Construção de maquete: um relato sobre razão e proporção

  • Autor
  • Aline Dutra Pereira
  • Co-autores
  • Janivaldo Pacheco Cordeiro
  • Resumo
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    CONSTRUÇÃO DE MAQUETE: UM RELATO SOBRE RAZÃO E PROPORÇÃO

     

    Aline Dutra Pereira

    Secretaria da Educação do Estado do Espírito Santo

    alinedutrap@yahoo.com.br

     

    Janivaldo Pacheco Cordeiro

    Instituto Federal do Espírito Santo

    janivaldo.cordeiro@ifes.edu.br

    Introdução

     

    Esse relato tem como tema principal abordar a ideia de proporcionalidade por meio da construção de maquete. A motivação da pesquisa partiu de uma experiência proposta pelo curso de especialização M@tem@tica na Pr@tica ofertado pela UFES no ano de 2018.

    Neste trabalho é apresentada uma proposta desenvolvida por meio de uma atividade prática, que é o ensino de razão e proporção e exploração de alguns conceitos de geometria por meio da construção de maquetes. A mesma foi aplicada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marinete de Souza Lira, situada no município de Serra – ES, em turmas de terceiro ano do Ensino Médio. A problemática de criação da maquete e a escolha de uma escala conveniente para a construção dos modelos,  oportunizaram reflexões acerca do material utilizado para a sua produção. A  metodologia resolução de problemas permitiu que abordassem  naquela realidade, discussões interessantes advindas da experiência.

     

    1. Fundamentação teórica

     Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) mencionam que conteúdos relacionados à espaço e forma podem ser explorados por meio de maquetes. Ao se trabalhar com razão e proporção, é possível explorar conceitos abordados em geometria, conforme destaca o autor Carvalho (2010):

    [...] a noção de semelhança entre figuras, tão importante na geometria, ajuda a entender por que as plantas e os mapas guardam a mesma forma daquilo que eles representam. A explicação vem do fato de mantermos constante a escala (razão entre os comprimentos no desenho e os comprimentos reais) (CARVALHO, 2010, P. 81).

    A razão e proporção, dentro do conceito geométrico, pode ser explorada a ideia de semelhança de figura, que fica explícita a proporcionalidade, quando fazemos uso de maquetes. Nesse sentido, ao pensarmos em uma metodologia que pudesse motivar os alunos e alunas para a execução do trabalho, lançamos a eles e elas alguns problemas temáticos que os/as colocassem a refletir sobre a resolução dos mesmos dentro daquele espaço escolar.

    Dentre as metodologias de ensino disponíveis, destacamos a resolução de problemas, Brasil (2006, p. 129) aponta que “a resolução de problemas é a perspectiva metodológica escolhida nesta proposta e deve ser entendida como a postura de investigação frente a qualquer situação ou fato que possa ser questionado”.

    Por meio da resolução de problemas é possível diversificar as aulas, promovendo assim sujeitos críticos e reflexivos em busca de uma aprendizagem significativa, conforme Vila e Callejo (2006).

    O ensino/aprendizagem por meio da resolução de problemas é uma tentativa de modificar o desenvolvimento habitual das aulas de matemática. Os problemas são um meio para pôr o foco nos alunos, e seus processos de pensamento e nos métodos inquisitivos; uma ferramenta para formar sujeitos com capacidade autônoma de resolver problemas, críticos e reflexivos, capazes de se perguntar pelos fatos, suas interpretações e explicações, de ter seus próprios critérios, modificando-os, se for necessário, e de propor soluções (VILA; CALLEJO, 2006, p. 29).

    Nessa perspectiva, Ole Skovsmose (2000) sugere um ambiente favorável à um cenário de investigação, onde o autor faz crítica à forma tradicional de ensino, e privilegia a promoção da reflexão dos estudantes.

     

    2. Resultados alcançados

    Em vista do exposto, propomos o desenvolvimento desta atividade segundo 5 etapas, a saber:

    i.                    As medidas reais de alguns objetos e da escola foram coletadas com o auxílio de fita métrica e trena e, em seguida,  registradas em tabelas como a que segue.

    Tabela 1 – Referente às dimensões reais

    Construção

    Largura (m)

    Comprimento (m)

    Área Ocupada (m2)

    Prédio da escola

     

     

     

    Anexo I (3º M1 e 3º M2)

     

     

     

    Anexo II (3º M3 e 3º M4)

     

     

     

    Cantina

     

     

     

    Fonte: os autores

                Na primeira etapa, onde os alunos e alunas tiveram que medir as construções e alguns objetos da escola, foi possível observar algumas dificuldades apresentadas, desde o manuseio da fita métrica e a noção de unidade de medida apropriada. Nessa etapa foi possível revisar alguns conteúdos, tais como a circunferência e o número “”, para isso pedimos aos estudantes que medissem as bases circulares das lixeiras que possuíam formato cilíndrico. Para estimar a altura do prédio da escola, foi abordado os conteúdos de razão e proporção, por meio de altura e sombra e de razões trigonométricas, com o auxílio de um teodolito caseiro, viabilizou a prática.

    ii.                 Após terem preenchido a tabela citada acima na primeira etapa, foram disponibilizadas novas tabelas, referentes às dimensões do desenho. Para que isso fosse possível, por meio de uma aula expositiva e dialogada, criou-se a discussão da necessidade de criarmos uma escala para a construção da maquete.

    iii.          Definida a escala e de posse das dimensões do desenho, os alunos e alunas deram início à construção da maquete.

    iv.          Os trabalhos realizados foram expostos durante a apresentação de um sarau realizado na escola;

    Figura 1: Maquetes.

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    Fonte: Arquivo pessoal da autora (2018).

    v.    Resolução de questões referentes aos conceitos estudados, os alunos receberam uma lista com problemas dos quais foram amplamente discutidos em sala de aula.

     

    Conclusões

    O uso de maquete possibilitou uma experiência que mostra a aplicabilidade da matemática, com o manuseio de materiais manipuláveis, contribuindo de forma prática e visual, na verificação e constatação de conceitos matemáticos.

     

    Principais referências bibliográficas

    BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.

    CALLEJO, M. L. ; VILA,  A.  Matemática  para  aprender  a  pensar:  o  papel  das  crenças  na resolução de problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2006.

    CARVALHO, João Bosco Pitombeira Fernandes (coord). Matemática: Ensino Fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. 248 p.: il. (Coleção Explorando o Ensino; v.17). Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7842-2011-matematica-capa-pdf&category_slug=abril-2011-pdf&Itemid=30192>. Acesso em 20 de setembro de 2018.

    SKOVSMOSE, Ole. Cenários para Investigação. Bolema: Boletim de Educação Matemática. Rio Claro: v: 13, n. 14, p. 66-91, 2000.

    BRASIL. MEC. Orientações educacionais complementares aos parâmetros curriculares nacionais: Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias - PCNEM+. PCN mais. Brasília, 2006. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf >. Acesso em: 28 de julho de 2018.

     

  • Palavras-chave
  • Maquete, razão e proporção, resolução de problemas.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Ensino de Matemática
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