JOGOS, BRINCADEIRAS E MATEMÁTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE PERIÓDICOS NACIONAIS NO PERÍODO DE 2010 A 2020

  • Autor
  • Débora Veríssimo Cavalcante
  • Co-autores
  • Simone Damm Zogaib
  • Resumo
  • JOGOS, BRINCADEIRAS E MATEMÁTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE PERIÓDICOS NACIONAIS NO PERÍODO DE 2010 A 2020

     

    Autor 1

    Instituição

    E-mail

     

    Coautor 2

    Instituição

    E-mail

     

    Introdução

    Esse texto é um recorte de uma pesquisa realizada para o trabalho de conclusão de curso de uma universidade pública do nordeste brasileiro. Tem como objetivo apresentar uma caracterização geral e descritiva dos estudos encontrados sobre jogos e brincadeiras matemáticas na educação infantil e nos anos iniciais publicados em periódicos nacionais no período de 2010 a 2020. Resulta, portanto, de uma revisão sistemática bibliográfica de artigos científicos, fundamentada em Sampaio e Mancini (2007), e Coautor1 (2021)¹. A busca por esses estudos se deu no Portal de Periódicos da CAPES², seguindo as etapas de uma revisão sistemática: a) definição e utilização dos descritores de busca³; b) critérios de inclusão e exclusão das produções relacionadas ao objeto de estudo; c) identificação dos estudos pré-selecionados, d) leitura e categorização dos estudos selecionados; e) descrição e interpretação dos dados; e) apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

    1. Fundamentação teórica

    De acordo com Kishimoto (2011), algumas características contribuem para definir os jogos: (i) existem regras e estas são uma característica marcante; (ii) acontecem em um limite de espaço e de tempo, geralmente com início, meio e fim; (iii) possuem caráter não-sério4, geralmente relacionado ao riso e ao prazer; (iv) predomina a incerteza, pois não se sabe os rumos das ações dos jogadores, o que vai depender de diferentes fatores; (v) a sua natureza livre e voluntária, pois o jogador só joga quando tiver vontade, não sendo obrigado a fazê-lo.

    Se tomarmos essas características, encontramos semelhanças e sutis diferenças em relação às brincadeiras. São semelhantes quanto à natureza livre e voluntária, a incerteza quanto 

    [1] A identificação do coautor será colocada na versão final do resumo, após avaliação às cegas. 

    [2] Disponível em: https://portaldeperiodicos.capes.gov.br    

    [3] Os descritores de busca foram: jogos AND brincadeiras AND matemática; jogos matemáticos; lúdico na matemática; brincadeiras AND matemática; jogos didáticos; jogos AND ensino de matemática. 

    [4] Kishimoto (2011) explica que o caráter não-sério não significa que brincadeira infantil não é séria, pois quando a criança brinca faz com seriedade. Significa o apelo ao riso, à natureza cômica, o riso que se contrapõe ao trabalho como atividade séria.

    aos rumos, o caráter “não-sério”. Há diferenças em relação ao limite de espaço e tempo e também não existe um início, meio e fim pré-estabelecido para ser trilhado até se chegar à vitória, por exemplo. O que marca a diferença entre brincadeiras são as regras e a imaginação. Não significa reduzir a uma afirmação do tipo: jogos tem regras e brincadeiras não tem, ou também que brincadeiras têm imaginação e jogos não as têm (PICCOLO, 2009).

    De acordo com Piccolo (2009), imaginação e regras assumem perspectivas diferentes nas brincadeiras e jogos. O que motiva as crianças nas brincadeiras relaciona-se ao que é inalcançável em suas atividades cotidianas. Faz isso pela imaginação. Nos jogos, o que as impusiona é apropriar-se daquele sistema de regras para realizar o jogo ou para mudá-las. Neste trabalho, como o autor, consideramos brincadeiras aquelas atividades lúdicas protagonizadas, em que a imaginação é predominante no faz-de-conta das crianças.

    É importante ter clareza que, quando os jogos e as brincadeiras são planejados para fins pedagógicos, corre-se o risco de perderem sua natureza livre e voluntária. No que se refere à sua utilização para o trabalho com matemática, Muniz (2010) aponta duas dimensões a considerar: a estrutura lúdica planejada pelo educador e a atividade matemática construída pelas crianças nas relações com a estrutura proposta. Para o autor, o mais importante é o que a criança reelabora, pois os jogos e brincadeiras planejados para o ensino da matemática são por ela ressignificados.

    2. Resultados alcançados

    A partir do conjunto de descritores e do refinamento dos estudos com filtros disponibilizados pelo Portal da CAPES, obtivemos 353 artigos científicos. Muitos trabalhos não se relacionavam à tematica investigada. Em um processo cuidadoso de leitura de títulos, resumos, palavras-chave e introdução dos artigos, houve uma queda expressiva de estudos, com um total final de 9 produções que versavam sobre jogos, brincadeiras e matemática na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.

    Embora sejam poucos estudos, o Quadro 1 permite-nos visualizar em que períodos temos o maior quantitativo de produções, o que se dá entre 2016 e 2018 com 7 dos 9 artigos pesquisados. Com esses dados, parece-nos que nos últimos 5 anos houve um interesse maior em pesquisar sobre a temática. Dos 9 artigos, 2 são bibliográficos e 7 pesquisas de campo. Nas pesquisas bibliográficas temos: um estudo aborda a relação entre ludicidade e matemática com base no filósofo Huizinga (artigo 8) e um trabalho traz a relação entre o lúdico e a aprendizagem no contexto da educação matemática (artigo 2). As pesquisas de campo, organizamos em dois grupos: 5 delas envolveram jogos e brincadeiras para desenvolvimento de conceitos matemáticos com crianças da educação infantil e dos anos iniciais (artigos 1, 3, 4, 6 e 7). Os outros 2 artigos relacionaram-se à formação docente, um deles à formação inicial (artigo 9) e o segundo, à formação continuada (artigo 5).

    Quadro 1- Ano de publicação, títulos, autores e participantes das pesquisas

     

    Ano 

     

    Título 

    Participantes 

     

    2012 

     

    1 

    Didática recreativa matemática: ensino e aprendizagem em uma escola da comunidade (MEDINA) 

    30 crianças do 2º ano (EF)  

    escola pública 

     

     

    2016 

    2 

     

    O lúdico na aprendizagem: promovendo a educação matemática (BESERRA SOBRINHA; SANTOS) 

    Estudo bibliográfico 

     

    3 

    Psiu, estou jogando!!”: o jogo no ensino da Matemática (LACANALLO; MORI) 

    Crianças do 5º e 6º anos5 (EF)  

    escola pública 

     

     

     

    2017 

     

    4 

     

    O ensino de matemática na educação infantil: uma proposta de trabalho com jogos (MORAES; ARRAIS; MOYA; LAZARETTI) 

    Crianças de 4 e 5 anos 

    Palavras-chave

  • Matemática, Jogos e brincadeiras, Crianças, Educação Infantil, Anos iniciais do ensino fundamental.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Educação
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    Comissão Organizadora

    Sociedade Brasileira de Educação Matemática - ES
    Instituto Federal do Espírito Santo - campus Cacho

    Comissão Científica

    Alcelio Monteiro - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Alex Jordane de Oliveira - Ifes campus Vitória
    André Nunes Dezan - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Andréia Weiss - UFES campus de Alegre
    Anny Resende Negreiros - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Aparecida Ferreira Lopes - PMVV/PMV
    Elcio Pasolini Milli - SEDU – ES
    Elda Alvarenga - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Elemilson Barbosa Caçandre - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Ellen Kênia Fraga Coelho - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Fulvia Ventura Leandro Amorim - Pólo UAB – Cachoeiro de Itapemirim
    João Lucas De Oliveira - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Jorge Henrique Gualandi - IFES – campus Cachoeiro de Itapemirim (Presidente da comissão)
    Júlia Schaetzle Wrobel - UFES – campus Vitória
    Marcela Aguiar Barbosa - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Maria Laucinéia Carari - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Organdi Mongin Rovetta - SEDU-ES
    Ronei Sandro Vieira - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Rubia Carla Pereira - Ifes campus Viana
    Simoni Cristina Arcanjo - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Thiarla Xavier Dal-Cin Zanon - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Wanielle Silva Volpato - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim
    Weverthon Lobo de Oliveira - Ifes campus Cachoeiro de Itapemirim