As microbiotas da região vaginal é composto por microorganismos diversos que variam entre as duas regiões e de acordo com a genética, etnia, fatores comportamentais e ambientais. Estes impactam no PH da região, e competem com patógenos que podem vir a colonizar a área, portanto, influenciam diretamente na suscetibilidade a doenças infecciosas. Estudos associam a disbiose, um desequilíbrio na quantidade de cepas da microbiota, com maior suscetibilidade a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Este estudo pretende investigar a literatura recente escrita sobre o assunto. Investigar e analisar o impacto da microbiota vaginal na susceptibilidade e resistência às ISTs. O presente estudo apresenta-se como uma revisão sistemática de literatura. A busca de artigos será feita nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), PubMed e Medline publicados de 2015 a 2024, em português e inglês, utilizando a combinação dos seguintes descritores: “microbiota”, “vaginose bacteriana” e “Infecções Sexualmente Transmissíveis” sendo as mesmas palavras utilizadas na tradução para inglês, juntamente com os operadores booleanos “e” e “ou” e no caso da pesquisa em inglês utilizando “and” e “or” sendo os descritores utilizados no título ou no resumo do estudo. Os critérios de exclusão serão artigos com publicação antecedente a 2015, artigos não disponibilizados na íntegra e em outros idiomas. De 16 artigos, 5 se encaixaram nos critérios de inclusão e foram utilizados no trabalho,utilizando a ferramenta AMSTAR-2. Este estudo investigou a relação entre microbiota vaginal e susceptibilidade à ISTs,destacando o risco de infecção por HPV e desenvolvimento de lesões cervicais. Infere-se que a abundância de Lactobacillus spp., fundamentais para o equilíbrio vaginal, é reduzida conforme ocorre o aumento da diversidade bacteriana decorrentes da infecção por HPV e avanço de lesões cervicais. Além disso, a abundância de Actinobacteria aumentou, especialmente em mulheres com câncer cervical. A análise funcional revelou mudanças nos genes relacionados a doenças metabólicas, do sistema endócrino e imunológico. O estudo destaca a importância de biomarcadores bacterianos na detecção precoce e prevenção das lesões cervicais. Constatou-se a relação entre microbiota vaginal e infecção por Trichomonas vaginalis, sugerindo uma associação entre microbiota anormal e maior risco de infecção por T. vaginalis. O estudo recomenda a realização de mais pesquisas longitudinais para entender melhor essa relação. A partir dos achados do presente estudo, pôde-se compreender a complexa interação entre microbiotas e susceptibilidade à infecções, como HPVs de alto risco e Trichomonas vaginalis, bem como seu impacto no desenvolvimento de lesões cervicais. Desse modo, compreende-se que tais associações são essenciais para fundamentar estratégias de prevenção, além de ressaltar a necessidade de pesquisas longitudinais adicionais para uma compreensão mais abrangente desses mecanismos.
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ASSAGO
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Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
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