As plantas medicinais oferecem uma rica fonte, em potencial, de recursos terapêuticos na ciência da ginecologia. Logo, isso deve ser explorado para condições ginecológicas específicas, como por exemplo as infecções sexualmente transmissíveis (IST), que possam auxiliar na prevenção e no desenvolvimento de tratamentos, levando a avanços significativos na área. Trata-se de uma revisão integrativa realizada no PubMed, com seleção de artigos através dos descritores “Medicinal plant'' OR ''Phytotherapy'' AND (sexually Transmitted Diseases)”. Houve a seleção de 7 artigos em inglês e português, publicados entre 2010 e 2024, utilizando-se o sistema GRADE e a ferramenta AMSTAR-2 para verificar a confiabilidade da metodologia e da evidência científica presentes nos trabalhos selecionados para a revisão. Alguns artigos apontam que a Echinacea purpurea pode induzir a atividade do CYP3A4 em pacientes imunodeprimidos que utilizam agentes antirretrovirais, os quais são metabolizados por essa enzima. Entretanto, um estudo realizado com 15 participantes teve como objetivo avaliar a interação da E. purpurea com a etravirina, na ausência de ritonavir, sendo observado que não há acometimento na farmacocinética da etravirina. A corcumina ou medicamentos poli-ervicos contendo-a demonstraram uma capacidade de combater o HPV, entretanto de forma sutilmente moderada em comparação ao grupo controle. Ademais, os tratamentos para verrugas genitais externas são muitas vezes frustrantes tanto para médicos quanto para pacientes. Terapias destrutivas, crioterapia, curetagem ou laser, são em geral doloroso e, às vezes, sem sucesso. Além disso, comumente há recidiva mesmo após a realização de uma terapia bem-sucedida. A terapia com laser de CO2 depende do uso de um feixe concentrado de energia da luz infravermelha, que aquece e eventualmente vaporiza as áreas-alvo. Já as Sinecatequinas tópicas (TS) 10% (extrato de chá verde) é um regime aplicado pelo paciente para o tratamento de verrugas genitais externas com baixa reincidência (6,5%) três meses após o término da terapia. Como terapia de primeira linha, este produto deve ser aplicado três vezes ao dia até 16 semanas de tratamento. No entanto, as sinecatequinas, como imiquimod, pode ser considerado um medicamento proativo adequado à terapia sequencial (PST) após estratégias ablativas. O presente estudo explicita a notoriedade da administração de plantas medicinais no tratamento de ISTs, principalmente na ginecologia. Apesar do destaque de possíveis relações medicamentosas, observado com a Echinacea purpurea, há também a capacidade terapêutica da curcumina ao combater o HPV, evidenciando a importância de ampliar as pesquisas para melhor compreensão dos efeitos das plantas medicinais no tratamento das IST. Assim, a integração de produtos naturais no cotidiano clínico contribui com uma abordagem mais completa e estimuladora de avanços na prevenção e tratamento.
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