Estudos realizados na atualidade demonstram que a avaliação da aprendizagem no Brasil ainda é recente, e fundamental na prática pedagógica. De acordo com Luckesi (2011), passamos a falar em avaliação da aprendizagem no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, visto que até então o que se conhecia e o que se adotava eram as práticas dos exames escolares. Práticas essas que de alguma forma perpetuaram-se nas nossas escolas até os dias atuais, haja vista que se tratando de um fator histórico, é perceptível os vestígios e as interferências que a forma avaliativa voltada para o exame se incorporaram na maneira de avaliar o aluno em sala de aula. Quanto à devida forma de avaliar, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9394/96, ao mencionar a avaliação, norteia-se partindo de um pressuposto da mesma ter uma perspectiva formativa, visando obter resultados qualitativos que se sobressaiam aos quantitativos (presentes no ato de examinar) e que esta avaliação deve ser feita de forma contínua. Sabe-se que o fracasso escolar é um fenômeno que está presente em nossas escolas e o mesmo se dá por diversos motivos, e esses, interligados. Possui várias características e pode se configurar pelo não rendimento e/ou acompanhamento do aluno quanto a sua aprendizagem, aspecto esse que está ligado ao ato avaliativo quando culmina meramente com atribuições de nota e/ou conceitos. Diz respeito ao insucesso do aluno e à sua insuficiência em corresponder com as expectativas não só da escola em si, como também da família e da sociedade em geral, por vezes estudado sob vários aspectos dado a sua importância no âmbito da educação. Sendo assim, o fracasso escolar que se apresenta com muitas facetas e se manifesta de forma concomitante, pode decorrer desde a estruturação do sistema educacional em si, passando pelo método de ensino aprendizagem na unidade escolar até as questões que envolvem o aluno de forma mais específica, o que inclui seu próprio interesse pela aprendizagem e o contexto social no qual está inserido (JOMAR; GARCIA; SILVA, 2016). O objeto de estudo do presente trabalho diz respeito à relação existente entre a avaliação da aprendizagem e o fracasso escolar, atribuindo assim um olhar às práticas avaliativas adotadas pelos professores na educação básica. Para, além disso, o debate será ampliado analisando de que forma o sistema escolar contribui direta ou indiretamente com o fracasso do educando considerando, sobretudo, o aspecto social que envolve o aluno. Para tanto, foram selecionados para a construção deste projeto os escritos e pesquisas de: Bourdieu (2007); Luckesi (2011), Jomar; Garcia; Silva (2016); Perrenoud (2000); Hoffmann (2014); Navaro, et al (2016), dentre outros. O objetivo geral da pesquisa é analisar como os critérios do processo avaliativo utilizados na educação básica em uma unidade escolar na cidade de Maceió podem impactar o desempenho escolar dos alunos, problematizando que tais critérios podem contribuir no aumento significativo do fracasso escolar. Como objetivos específicos, configuraram-se: Investigar o que se tem falado sobre avaliação nas instituições de ensino; Analisar as práticas avaliativas quanto aos procedimentos e/ou resultados; Problematizar de que forma as práticas avaliativas podem ser prejudiciais ao educando quando estas não levam em conta o contexto social do mesmo. A pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa a qual segundo Gamboa (2012, p. 60) consiste em uma estratégia de pesquisa onde “é importante conhecer o quadro social e cultural de referência para interpretar as verbalizações e os conteúdos dos relatos, dos gestos e dos símbolos utilizados”. Isso devido à natureza do problema de pesquisa e ao fato do pesquisador tratar da análise de dados valorativos, preocupando-se em evidenciar a correlação entre o fracasso escolar e os critérios avaliativos adotados na educação básica. Portanto, dada a natureza do objeto que considera o ser sujeito, bem como o contexto que o cerca, em especial quanto ao fracasso escolar que além de possuir inúmeras facetas, possui extrema relação com as questões sociais (abordada aqui por Bourdieu), pois o objeto não pode está isolado do contexto que o cerca, sendo utilizado nessa pesquisa o método fenomenológico – hermenêutico. A técnica de pesquisa, no entanto, é o estudo de caso que conforme Gil (2013) consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, ou seja, sendo possível por meio deste analisar fielmente os vários aspectos de uma temática de estudo. O estudo tem como lócus uma escola da rede municipal de Maceió e um grupo de professores no intuito de ouvir aqueles que cotidianamente lidam com as práticas avaliativas e com os educandos da instituição. Para esta técnica de abordagem, a entrevista foi escolhida como instrumento, considerando que de acordo com Dalbosco (2014, p.1047), “O processo formativo do sujeito pesquisador requer então, na perspectiva hermenêutica, a capacidade de ouvir o outro. A “observação” transforma-se em escuta e saber observar significa saber escutar”. Consideramos que a pretensão do trabalho é possibilitar que a pesquisa e as investigações quanto à temática avancem contribuindo para que surjam novas experiências através da abertura que a pesquisa propõe, evidenciando assim que a experiência não possui validez absoluta e que o conhecimento está em constante construção. Entretanto, devido ao fato da pesquisa ainda estar em andamento, não temos, ainda, resultados a ponderar.
PREFÁCIO
O IX Encontro de Pesquisa em Educação de Alagoas (EPEAL) vem se constituindo ao longo dos anos em um espaço privilegiado de apresentação, discussão e reflexão em torno de investigações e práticas educativas no âmbito do programa de Mestrado e Doutorado em Educação no Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas.
Esta edição reconhecendo que a Pós-Graduação no Brasil, nos últimos anos, atravessa momentos de rumores e turbulências no que diz respeito ao fomento de investigações científicas, sobretudo na área de Educação, constitui-se também enquanto forma de resistência.
O intuito de alargamos as fronteiras, o IX EPEAL uniu-se ao V Encontro Alagoano de Ensino de Ciências e Matemática e ao Encontro Regional da ANPAE/Seccional de Alagoas. Nessa parceria, esforços foram alinhados para enfrentar as restrições orçamentárias que a pesquisa no Brasil vem enfrentando nos últimos anos. Desta forma, ampliaram-se as discussões e o aprofundamento das temáticas problematizadas nos eventos.
Nesta edição, O IX EPEAL proporcionou debates significativos entre investigadores, representantes institucionais, educadores e estudantes da graduação e pós-graduação, afirmando-se como um evento de referência na divulgação de pesquisas na área educacional.
O objetivo prioritário do EPEAL implica em permitir, em suas sucessivas edições, a discussão das pesquisas em educação em território alagoano. Assim, propósito fundamental do evento consiste em fomentar narrativas e discussões locais sobre as problemáticas educativas em Alagoas.
A perspectiva de fundo consiste em pensar outras gramáticas e linguagens que povoam o universo das pesquisas em educação e suas implicações semânticas, políticas, culturais e econômicas para o âmbito das transformações das subjetividades e dos cenários educativos na contemporaneidade.
Em últimas palavras, fazendo nossas as palavras do autor Jorge Luis Borges, no poema: "O leitor", ao afirmar "que outros se vangloriem das páginas que escreveram: eu me orgulho das que já li", convidamos-vos à leitura dos trabalhos completos que compõem os Anais que ora prefaciamos.
Comissão Organizadora
Comissão Organizadora
Elton Casado Fireman
William Carlos Marinho Ferreira
Comissão Científica
Adriana Cavalcanti dos Santos - UFAL
Amauri da Silva Barros - UFAL
Ana Carolina Faria Coutinho Gléria - UFAL
Anderson de Alencar Menezes - UFAL
Andréa Giordanna Araujo Da Silva - UFAL
Carloney Alves de Oliveira - UFAL
Carolina Nozella Gama - UFAL
Cláudia de Oliveira Lozada - UFAL
Cleide Jane de Sá Araújo Costa - UFAL
Daniela Mendonça Ribeiro - UFAL
Edna Cristina do Prado - UFAL
Edna Telma Fonseca E Silva Vilar - UFBA
Eduardo Calil de Oliveira - UFAL
Elias André Da Silva - UFAL
Elione Maria Nogueira Diógenes - UFAL
Elisangela Leal De Oliveira Mercado - UFAL
Elton Casado Fireman - UFAL
Eudes da Silva Santos - UFPE
Fernando Antônio Mesquita de Medeiros - UFAL
Fernando Silvio Cavalcante Pimentel - UFAL
Givaldo Oliveira dos Santos - IFAL
Givanildo Da Silva - UFAL
Hilda Helena Sovierzoski - UFAL
Iracema Campos Cusati - UPE
Ivanderson Pereira da Silva - UFAL
Jailton de Souza Lira - UFAL
Jakeline Alencar Andrade - UFC
Janaila dos Santos Silva - UFAL
Janayna Paula Lima de Souza Santos - UFAL
Jenner Barretto Bastos Filho - UFAL
Jorge Eduardo de Oliveira - UFAL
Junot Cornélio Matos - UFAL
Jusciney Carvalho Santana - UFAL
Kátia Maria Silva De Melo - UFAL
Kleber Cavalcanti Serra - UFAL
Laura Cristina Vieira Pizzi - UFAL
Lenira Haddad - UFAL
Leonardo Brandão Marques - UFAL
Lucas Pereira da Silva - UFAL
Luis Paulo Leopoldo Mercado - UFAL
Maria Aparecida Pereira Viana - UFAL
Maria Auxiliadora da Silva Cavalcante - UFAL
Maria Das Graças Gonçalves Vieira Guerra - UFPB
Maria do Socorro Aguiar de Oliveira Cavalcante - UFAL
Maria Dolores Fortes Alves - UFAL
Marinaide Lima de Queiroz Freitas – UFAL
Marlécio Maknamara da Silva Cunha - UFAL
Marta Maria Minervino dos Santos – UFAL
Mônica Patrícia Da Silva Sales - UFAL
Monique Angelo - UFAL
Paulo Manuel Teixeira Marino - UFAL
Regina Maria de Oliveira Brasileiro - IFAL
Rosângela Oliveira Cruz Pimenta - UFAL
Silvana Paulina de Souza - UFAL
Silvio Sánchez Gamboa - UNICAMP
Soraya Dayanna Guimarães Santos - UFV
Valéria Campos Cavalcante - UFAL
Walter Matias Lima - UFAL
Wandearley da Silva Dias - UFAL
Wilmo Ernesto Francisco Junior - UFAL
Yana Liss Soares Gomes – UFAL