Introdução: A imunização contra o papilomavírus humano (HPV) é reconhecida por sua capacidade de prevenção contra o câncer cervical e em defesa a lesões que acometem homens e mulheres. Haja vista a implementação do imunobiológico HPV quadrivalente no Calendário Nacional de Vacinação em 2014, é relevante observar os índices de doses aplicadas entre os sexos no Amazonas. Objetivo: Analisar as divergências na quantidade de doses de HPV quadrivalente aplicadas de 2014 a março de 2024 entre os grupos masculino e feminino no Amazonas. Metodologia: Trata-se de um estudo de série temporal com os dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações dispostos no DATASUS. Incluiu-se as variáveis de sexo, faixa etária, ano e município de aplicação. Foi desenvolvida estatística descritiva para tratamento dos dados coletados. Resultados: Foi observado de 2014 a 2017 aumento do número de doses aplicadas em ambos os sexos. De 2018 a 2021 os valores para ambos os sexos reduziram, até alcançar 39.112 doses masculinas e 57.295 femininas. Em 2022 retomou-se o crescimento, atingindo 80.486 doses femininas e aumento de quase 66% das aplicações em adolescentes masculinos em 2023, com total de 113.882 doses. Essa superação de doses prosseguiu no primeiro trimestre de 2024, com 13.258 doses masculinas a mais que as vacinações nas jovens. A faixa etária, entre 2015 e 2023, de maior vacinação feminina foi de 9 anos, com a média aproximada de 31.758 doses. Para a parcela masculina, a faixa de 11 anos esteve em maioria no total de vacinações anuais. Ainda, em 2014 e 2015 Barreirinha e Guajará superaram Manaus com as doses masculinas, com 218 e 341 doses, respectivamente. Nos demais anos, os municípios com menor número de doses para ambos os grupos foram São Sebastião do Uatumã, Itamarati e Juruá. Conclusão: Diante da análise, compreende-se o histórico contrastante entre sexos quanto à vacinação do HPV quadrivalente. A diferença de vacinação masculina até 2023 pode estar associada a possíveis lacunas quanto às campanhas de vacinação iniciais direcionadas aos jovens. Ademais, é possível que a redução do total de doses em ambos os sexos em 2021 esteja relacionada ao período pandêmico, que limitou atenções às demais vacinas. Embora haja em vista o recente aumento da vacinação masculina, nota-se ainda desafios quanto à a baixa quantidade de doses para os dois grupos de jovens em alguns munícipios no interior do estado, translucidado pela baixa registrabilidade de doses até 2017. Portanto, há necessidade de maior atenção científica e da saúde pública quanto ao imunobiológico, com destaque para os municípios do interior. Exemplo disso a ampliação de pesquisas e campanhas para ambos os sexos, para que todos os inclusos na prioridade permaneçam com os valores de imunização necessários.
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