INTRODUÇÃO: No Brasil, o câncer de colo de útero é a 3ª neoplasia mais prevalente entre as mulheres, sendo baixas condições socioeconômicas e atividade sexual precoce exemplos de fatores de risco importantes para entender a epidemiologia da doença. O Papiloma Vírus Humano (HPV) está presente em cerca de 90% dos casos, sendo a lesão causada por ele prevenível com vacinação, esta disponível no SUS para crianças e adolescentes entre 9 a 14 anos e mulheres em estado de imunossupressão, e, somada ao Exame Preventivo Colpocitopatológico, que é efetivo no rastreio desse câncer, são ótimas estratégias no combate dessa malignidade. Portanto, caracterizar a morbimortalidade de pessoas internadas por neoplasia maligna do colo uterino pode ajudar a compreender os efeitos dessa doença na população e as estratégias de saúde necessárias para a redução da mortalidade. OBJETIVOS: O presente trabalho objetiva analisar a morbimortalidade da neoplasia maligna do colo do útero no Estado do Amazonas, comparando com a realidade da região Norte, no período de 2019 a 2023. MÉTODOS: Estudo ecológico de abordagem quantitativa sobre a morbimortalidade por neoplasia maligna do colo do útero, a partir do Sistema de Informação Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponíveis pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) por local de residência do Estado do Amazonas e da Região Norte no período de 2019 a 2023. As variáveis utilizadas foram: internações, média de permanência hospitalar, valor médio gasto por internações, óbitos, taxa de mortalidade e faixa etária e cor/raça dos óbitos registrados. RESULTADOS: Entre os anos de 2019 a 2023 foram identificadas, no Amazonas, 2231 internações por neoplasia maligna do colo de útero, representando 21,6% de todas as internações pela mesma causa na região Norte. Em relação aos óbitos, houve 444 no Estado, que apresentou uma taxa de mortalidade de 19.9 óbitos para cada 100 internações, sendo o primeiro da região Norte, que apresenta taxa de mortalidade de 15.6. Além disso, a faixa etária acima dos 70 anos de idade (37.4) e cor/raça preta (27.6) foram as que apresentaram maiores taxas de mortalidade entre os pacientes internados no Amazonas, valores acima da média da região Norte, que apresentaram, respectivamente, 28.5 e 17.9. Outrossim, a média de permanência hospitalar no Amazonas foi de 8.2 dias – acima da média da região Norte (7.2 dias). CONCLUSÃO: Verificou-se maiores taxas de mortalidade no Estado do Amazonas em relação à Região Norte no período analisado, a diferença é evidenciada também em relação à faixa etária e à cor/raça. Os dados de mortalidade podem remeter a dificuldades de acesso a saúde e ao desconhecimento de cuidados preventivos. Logo, faz-se mister a elaboração de ações sociopolíticas que facilitem o acesso às medidas profiláticas e terapêuticas efetivas nessa população, principalmente aumentando a cobertura da vacinação para todas as mulheres até 45 anos, além de disponibilizar a vacina nonavalente no âmbito público (SUS). Desse modo, haverá a diminuição do número e do tempo de internações, gerando economia para a saúde, e, consequentemente, a promoção do bem-estar da população amazonense.
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023