Introdução: A ginecologia e obstetrícia constituem uma vasta área médica voltada para a saúde da mulher. Embora regida por um código de ética, tem-se observado cada vez mais a ocorrência de condutas antiéticas em relação às pacientes, seja de forma direta ou indireta, resultando na violação da sua intimidade feminina durante as consultas ou procedimentos. Notam-se registros na literatura sobre denúncias de violência obstétrica, onde a maioria das queixas constituem casos de humilhação e agressão verbal por parte dos profissionais médicos. Objetivo: Avaliar a atual situação ética na atuação em ginecologia e obstetrícia no Amazonas. Metodologias: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura que visou analisar descritivamente o que estava disponível sobre a temática. Foram utilizados a ferramenta Google Academic e os descritores “Ética”, “Atuação”, “Ginecologia” e “Obstetrícia” alternados pelo operador booleano AND. A pesquisa foi feita em 27/04/2024 considerando os anos de 2020 a 2024. Obteve-se 6.400 resultados, dos quais 3 foram incluídos, pois abordaram especificamente a temática. Resultados: Estudiosos afirmam que a inclusão de discussões sobre o Código de Ética nos programas de formação não é suficiente para garantir o pleno ensino e compreensão do profissionalismo. A complexidade da temática requer que todos os envolvidos no processo de formação estejam ciente de que o profissionalismo é parte integrante da convivência social que legitima a profissão na sociedade, sendo uma das dimensões mais importantes para o exercício profissional. Além disso, estudos apontam que a redução de ações antiéticas em ginecologia e obstetrícia pode ser alcançada através da qualificação desses profissionais, utilizando técnicas clínicas mais modernas e menos invasivas. Isso porque muito praticadas são as ações como toques vaginais desnecessários, repreensão verbal da gestante ao demonstrar dor durante o parto e procedimentos invasivos como episiotomia em partos naturais. Essas condutas vão de encontro aos princípios éticos estabelecidos para a prática médica, em especial no que diz respeito à preservação da integridade e da dignidade do paciente, assegurado pelo código de ética médica. Conclusão: Estudos apontam que há demanda crescente de processos éticos e disciplinares nesta área de atuação, corroborando a necessidade de investimentos educacionais acerca da atuação ética em ginecologia e obstetrícia no Brasil para aprimorar a prática clínica e garantir um atendimento humanizado e respeitoso às pacientes.
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023