dúvidas, ressalvas, e comentários, a fim de deixar aquela tarefa cada vez mais coerente.

     

    1. Fundamentação teórica

     

    Escolhemos estudar e trabalhar com a metodologia de resolução de problemas, sendo essa metodologia escolhida de forma coletiva pelos residentes, após sugestão do Professor Preceptor e o Docente Orientador, embasado numa forma de trabalho investigativo  em sala de aula, com intenção de que novos aprendizados ocorressem, incluindo os demais atores do processo. Para tal, nos apoiamos em Onuchic (2013).

     

    Dessa forma, entendemos a Resolução de Problemas como ferramenta metodologia de investigação para atingirmos nossos objetivos, previamente planejados antes das tarefas, por acreditar na importância de que tudo que o aluno faz em sala de aula deve ter uma justificação, um motivo, mostrando aquele ambiente como legítimo e importante na produção de conhecimento., e não só um lugar chato, monocrático para o lado do professor, que pouco agregue.

     

    Nesse mesmo contexto em que tratamos de legitimidades e significados, nos apoiamos em Lins (1999) e Lins (1997), pensando em uma abordagem onde possa ser diferenciado o que o aluno vê em sala de aula e o que ele vê fora dela, podendo ser relacionado ou não. Para nós, há importância em diferenciar esses espaços, e entender suas possíveis relações, sem excluir um ou outro. Nossa intenção era não “engessar” ou dificultar o processo, já muito diferente, em razão das aulas remotas.

     

    Quando abordamos essas duas formas de se entender e viver a matemática, queremos entender quais contribuições a interação ou experiências de ambas podem acrescentar num processo de ensino e aprendizagem. Ao tocar nesse ponto, nos é permitido diversas reflexões acerca de como enxergamos a escola, e de como “a rua” enxerga a escola e sua importância no processo.

     

    2. Resultados alcançados

     

    Iniciamos com uma breve pergunta no sentido de captarmos os  conhecimentos prévios sobre retas que esses alunos possuíam. Esse questionamento, embasado em nosso referencial teórico, no qual temos a ideia de não “engessar”. Então ao invés de passar uma informação de forma monocrática, pedimos a contribuição dos estudantes para que pudéssemos produzir, de forma conjunta, uma melhor compreensão sobre o que eles entendiam como reta.

     

    Havia uma preferência clara, principalmente no começo da tarefa pelo silêncio. Acreditamos que os possíveis motivos fossem o de prestar atenção no próximo passo ou da ausência dos residentes, mesmo com a tentativa de interação. Em razão das medidas de segurança e saúde, a aplicação da tarefa foi feita de forma remota e, em nossa concepção, teve papel importante na participação dos estudantes na aula. Porém, concluímos que havia o interesse pelo que estava sendo apresentado, em razão do olhar fixo para as telas.

     

    Após isso, seguimos com a explicação do que seriam os coeficientes e qual a relação com a reta usando o Geogebra. Entendemos que o Geogebra, um software de geometria dinâmico, foi uma ótima ferramenta nessa ação, pois permitiu-nos mostrar, de forma precisa, o que ocorreu com a reta quando mudamos dados. Assim, após uma sequência de variação de dados algébricos e geométricos e com a resposta dos alunos sobre o que essas variações alteravam no que estava sendo visto e definido de forma prática como a posição e direção dela se alteram com a variação dos seus coeficientes, chegamos na definição de equação da reta, formalizando as ideias de coeficiente angular e linear.

     

    Dessa forma, utilizou-se de exercícios, com foco na percepção visual para identificação desses coeficientes, e o que a variação deles influenciaria na reta. A tarefa consistia em duas equações de retas e duas representações gráficas de retas, correspondentes a essas equações. A ideia principal era que se relacionasse as equações com os gráficos. As questões foram moldadas para serem identificadas ou comparadas com o que foi visto anteriormente, usando das informações relacionadas aos coeficientes. O foco dessas tarefas era principalmente de identificação de características e comparação entre elas. Após esse processo, houve a parte de resposta de formulário online com mais algumas questões sobre a aula, com um modelo geral de múltipla escolha, mantendo a mesma ideia de identificação e comparação para responder a questão.

     

    Conclusões

     

    Podemos sintetizar o processo em torno do cumprimento ou não dos nossos objetivos. Numa análise superficial, atingimos nosso objetivo de fazer uma aula interativa que motivasse os participantes e com recursos adicionais. Julgando pela participação dos envolvidos, esse objetivo foi atingido, mesmo com dificuldades já colocadas nos tópicos anteriores desse texto. Usamos o Geogebra, algo que todos os estudantes que participaram da aula nunca tinham visto, que gerou em determinando momento interesse pelo que havia sido posto.

     

    Concluindo, podemos falar que a experiência narrada tem papel fundamental no projeto da Residência Pedagógica. Em um momento tão difícil de pandemia global, o desafio de trazer novas formas de se aproximar da sala de aula, atraindo a atenção dos atores do processo e ainda conseguir que os alunos produzissem e ampliassem seus conhecimentos, se torna cada vez mais complexo, como um livro que ganha novas páginas.

     

    Principais referências bibliográficas

     

    LINS, Romulo Campos. Por que discutir teoria do conhecimento é relevante para a Educação Matemática. In: BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. (Org.). Pesquisa em Educação Matemática: concepções & perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1999. p. 75-94 (Seminários DEBATES Unesp).

     

    LINS, Romulo Campos; GIMÉNEZ, Joaquin. Perspectivas em aritmética e álgebra para o século XXI. 3. ed. Campinas: Papirus, 1997. (Coleção Perspectivas em Educação Matemática).

     

    ONUNCHIC, Lourdes de la Rosa. A resolução de problemas na educação matemática: onde estamos? E para onde iremos?. Revista Espaço Pedagógico. Passo Fundo, v.20, p. 88-104, Junho, 2013.

     

    VIANNA, Carlos Roberto. Resolução de Problemas. In: Livros Temas em Educação I, o livro das jornadas 2002. Coritiba: Futuro Congressos e Eventos, 2002. p. 401-410.

     

     

  • Palavras-chave
  • Resolução de Problemas; Educação Matemática; Residência Pedagógica;
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Educação Matemática
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