Metátese: uma análise do ataque complexo em alfabetização de adultos

Metátese: uma análise do ataque complexo em alfabetização de adultos

• Autor
• Jéssica da Costa Pinheiro
• Co-autores
• Eliete Figueira Batista da Silveira
• Resumo

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  O presente trabalho analisa os desvios ortográficos na representação de onset complexo preenchido por consoante líquida não-lateral /R/: (vitrola, prego, frutas, livros), em produções escritas de alfabetizandos da Educação de Jovens e Adultos - EJA, no âmbito da extensão universitária, no Programa Integrado da UFRJ para Educação de Jovens e Adultos. A pesquisa tem como objetivos: i) buscar explicações na Fonologia para as diferentes representações de onset complexo, ii) analisar os condicionamentos linguísticos propiciadores dos erros ortográficos, iii) e, nesse sentido, unir os conhecimentos acadêmicos relativos a pesquisas realizadas no âmbito da pós-graduação ao Ensino, iv) propor exercícios que visem a facilitar aprendizagem dessa estrutura silábica, v) refletir sobre o processo de alfabetização em turmas da EJA, além de vi) pensar a importância da prática docente desde o início da graduação. Pressupõe-se que os desvios ortográficos constituem hipóteses dos aprendizes acerca do que é a escrita e que, para isso, utilizem o conhecimento fonológico internalizado, bem como seu letramento social. Os dados são coletados em uma turma de EJA, localizada no bairro Jardim Guanabara, Ilha do Governador, elicitados por meio de diferentes atividades, como: produção de escrita livre, exercícios de interpretação e compreensão textual, ditados e imagens. Ressalta-se que a turma de adultos não apresenta equilíbrio em relação ao sexo e à idade, além de se encontrarem em diferentes estágios no processo de alfabetização. A pesquisa se baseará nos estudos da Fonologia e da Aquisição Fonológica da Linguagem, na Fonologia Prosódica, na Teoria da Sílaba e da Variação e Mudança (BISOL, 2005; COLLISCHONN, 2005; NESPOR e VOGEL, 1986; LAMPRECHT et alii, 2004; WEINREICH, LABOV E HERZOG, 2008). Análise dos dados revela, a priori, que a maior frequência de representações ortográficas não convencionais é de apagamento do segundo elemento do onset, metátese, epêntese e , respectivamente, o que leva à confirmação da hipótese de que o aprendiz se apoia no conhecimento fonológico internalizado, uma vez que regulariza a estrutura silábica mais complexa – e adquirida mais tardiamente – para padrões menos complexos. Destaque-se ainda a preferência da estrutura canônica CV.

   

• Palavras-chave
• Ortografia, alfabetização de adultos, ataque complexo, ensino-aprendizagem
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Variação/Mudança linguística e ensino

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