“Epidemiologia da morte materna e a dificuldade da qualificação da assistência no Amazonas”

  • Autor
  • LAÍSA GOMES SALVADOR
  • Co-autores
  • RAMON FILIPE MARTINS , JÉSSICA MARTINS FREIRE COSTA , JADE TAUMATURGO MACEDO ENNES , LAZARA GABRIELA OLIVEIRA SILVA , MARIANA GUIMARÃES DE OLIVEIRA CASTRO , RAPHAEL LOPES FERRAZ , RACHEL CARDOSO NUNES , JOCIELE BARRETO RODRIGUES , PIETRO PINHEIROS ALVES
  • Resumo
  • Introdução: Mortalidade materna é definida como o óbito de uma mulher durante a gestação, o parto ou até 42 dias após o parto, excluindo causas acidentais ou incidentais. Podem ser categorizados em causas obstétricas diretas, indiretas e não especificado. No Brasil, a maioria das mortes maternas ocorre por causas obstétricas diretas (60%), sendo a Região Norte com o pior índice. O Coeficiente de Mortalidade Materna (CMM) é um indicador de saúde que reflete a qualidade da atenção à saúde da mulher. Taxas elevadas estão associadas à insatisfatória prestação de serviços de saúde, desde a assistência pré-natal, até a assistência ao parto e ao puerpério. No Brasil, o CMM é classificado como alto (69,7), com seu pior índice na região Norte (86,37). Reduzir a ocorrência de mortes maternas é uma prioridade mundial e a avaliação do perfil epidemiológico das mortes maternas no Amazonas será útil para identificar a população mais suscetível e, promover, assim, melhoraria na assistência. Objetivo: Descrever os óbitos maternos notificados no DataSUS, e identificar o perfil epidemiológico das mulheres envolvidas. Métodos:Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de base populacional de mortes maternas no estado do Amazonas, de 2012 a 2022, que utiliza a fonte DataSUS. As variáveis utilizadas: sociodemográficas (faixa etária, situação conjugal, cor, escolaridade e ocupação ) e variáveis relativas ao óbito (causa da morte materna obstétrica). Resultados: Foram encontrados no período de 2012 a 2022, o registro de 2759 óbitos maternos na região norte do país, 26% no Estado do Amazonas. Desses, 290 óbitos (40,38%) ocorreram na faixa etária de 20 a 29 anos, 248 (34,54%) de 30 a 39 anos, 131 (18,24%) abaixo de 20 anos, e 49 óbitos em mulheres acima de 40 anos. Analisando a situação conjugal, 413 (57,5%) eram solteiras e 113 (15,73%) casadas. Quanto à cor, 499 (69,49%) eram pardas, 98 (13,64%) brancas e 91 (12,67%) indígenas. O perfil de escolaridade mostrou que 326 (45,40%) tinham oito a onze anos de estudo e 155 (21,58%) 4 a 7 anos de estudo. Quanto às causas, 434 mulheres (60,44%) morreram por causas obstétricas diretas, e menos de 40% por causas indiretas. Discussão: Neste estudo, a maioria dos óbitos maternos ocorreu em mulheres jovens, na faixa etária de 20 a 29 anos, sendo a maioria solteira, da cor parda e com oito ou mais anos de estudo. Quanto à situação conjugal, a presença do companheiro tem sido interpretada como possibilidade de maior suporte emocional durante a gravidez e parto está associada a menos mortes. Quanto às causas de mortes maternas, a maioria dos óbitos foi por causa obstétrica direta, sendo distribuídos em complicações da hipertensão, hemorragia, infecções e outras causas que complicam a gravidezz, o parto e o puerpério.   Conclusão: Conclui-se que os óbitos por causas obstétricas diretas podem ser evitados mediante melhoria da assistência às mulheres. Todavia, o cenário da desigualdade social e econômica ainda é presente em países em desenvolvimento, tornando-se ainda mais expressivo quando agregado à complexidade geográfica, como ocorre no Amazonas.

     

  • Palavras-chave
  • DESIGUALDADE SOCIAL; EPIDEMIOLOGIA; MORTE MATERNA.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Epidemiologia e estatística
Voltar
  • Atenção primária
  • Ciência básica e translacional
  • Cirurgia ginecológica e uroginecologia
  • Contracepção
  • Doenças do trato genital inferior
  • Doenças sexualmente transmissíveis
  • Endocrinologia ginecológica
  • Endoscopia ginecológica
  • Ensino e Treinamento
  • Epidemiologia e estatística
  • Ética
  • Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino
  • Ginecologia geral
  • Ginecologia pediátrica e do adolescente
  • Gravidez de alto risco
  • Imagem
  • Mastologia
  • Medicina fetal
  • Multidisciplinaridade
  • Obstetrícia
  • Oncologia ginecológica
  • Qualidade de Vida
  • Reprodução humana
  • Sexualidade

Comissão Organizadora

ASSAGO

Comissão Científica

Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
Patricia Brito
Claudia Soeiro
Carlos Henrique
Anderson Gonçalves
Hilka Espírito Santo

assago2017@gmail.com

JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023