PROCESSO DE FORMAÇÃO E DE ATUAÇÃO DOS MONITORES DOS ESPAÇOS NÃO-FORMAIS DE EDUCAÇÃO NA USINA CIÊNCIA.

  • Autor
  • João Paulo Alves de Araujo
  • Co-autores
  • Wilmo Ernesto Francisco Junior
  • Resumo
  •  

    Os saberes docentes se constroem a partir de diversas ações e vivencias desde o início do processo formativo docente e se estendendo ao exercício profissional a partir do qual surgem os saberes experenciais. Deste modo, os professores produzem e interrelacionam conhecimentos sempre visando a uma ação prática (TARDIF, 2012).

    É nesse sentido que o professor vive em constante aprendizado e seus saberes docentes são continuamente modificados no decorrer da carreira. (Campos, 2013; Pimenta, 1997; Tardif, 2012).

    Dentre os campos de atuação docente e de profissionais ligados à educação, um que vem ganhando relevância nos últimos anos são os espaços não-formais, tais como museus, centros de ciência e de pesquisa. Atuar em tais espaços exige também saberes específicos que tangenciam e amalgamam-se à prática docente.

    Ponderando a relevância que o espaço de educação não-formal tem tido para a atuação de profissionais da educação durante o processo de mediação do conhecimento com o público, assume-se que este é um espaço educativo de grande potencial para a formação de professores. Portanto, compreender o processo de atuação de monitores/mediadores em espaços não-formais, fomentando reflexões para a construção de novos saberes.

    Nessa perspectiva, o foco deste trabalho está na Usina Ciência, equipamento de extensão da Universidade Federal de Alagoas que realiza ações de divulgação da ciência em todo o Estado, com grande atuação na cidade de Maceió.

    Considerando que os monitores/mediadores da Usina Ciência são basicamente estudantes de licenciatura, particularmente em química e física, surgem nossas inquietações: Quais contribuições deste espaço não-formal para o processo formativo docente dos monitores e que estratégias de mediação são utilizadas como os visitantes?

    Esse problema surge a partir de uma ótica sobre a necessidade de preparação/formação dos monitores para a mediação das visitas no espaço.

    A Usina Ciências é considerada como um espaço não-formal de conhecimento, oferecendo diversidade de exposições e interação com a sociedade de um modo geral, mas sobretudo direcionada a estudantes de educação básica. Para Marandino (2002), os Museus funcionam como espaços que oferecem ao mesmo tempo entretenimento e educação.

    Consideramos locais de sedução e provocação onde as diversas interações entre os estudantes e os aparatos presentes nesse tipo de exposição aumentam a curiosidade e estimulam o comportamento investigativo dos visitantes.

     

    Atualmente, os museus de ciência encontram-se em sua terceira geração, caracterizada por serem espaços de discussão e interatividade e não somente de contemplação de objetos. Sendo assim, a atuação dos monitores é fundamental para uma forma mais dinâmica das visitas e interações com o público.

    Tais saberes permeiam o conhecimento profissional docente e estão interligados à prática pedagógica. Segundo Jacobucci (2006), os Museus de Ciências têm se transformado em locais não apenas de divulgação científica, mas também de formação de recursos humanos com oferta de estágios, cursos, palestras e outras atividades que contribuem tanto para professores como alunos, dependendo das necessidades.

    Com isso, essa pesquisa tem como objetivo amplo identificar quais as contribuições que a Usina Ciência tem para a formação dos monitores de atividades em espaços não-formais de conhecimento científicos.

    Nesse entremeio, pretende-se identificar os processos que são gerados para atuação dos monitores de atividades em espaços não-formais, identificar os aspectos mais relevantes durante a atuação dos monitores da Usina Ciência e investigar ações que possam fomentar a formações dos envolvidos.

    Como abordagem metodológica, trata-se de um estudo qualitativo e, ao menos inicialmente, de categoria participante, pois envolveria pesquisadores e pesquisados em um processo de análise e reorientação das atividades. Para Brandão (1987, p. 12) “Quando o outro se transforma em uma convivência, a relação obriga a que o pesquisador participe de sua vida, de sua cultura. Relacionando assim quatro eixos importantes para o desenvolvimento da pesquisa no intuito de captar, compreender, interpretar e analisar o fenômeno ali presente.

    Segundo Lüdke e André (2004), a investigação supõe-se o contato direto do pesquisador com a realidade a ser investigada, através do trabalho intensivo de campo. Dessa forma, “analisar os dados qualitativos significa “trabalhar” todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de observação, as transcrições de entrevistas, as análises de documentos e as demais informações disponíveis” (LÜDKE; ANDRÉ; 2004, p.45).

    Além disso, Godoy (1995, p. 62 - 63) enumera quatro características fundamentais para o procedimento qualitativo em detrimento de outros modos de abordagem, a saber:

    1) a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental;

    (2) a pesquisa qualitativa é descritiva;

    (3) o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são preocupação essencial do investigador;

    (4) pesquisadores utilizam o enfoque indutivo na análise de seus dados.

     

    O primeiro momento seria o (re)conhecimento do espaço de investigação e seus atores, com o intuito de compreender o que fazem e como fazem. Assim, pretende-se uma imersão no campo de pesquisa. Como técnicas serão utilizadas observação de campo e grupos focais.

    Em um segundo momento, a partir dos interesses dos envolvidos, seriam estruturadas e implementadas ações conjuntas que possam fomentar as atividades de mediação dos monitores, bem como o processo de formação.

    Por fim, os envolvidos participariam da discussão de todo o processo, buscando uma análise crítica das ações e novas formas de organização. Para tanto, também seria utilizada a técnica de grupos focais. O material de pesquisa será então analisado na perspectiva dos saberes docentes e espaços não-formais de educação.

    As expectativas para os resultados desta pesquisa, atenta-se para a evolução perceptiva da atuação dos monitores mediante as formações que os mesmos tenham participado, além disso, detectar a interação mais autentica entre os visitantes e os monitores deixando claro propostas de mudanças para diversificar o formato das atividades executadas.

    Tais mudanças precisam ficar claras para os monitores com propostas de leituras atualizadas sobre a discussão da temática presente, elementos teóricos que melhore as práticas dos monitores ao atendimento do público ali inserido, os mediadores precisam de cursos de formação com fins de melhorar a relação do público com o espaço não-formal e dinamizar a atuação diante das atividades propostas.

  • Palavras-chave
  • Monitores, Museu, Saberes, Usina Ciência.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • GT 4 – Educação em Ciências e Matemática
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PREFÁCIO

O IX Encontro de Pesquisa em Educação de Alagoas (EPEAL) vem se constituindo ao longo dos anos em um espaço privilegiado de apresentação, discussão e reflexão em torno de investigações e práticas educativas no âmbito do programa de Mestrado e Doutorado em Educação no Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas.

Esta edição reconhecendo que a Pós-Graduação no Brasil, nos últimos anos, atravessa momentos de rumores e turbulências no que diz respeito ao fomento de investigações científicas, sobretudo na área de Educação, constitui-se também enquanto forma de resistência.

O intuito de alargamos as fronteiras, o IX EPEAL uniu-se ao V Encontro Alagoano de Ensino de Ciências e Matemática e ao Encontro Regional da ANPAE/Seccional de Alagoas. Nessa parceria, esforços foram alinhados para enfrentar as restrições orçamentárias que a pesquisa no Brasil vem enfrentando nos últimos anos. Desta forma, ampliaram-se as discussões e o aprofundamento das temáticas problematizadas nos eventos.

Nesta edição, O IX EPEAL proporcionou debates significativos entre investigadores, representantes institucionais, educadores e estudantes da graduação e pós-graduação, afirmando-se como um evento de referência na divulgação de pesquisas na área educacional.

O objetivo prioritário do EPEAL implica em permitir, em suas sucessivas edições, a discussão das pesquisas em educação em território alagoano. Assim, propósito fundamental do evento consiste em fomentar narrativas e discussões locais sobre as problemáticas educativas em Alagoas.

A perspectiva de fundo consiste em pensar outras gramáticas e linguagens que povoam o universo das pesquisas em educação e suas implicações semânticas, políticas, culturais e econômicas para o âmbito das transformações das subjetividades e dos cenários educativos na contemporaneidade.

Em últimas palavras, fazendo nossas as palavras do autor Jorge Luis Borges, no poema: "O leitor", ao afirmar "que outros se vangloriem das páginas que escreveram: eu me orgulho das que já li", convidamos-vos à leitura dos trabalhos completos que compõem os Anais que ora prefaciamos.

Comissão Organizadora

  • GT 1 – Alfabetização e Multiletramentos
  • GT 2 – Educação e Inclusão de Pessoas com Deficiência ou Sofrimento Psíquico
  • GT 3 – Educação e Linguagem
  • GT 4 – Educação em Ciências e Matemática
  • GT 5 – Educação, Culturas e Currículos
  • GT 6 – História e Política da Educação
  • GT 7 – Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação

Comissão Organizadora

Elton Casado Fireman
William Carlos Marinho Ferreira

Comissão Científica

Adriana Cavalcanti dos Santos - UFAL

Amauri da Silva Barros - UFAL

Ana Carolina Faria Coutinho Gléria - UFAL

Anderson de Alencar Menezes - UFAL

Andréa Giordanna Araujo Da Silva - UFAL

Carloney Alves de Oliveira - UFAL

Carolina Nozella Gama - UFAL

Cláudia de Oliveira Lozada - UFAL

Cleide Jane de Sá Araújo Costa - UFAL

Daniela Mendonça Ribeiro - UFAL

Edna Cristina do Prado - UFAL

Edna Telma Fonseca E Silva Vilar - UFBA

Eduardo Calil de Oliveira - UFAL

Elias André Da Silva - UFAL

Elione Maria Nogueira Diógenes - UFAL

Elisangela Leal De Oliveira Mercado - UFAL

Elton Casado Fireman - UFAL

Eudes da Silva Santos - UFPE

Fernando Antônio Mesquita de Medeiros - UFAL

Fernando Silvio Cavalcante Pimentel - UFAL

Givaldo Oliveira dos Santos - IFAL

Givanildo Da Silva - UFAL

Hilda Helena Sovierzoski - UFAL

Iracema Campos Cusati - UPE

Ivanderson Pereira da Silva - UFAL

Jailton de Souza Lira - UFAL

Jakeline Alencar Andrade - UFC

Janaila dos Santos Silva - UFAL

Janayna Paula Lima de Souza Santos - UFAL

Jenner Barretto Bastos Filho - UFAL

Jorge Eduardo de Oliveira - UFAL

Junot Cornélio Matos - UFAL

Jusciney Carvalho Santana - UFAL

Kátia Maria Silva De Melo - UFAL

Kleber Cavalcanti Serra - UFAL

Laura Cristina Vieira Pizzi - UFAL

Lenira Haddad - UFAL

Leonardo Brandão Marques - UFAL

Lucas Pereira da Silva - UFAL

Luis Paulo Leopoldo Mercado - UFAL

Maria Aparecida Pereira Viana - UFAL

Maria Auxiliadora da Silva Cavalcante - UFAL

Maria Das Graças Gonçalves Vieira Guerra - UFPB

Maria do Socorro Aguiar de Oliveira Cavalcante - UFAL

Maria Dolores Fortes Alves - UFAL

Marinaide Lima de Queiroz Freitas – UFAL

Marlécio Maknamara da Silva Cunha - UFAL

Marta Maria Minervino dos Santos – UFAL

Mônica Patrícia Da Silva Sales - UFAL

Monique Angelo - UFAL

Paulo Manuel Teixeira Marino - UFAL

Regina Maria de Oliveira Brasileiro - IFAL

Rosângela Oliveira Cruz Pimenta - UFAL

Silvana Paulina de Souza - UFAL

Silvio Sánchez Gamboa - UNICAMP

Soraya Dayanna Guimarães Santos - UFV

Valéria Campos Cavalcante - UFAL

Walter Matias Lima - UFAL

Wandearley da Silva Dias - UFAL

Wilmo Ernesto Francisco Junior - UFAL

Yana Liss Soares Gomes – UFAL