DENGUE NA GESTAÇÃO: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO NA AMAZÔNIA LEGAL

  • Autor
  • Jociele Barreto Rodrigues
  • Co-autores
  • Rachel Cardoso Nunes , Arnaldo Ramos de Oliveira Netto , Lucas Eduardo Siqueira , Anna Louise Mota Rocha , Patrícia Leite Brito
  • Resumo
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    Introdução: A dengue é uma das mais relevantes arboviroses no Brasil, sua transmissão é vetorial pela picada de Aedes aegypti fêmeas infectadas. O número de casos é volumoso e se concentra em áreas endêmicas, como nos estados da Amazônia Legal. Nesses locais, grupos populacionais predispostos à dengue grave ficam mais expostos, como as gestantes, que, fisiologicamente, são mais suscetíveis a infecções. O quadro clínico inclui febre alta, dor retro-orbital, mialgia e artralgia, podendo ser fatal em sua forma grave.  Em mulheres grávidas, a infecção predispõe complicações durante a gestação, incluindo abortamento espontâneo, parto prematuro, descolamento prematuro de placenta, pré-eclâmpsia e mortalidade. Logo, o perfil epidemiológico da dengue em gestantes nesta região merece atenção especial, principalmente pelas peculiaridades ambientais e socioeconômicas. Objetivo: Analisar os aspectos epidemiológicos de gestantes com casos notificados de dengue pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação na Amazônia Legal. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico descritivo epidemiológico baseado em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, de 2014 a abril de 2024. Foram consideradas as variáveis: faixa etária, estado de origem da notificação, caso autóctone, evolução e método diagnóstico. Resultados e discussão: Quanto à faixa etária de acometimento, a mais prevalente foi de 20-39 anos (72,9%), e 15-19 (15,1%). Isso pode ser explicado por a maioria das gravidezes estarem concentradas nessas idades. O total de casos de mulheres grávidas notificados durante o período mencionado nos estados pertencentes à Amazônia Legal foi 8.363. O Mato Grosso foi o estado com mais notificações de dengue em gestantes (32,01%), seguido pelo Maranhão (16,10%). Roraima teve o menor número de casos (0,84%). Quanto à origem, foi visto que 49,75% dos casos são autóctones do município de residência, enquanto em 47,72% não houve registro da origem da infecção. É mister relacionar isso com a vasta extensão territorial da Amazônia Legal e suas características climáticas específicas, desafios ao controle e prevenção de doenças transmitidas por vetores. Além disso, a subnotificação ainda é uma questão da saúde pública que impede a análise completa dos diagnósticos. Quanto à evolução, apenas 6.075 foram acompanhadas, cerca de 27,27% não tiveram acompanhamento após o diagnóstico, com o desfecho inconclusivo. Dos casos com desfecho, 99,89% tiveram cura, enquanto 7 pacientes (0,11%) evoluíram para óbito, sendo 4 pela infecção. Esses dados estão diretamente relacionados com a perda de acompanhamento médico após o diagnóstico e a falta de conscientização sobre a gravidade da doença. Em relação ao diagnóstico, cerca de 52,81% das pacientes foram diagnosticadas por dados clínicos e/ou epidemiológicos, 44,53% por exame laboratorial e 2,65% ainda estão em avaliação. Essa prevalência deve-se ao fato dos testes de laboratório não detectarem a dengue nos primeiros dias de sintomas, além do diagnóstico poder ser realizado considerando a clínica da paciente e a epidemiologia da população. Conclusão: Diante disso, analisar o perfil epidemiológico da dengue na gestação é, portanto, imprescindível para saúde pública, necessitando de políticas específicas de prevenção e manejo precoces para esse grupo de risco, em especial, na Amazônia Legal.

  • Palavras-chave
  • Dengue. Gestação. Perfil epidemiológico.
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