Introdução: O tabagismo é reconhecido como um dos principais fatores de risco para a saúde global, afetando não apenas o sistema respiratório, mas também exercendo efeitos adversos em diversos outros sistemas do corpo humano. Entre esses, destaca-se sua influência significativa sobre a fertilidade feminina, um tópico de grande importância clínica e social. Essa revisão sistemática tem como propósito examinar e consolidar as evidências existentes sobre o impacto do tabagismo na fertilidade feminina, abordando aspectos como a qualidade dos óvulos, reserva ovariana, função hormonal, taxas de concepção e desfechos perinatais. Ao fazê-lo, buscamos não apenas aumentar a compreensão científica desse tópico, mas também informar práticas clínicas e políticas de saúde pública voltadas para a promoção da saúde reprodutiva das mulheres. Objetivo Geral: Analisar as evidências disponíveis na literatura científica acerca dos efeitos do tabagismo na fertilidade feminina visando compreender mecanismos associados para orientar práticas clínicas de políticas de saúde reprodutiva feminina Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura. As bases de dados consultadas foram: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Pubmed, Medline e Lilacs. Utilizaram-se os descritores: “Tabagismo”, “Saúde Reprodutiva”, “Fertilidade” e “Infertilidade Feminina”, bem como seus equivalentes em inglês e espanhol, separadas pelos operadores "booleanos"e " ou equivalentes. Os critérios de inclusão foram: artigos em português, inglês ou espanhol, publicados entre os anos de 2019 e 2024. Os critérios de exclusão foram: relatos de caso e artigos indisponíveis de forma gratuita. Resultados: Foram encontrados 422 artigos inicialmente nas três bases de dados pesquisadas: 421 no PubMed, 1 na SciElo e nenhum na Biblioteca Virtual em Saúde. Destes, treze foram selecionados para leitura do texto completo. Após análise minuciosa, revelou-se uma associação clara entre o tabagismo e diversos aspectos adversos da saúde reprodutiva feminina e constatou-se que o tabagismo está associado a uma diminuição significativa na fertilidade, influenciando negativamente a reserva ovariana, a qualidade dos óvulos e a função endometrial. Além disso, observou-se que o tabagismo também aumenta o risco de complicações durante a gestação. Esses achados reforçam a importância da conscientização sobre os impactos do tabagismo na saúde reprodutiva das mulheres, enfatizando a necessidade de intervenções preventivas e educativas. Conclusão: O tabagismo feminino reduz globalmente a fertilidade, com atraso na primeira gestação. Estudos destacam a vulnerabilidade do sistema reprodutivo feminino em relação ao tabagismo, inclusive durante a exposição intrauterina, interferindo na gametogênese e na fertilização. Estas descobertas ressaltam a importância da conscientização sobre os efeitos do tabagismo na fertilidade feminina.
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