A sífilis, uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, durante a gestação pode resultar em aborto espontâneo, natimortalidade, defeitos congênitos e sequelas neurológicas.Uma das terapias mais eficazes para a sífilis é o tratamento com penicilina. No entanto, a administração de penicilina pode desencadear uma reação adversa conhecida como reação de Jarisch-Herxheimer (JHR), uma resposta aguda do sistema imunológico à morte das bactérias durante a terapia antibiótica. Esta reação pode apresentar-se com uma série de sintomas, incluindo febre, calafrios, dor muscular, entre outros, e embora possa ser desconfortável para o paciente, geralmente é autolimitada e não impede a continuação do tratamento. Dessa forma, o objetivo é relatar o caso de uma gestante de 16 anos diagnosticada com sífilis que desenvolveu a JHR após a primeira dose de penicilina. Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo a partir de um relato de caso, em que a paciente foi orientada a respeito e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Durante o pré-natal na UBS, a gestante de 16 anos (G1P0A0) com idade gestacional de 19 semanas foi diagnosticada com sífilis (VDRL: 1:32). Com isso, deu-se início ao tratamento com penicilina benzatina. Ao administrar a primeira dose, a paciente referiu febre, mialgia, cefaléia e aparecimento de erupções cutâneas associadas a prurido. Pela clínica de sintomas, a paciente apresentou a JHR, e, em gestantes, essa reação pode induzir o trabalho de parto prematuro ou causar sofrimento fetal. Devido a isso e em discussão com a comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH), a paciente foi encaminhada para realizar a segunda e a terceira dose da penicilina na unidade de terapia intensiva (UTI) da maternidade. O relato deste caso destaca a importância do diagnóstico e tratamento precoces da sífilis durante a gestação, bem como a necessidade de estar ciente e preparado para potenciais reações adversas, como a reação de Jarisch-Herxheimer (JHR), especialmente em gestantes. É fundamental que os profissionais de saúde estejam familiarizados com as complicações potenciais do tratamento da sífilis durante a gestação e sejam capazes de identificar e gerenciar eficazmente as reações adversas, garantindo o melhor resultado possível para mãe e feto. Além disso, a conscientização sobre a importância do pré-natal adequado e do rastreamento de infecções, como a sífilis, é fundamental para prevenir complicações graves e proteger a saúde materno-fetal.
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