Introdução: Poluentes ambientais são definidos como substâncias que alteram suas propriedades físicas, químicas e biológicas ao serem introduzidos no ambiente. Sua classificação é variada, sendo capaz de gerar impactos negativos na saúde da população e nos ecossistemas. Em especial, a exposição a metais pesados pode gerar danos ao sistema reprodutor feminino, rico em vascularização e mucosas, podendo gerar inflamações e riscos de câncer e infertilidade. Entretanto, a saúde feminina ainda é alvo de estigma no meio de pesquisas acadêmicas, mostrando-se necessário a análise dos efeitos negativos dos poluentes eletromagnéticos a longo prazo e suas consequências na saúde da mulher. Objetivos: Investigar o quadro clínico de pacientes expostas aos poluentes eletromagnéticos em dados secundários; avaliar o índice de infertilidade em pacientes do sexo feminino que tiveram exposição à radiação eletromagnética. Métodos: Esta revisão narrativa teve a sua busca realizada nas bases de dados PubMed, Cochrane e Lilacs, utilizando os descritores "Female Reproductive System", "Environmental pollutants" e "Radiation". Na escolha dos artigos, foram excluídas tanto as revisões bibliográficas quanto os estudos publicados antes de 2010. Como critérios de inclusão, adentraram a pesquisa os artigos compreendidos entre os anos de 2010 e 2024, nos idiomas inglês e português, pertinentes à temática central do estudo. A filtragem contou ainda com o uso do sistema GRADE para a classificação da evidência científica e eliminação de riscos de vieses. Nesse sentido, 28 artigos foram encontrados e analisados a partir do resumo ou abstract no intuito de avaliar a delimitação temática e os pontos mais relevantes de seus desfechos foram considerados para a construção dos resultados. Resultados: Os estudos destacam os efeitos da exposição a metais pesados na saúde reprodutiva feminina. Nesse sentido, investigou-se os impactos do arsênico (As), chumbo (Pb), cádmio (Cd) e outros metais na função uterina, hormônios sexuais e maturação sexual. Descobriu-se que a exposição a arsênico afeta o peso e a morfologia do útero, enquanto o chumbo e o cádmio influenciam os níveis de estradiol, hormônio luteinizante e hormônio folículo-estimulante. Além disso, estudos longitudinais evidenciam que a exposição intrauterina a metais pode retardar o desenvolvimento puberal, afetando a progressão dos estágios de Tanner e a menarca. A análise conjunta dos metais pesados revela associações significativas com a maturação sexual e os níveis hormonais, sugerindo uma vulnerabilidade das jovens à exposição ambiental. Esses achados destacam a importância de entender os efeitos dos metais pesados na saúde reprodutiva feminina e a necessidade de medidas de prevenção e proteção contra a exposição a esses poluentes. Conclusão: Dessa forma, infere-se que a exposição da mulher a poluentes apresenta impactos negativos em suas atividades reprodutivas, como alterações morfológicas no útero, desregulações hormonais e atrasos em seu desenvolvimento, mostrando a necessidade de cuidados e prevenções nessa área a fim de evitar danos a sua saúde.
Comissão Organizadora
ASSAGO
Comissão Científica
Sigrid Maria Loureiro de Queiroz Cardoso
Patricia Brito
Claudia Soeiro
Carlos Henrique
Anderson Gonçalves
Hilka Espírito Santo
assago2017@gmail.com
JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023