Introdução: A mortalidade infantil é um importante indicador de saúde e condições de vida de uma população. Com o cálculo da sua taxa, estima-se o risco de um nascido vivo morrer antes de chegar a um ano de vida. Valores elevados refletem precárias condições de vida e saúde e baixo nível de desenvolvimento social e econômico. Uma taxa de mortalidade adequada pela OMS seria de até 12 óbitos por mil nascidos vivos, uma realidade distante para muitas cidades amazonenses. Objetivos: Verificar as taxas de mortalidade infantil no estado do Amazonas (AM) nos anos de 2017 a 2022 e o perfil epidemiológico desses óbitos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo com base nos dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e Fundação de Vigilância Sanitária do Amazonas (FVS-AM) acerca do perfil epidemiológico dos óbitos em crianças menores de 1 ano e mortalidade infantil no estado do Amazonas entre os anos de 2017 e 2022. As variáveis infantis analisadas foram: sexo, raça, presença de assistência médica e causa básico de óbito. Das maternas foram: idade, semanas de gestação e tipo de parto. Os cálculos e análises foram realizados por meio do RStudio com estatística descritiva através de proporção simples, razão e média aritmética. Por tratar-se de dados secundários públicos é dispensado a necessidade de aprovação em comitê de ética em pesquisa (CEP). Resultados: As taxas de mortalidade foram as seguintes no AM: 16,5 (2017); 16 (2018); 15,8 (2019); 13,7 (2020); 14,9 (2021); 15,6 (2022) tendo a média de 15,4. Em números totais foram notificados 6.993 óbitos em crianças menores de 1 ano no período estudado, entretanto, devido preenchimento inadequado e ausência de dados, foram inclusos para avaliação epidemiológica apenas 4.947 óbitos. Vale ressaltar que dos casos notificados na capital Manaus somam-se maioria em todos os anos com média de 60,5%. Durante todo o período analisado, o perfil epidemiológico dos óbitos construiu-se em crianças do sexo masculino (56,1%), raça parda (69,5%), com assistência médica (84,8%), com o CID P22.0- Síndrome de Angústia Respiratória (8,5%) e mães menores de 26 anos (57,3%), com pre-termos (24-36 semanas) (46,8%) e parto via vaginal (59,9%). No ano de maior mortalidade (2017) as proporções se mantiveram, mas em relação ao CID o P36.9 (septicemia bacteriana) teve destaque de 7,6% além da P22.0 (8,6%). No menor ano teve comportamento semelhante. Dessa forma não foi possível observar alteração significativa do perfil epidemiológico dos óbitos infantis nos anos analisados ao associar com a mortalidade infantil. Conclusão: As taxas de mortalidade no Amazonas permanecem elevadas em relação ao desejado pelos órgãos de saúde e necessita de melhorias. Dessa forma, faz-se necessário instrução dos médicos em relação ao preenchimento do documento de notificação uma vez que dados essenciais comumente estão ausentes ou inadvertidamente preenchidos nas mesmas, dificultado o rastreio e propostas eficazes para a redução da mortalidade infantil. Não houve diferença significativa de mortalidade ou do perfil epidemiológico entre os anos de 2017 e 2022.
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023