Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas têm ganhado grande espaço nos últimos anos, principalmente na ginecologia, onde videolaparoscopias, videohisteroscopias e cirurgias robóticas, por exemplo, são padrão-ouro para diagnóstico e tratamento de diversas doenças. A rápida adoção dessa tecnologia deve-se, sobretudo, a menores tempos de internação, dano tecidual, perda sanguínea e dor pós-operatória, além de mais nítida visualização do campo cirúrgico durante o procedimento e melhor resultado estético devido às mínimas incisões. Além disso, a literatura evidencia que essas cirurgias de mínima invasão não demonstram aumento dos índices de complicações pós-operatórias, nem mesmo a lesão de órgãos adjacentes, uma das principais preocupações em procedimentos ginecológicos. Todavia, traduzem maior custo financeiro e treinamento dos cirurgiões para sua realização. Formalizar eficácia e benefícios das técnicas cirúrgicas minimamente invasivas na ginecologia em comparação com as técnicas convencionais. Trata-se de uma revisão sistemática bibliográfica feita com base na análise de dados obtidos através do PubMed. Os descritores utilizados foram: “Gynecology” e “Minimally Invasive Surgical Procedures”, unidos pelo operador AND. Aplicaram-se os seguintes critérios de exclusão: artigos que não falavam de cirurgia, artigos que não falavam de cirurgia minimamente invasiva, artigos que não eram de ginecologia, artigos sobre tratamento fetal, relatos de caso e série de casos. Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre 2019 e 2024, artigos publicados em inglês e portugues O levantamento inicial totalizou 110 resultados, sendo, selecionados 36 artigos. A análise dos estudos, evidenciou avanços na cirurgia minimamente invasiva (MIS) para o tratamento de condições ginecológicas, incluindo câncer cervical, endometrial, leiomiomatose uterina e endometriose. As MIS vão desde laparoscopias até cirurgias robóticas, normalmente realizadas através do canal vaginal, aplicadas em uma amplitude de patologias do trato genital. Os estudos sobre LESS (Laparoendoscopic single-site surgery) e mini-LPS (Laparoscopic surgery) demonstraram-se mutuamente seguros, com efeitos perioperatório e pós-operatório semelhantes, inclusive para casos de histerectomia. No tratamento do câncer endometrial de alto risco, a MIS demonstrou resultados oncológicos equivalentes à cirurgia abdominal aberta. Enquanto que no tratamento da miomatose uterina a MIS mostrou-se vantajosa, reduzindo o tempo de internação e as complicações pós-operatórias. No entanto, é importante ressaltar que, no tratamento do câncer cervical, a histerectomia radical minimamente invasiva foi associada a resultados desfavoráveis, como maior incidência de derramamento de células tumorais e carcinomatose peritoneal, bem como pior sobrevida. Em relação ao câncer de ovário, a laparoscopia pode desempenhar um papel significativo na seleção de pacientes para quimioterapia neoadjuvante. Ademais, o desenvolvimento da técnica vNOTES (Vaginal Natural Orifice Transluminal Endoscopic Surgery) também representa um avanço promissor. As técnicas de MIS são eficazes no tratamento de condições ginecológicas. No entanto, é importante destacar que em cenários como no tratamento de câncer cervical há limitações associadas ao uso da MIS. As vantagens das abordagens minimamente invasivas incluem menor tempo de internação, dano tecidual reduzido e menor dor pós-operatória. O desenvolvimento contínuo de técnicas, como a vNOTES, destaca o potencial de inovação nessa área.
Comissão Organizadora
ASSAGO
Comissão Científica
Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
Patricia Brito
Claudia Soeiro
Carlos Henrique
Anderson Gonçalves
Hilka Espírito Santo
assago2017@gmail.com
JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023