Considerando a vasta extensão territorial do Brasil e sua grande população, a Telemedicina emerge como uma solução para implementar políticas que melhorem o Sistema Único de Saúde (SUS). Tal problemática afeta especialmente a região Norte com quase 4 milhões de metros quadrados, onde a distribuição desigual de recursos e a escassez de serviços médicos são evidentes, principalmente em atendimentos especializados, como no atendimento ginecológico e obstétrico. É indiscutível que a dificuldade de acesso a esses serviços influencia direta e indiretamente os elevados índices de câncer de colo uterino na região. O intuito da Telemedicina é aumentar a eficiência, reduzindo custos, democratizar o acesso aos cuidados, assim como superar barreiras geográficas e promover um atendimento mais abrangente e acessível. Avaliar o impacto da implantação da telemedicina para a atenção primária à saúde em ginecologia e obstetrícia na região amazônica. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura que visou analisar descritivamente o que estava disponível no PubMed e SciELO sobre a temática. Foram utilizados os descritores “Telemedicina”, “Ginecologia e Obstetrícia” e “Região Amazônica” alternados pelo operador booleano AND. A pesquisa foi feita em 27/04/2024 considerando os anos de 2020 a 2024. Obteve-se 49 resultados, dos quais foram incluídos 24, enquanto que 25 foram excluídos por não abordarem a temática de Ginecologia e Obstetrícia ou por não se referirem à telemedicina. A atenção primária à saúde desempenha um papel fundamental como porta de entrada e ordenadora do cuidado no SUS, especialmente na região amazônica. Embora a telemedicina não seja amplamente utilizada na região e não substitui o exame físico necessário em alguns casos ginecológicos e obstétricos, pode desempenhar um papel significativo no diagnóstico precoce, assim como na prevenção de complicações de muitas doenças ginecológicas, como o HPV, um dos vírus precursores do câncer de colo uterino, ao qual o INPA estima ter mais de 1800 casos na região até 2026. Destacando assim, a relevância da telemedicina como uma ferramenta complementar na ginecologia e obstetrícia nesta região. A telemedicina é uma importante ferramenta complementar para diagnóstico precoce e rastreio de doenças, ajudando a contornar as barreiras de acesso à saúde nas regiões geograficamente isoladas do Amazonas. Quando utilizado para o rastreio da infecção por HPV, é capaz de impedir a evolução do quadro em carcinoma invasivo, o que reduziria a morbi-mortalidade da doença na região e reduziria os custos empregados no tratamento de carcinoma invasivo de colo de útero no estado. Isso posto, fazem-se necessários mais estudos para investigar o impacto da telemedicina no Amazonas de modo a otimizar o uso da ferramenta.
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023