ENSINO REMOTO NA PANDEMIA: EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS NA CRIAÇÃO DE VIDEOAULAS PARA UMA TURMA DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Autor
  • Leandro Costa Serafim
  • Co-autores
  • Damila Paola de Melo Baense , Lilian Santana Rocha Valory , Thiarla Xavier Dal-Cin Zanon
  • Resumo
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    ENSINO REMOTO NA PANDEMIA: EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS NA CRIAÇÃO DE VIDEOAULAS PARA UMA TURMA DO ENSINO FUNDAMENTAL

     

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    Introdução

                Como consequência da impossibilidade de aulas e encontros presenciais entre alunos e professores causada pelas medidas adotadas perante a pandemia da Covid-19, surgiram, portanto, as aulas remotas, que, de certa forma, "pegou" muitos profissionais da educação de surpresa, pois eles não tinham preparo para lidar com esse novo formato de ensino. Vimos que um dos maiores desafios destes profissionais, foi o de dar aulas on-line, por meio de videoaulas.

    Diante desse cenário, o presente resumo tem o objetivo de relatar a experiência e os desafios de dois estudantes da licenciatura em matemática do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) campus Cachoeiro de Itapemirim, participantes do Programa Residência Pedagógica, ao desenvolverem uma videoaula destinada a uma turma de 9º ano do ensino fundamental. Na ocasião, abordou-se teorema de Pitágoras, as relações métricas no triângulo retângulo e a utilização desses conceitos na resolução de problemas. A ideia foi utilizar um jogo, nomeado de "Trilha das Relações Métricas" para sistematização e aprofundamento do conteúdo, o qual foi explorado na videoaula elaborada pela dupla de licenciandos.

     

    1. Fundamentação teórica

    É fato que a internet, hoje em dia, e todos meios digitais fazem parte do nosso dia a dia e é algo intrínseco na nossa sociedade. O mundo digital veio para conquistar seu espaço e se associar ao mundo físico, que antes estavam em lócus distintos. O desenvolvimento de artefatos digitais que propiciam interação com a internet e consequentemente com o mundo, possibilita e cria um canal de comunicação nunca visto. Tudo isso, traz algo inevitável: novas formas de interação; novos contextos; novos tipos de experiências; e compreensão do mundo e da vida humana. Por isso, entendemos que a elaboração de videoaulas se insere nesse campo, como um instrumento de ensino que já é realidade, principalmente em tempos nos quais o contato humano está, de certa forma, reduzido. Desse modo, centralizamos nossas discussões na importância das tecnologias de informação e comunicação como suporte à aprendizagem.

    Segundo Dallacosta, Tarouco e Dutra (2004), as tecnologias estão integradas no cotidiano da atual sociedade. Dessa forma, acabam moldando as relações educacionais assim como aquelas empregadas nos processos de produção do conhecimento. Por isso, os autores consideram que a videoaula é vista como algo que impulsiona a sua divulgação. Burmark (2002), destaca a importância da comunicação e do aprendizado através de imagens. Para a autora, esse tipo de interlocução existe desde muito tempo, desde a pré-história, nos quais as imagens eram utilizadas como meio de registro. Diante do exposto, vemos que o aprendizado ocorre pela utilização de diversos sentidos (visuais, auditivos e/ou sensoriais), o que acaba abrangendo um público maior, atraindo a atenção do aluno, possibilitando um aprendizado mais eficaz e rápido.

    Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que se tenha mínimas e reais condições para se elaborar aulas utilizando tecnologias da informação e comunicação. No entanto, esse processo demanda além de tempo, a capacitação de professores que estejam inseridos nesse novo formato, que eles tenham orientação, pois o uso de tais ferramentas tecnológicas requer uma certa capacidade pedagógica. Nesse aspecto, Coutinho e Lisbôa (2001) afirmam que a escola deveria investir na formação para o uso de tecnologias, de modo que professores possam criar estratégias que sejam além de significativas, inovadoras.

     

    2. Resultados alcançados

    Como relatamos uma experiência vivenciada por nós, como resultados trazemos alguns desafios que vivenciamos durante o processo. Nosso primeiro desafio foi sobre a construção da aula. Relembramos nossos estudos no curso de licenciatura e, assim, levamos em consideração a idade dos alunos para os quais a aula seria destinada e pensamos em alternativas para tornar o conteúdo interativo, ainda que não tivesse uma interação direta, presencial, com os alunos. Desse modo, incluímos jogos para despertar o interesse da faixa etária e chegamos a um impasse: como criaríamos um jogo para ser desenvolvido a distância? Então, para iniciarmos o assunto de Relações Métricas, montamos um tabuleiro virtual que foi inserido no slide da aula. Como a ideia inicial era que os alunos, para andar uma casa do tabuleiro, retirassem uma carta e fizessem o comando pedido, colocamos todas as cartas no slide, cada uma em um slide distinto. Desse modo, a aula foi dada com essas cartas, que ao serem resolvidas evidenciavam uma parte do conteúdo.

    Para que o aluno conseguisse resolver sozinho, mas, ainda assim, tivesse o auxílio do professor, mesmo que fosse pela aula gravada, dispomos as cartas, atribuímos um tempo para que o aluno tentasse chegar à resolução sozinho e, logo após, mostramos o resultado desejado, explicando, também o conteúdo por trás da casa do jogo. Ao final, a última carta pedia que os alunos registrassem todo o conteúdo no caderno, de modo que eles sistematizassem a matéria trabalhada na videoaula que abordou as Relações Métricas. Após o fim do jogo, faltou apenas o estudo do Teorema de Pitágoras, que é uma das relações mais importante, por isso tentamos atribuir um destaque especial para ela. Elaboramos uma exposição do conteúdo bem dinâmica e explicativa, na qual, ainda em clima de aula interativa, nós colocamos o porquê desse teorema, como se chegou à fórmula, dentre outras coisas. Tudo isso em um slide que chamasse atenção, então usamos cores atrativas e palavras grandes, além de imagens.

    O segundo desafio foi o de pensar em como gravaríamos essa aula, principalmente, pelo fato de estarmos em distanciamento social e cada licenciando ter de gravar uma parte da sua própria casa de modo a deixá-la em harmonia para que, quando fosse unido as duas partes, a videoaula não perdesse o sentido. Pensamos em várias hipóteses e depois de algumas tentativas chegamos à conclusão de que seria melhor gravar a aula pela plataforma Google Meet, pois assim haveria o mínimo de corte possível e ficaria harmônico por ser tratar do mesmo ambiente. Gravamos, editamos e cortamos algumas pequenas coisas e a videoaula estava pronta para ser usada na turma do 9o ano.

     

    Conclusões

    Se pensarmos em termos de pesquisa e considerando o objetivo da videoaula por nós elaborada, a classificaríamos como descritiva exploratória, pois descrevemos o processo por nós vivenciado. Observamos que foi necessário pesquisarmos sobre o conteúdo da aula, junto com meios para torná-la mais atrativa e funcional no formado a distância. Decidimos fazer a introdução da matéria com um jogo e, em seguida, a exposição do conteúdo. Após a gravação da videoaula disponibilizamos aos estudantes uma lista de exercícios sobre o conteúdo.

    Concluímos, então, que ainda que tenhamos que mudar o método que estamos acostumados a dar aulas – presencial ou videoconferência – é possível criar uma aula que seja interativa, atrativa e não muito demorada, para que desperte o interesse do aluno e não perca a qualidade no aprendizado. Obtivemos como resultado, principalmente, a dificuldade de lidar com as plataformas digitais que fossem atingir os alunos para um bom ensino a distância. Além disso, para o professor ou licenciando/residente também é uma grande aprendizagem, já que o esforço teve que ser maior e tivemos que aprender novos métodos para dar aula, editar vídeos, novas plataformas dentre outras coisas.

     

    Principais referências bibliográficas

     

    BURMARK, L. Visual literacy: learn to see, see to learn. Alexandria: Association for Supervision

    & Curriculum Deve, 2002.

    COUTINHO, C. P.; LISBÔA, E. S. Sociedade da informação, do conhecimento e da aprendizagem: desafios para educação no século XXI. Revista de Educação, v. 18, n. 1, p. 5-22, 2011.

    DALLACOSTA, A.; TAROUCO, L. M. R.; DUTRA, R. L. de S. A utilização da indexação de

    vídeos com MPEG-7 e sua aplicação na educação. RENOTE. Revista Novas Tecnologias na

    Educação, v. 2, p. 1-10, 2004.

     

     

  • Palavras-chave
  • Matemática; Ensino remoto; Videoaulas.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Ensino de Matemática
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