INTRODUÇÃO:
A sífilis congênita é um indispensável indicador da qualidade de saúde materno-primário de uma região, uma vez que o Treponema pallidum, agente causador da sífilis, é um agravo evitável. Dessa forma, é possível barrar as transmissões: vertical, transplacentária ou no momento do parto, desde que seja realizada a triagem e o tratamento adequados durante a gestação, assim como o diagnóstico precoce nos recém-nascidos; ou, do contrário, o feto terá alta morbimortalidade. Portanto, explorar as principais variáveis relacionadas à sífilis congênita no Estado do Amazonas é imprescindível para o desenvolvimento de estratégias de saúde que visem a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida da população afetada.
OBJETIVOS:
O presente trabalho tem como objetivo estudar os casos confirmados de sífilis congênita no Estado do Amazonas no período de 2018 a 2022, explorando as principais variáveis clínicas e epidemiológicas da doença.
MÉTODOS:
Estudo ecológico com abordagem quantitativa e descritiva dos casos confirmados sobre a sífilis congênita no Amazonas, com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponíveis pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período entre 2018 a 2022. As variáveis utilizadas foram: faixa etária de diagnóstico, faixa etária da mãe ao diagnóstico, escolaridade da mãe, pré-natal realizado, tratamento do parceiro, classificação e evolução da doença.
RESULTADOS:
Entre os anos de 2018 a 2022 foram notificados 2.715 casos de sífilis congênita no Amazonas, com predomínio da faixa etária de diagnóstico da criança nos primeiros 6 dias de vida (97,5%), fator que contribui para que a grande maioria dos casos sejam classificados como sífilis congênita recente (98,2%), além da evolução para um melhor prognóstico em 95,8% dos casos. Ademais, o diagnóstico materno é mais prevalente entre 20 e 29 anos de idade, que representa 53,14% dos diagnósticos maternos, faixa etária que se enquadra a maioria das mulheres em idade fértil. Além disso, 63,86% das mães não possuem ensino básico, fundamental ou médio completo, enquanto 26,5% das mães não realizaram pré-natal e apenas 19,55% dos parceiros sexuais realizaram tratamento para sífilis adquirida.
CONCLUSÃO:
Os dados mostram que a baixa escolaridade e a ausência de pré-natal impactam na continuação de casos de sífilis congênita no Amazonas. Além disso, o percentual reduzido de tratamento dos parceiros sexuais representa risco efetivo
de transmissão do agente causador da sífilis. Essa realidade evidencia a necessidade da realização de mais ações em saúde, de forma intersetorial e multidisciplinar, visando o público-alvo mais afetado, com o intuito de alterar o atual cenário, para que, assim, esse agravo evitável possa ser superado, reduzindo a quantidade de casos de sífilis congênita no estado do Amazonas.
Comissão Organizadora
ASSAGO
Comissão Científica
Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
Patricia Brito
Claudia Soeiro
Carlos Henrique
Anderson Gonçalves
Hilka Espírito Santo
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023