Introdução: A mortalidade por vírus da imunodeficiência humana (HIV) no Brasil é uma questão de saúde pública em todo o país, afetando os diversos segmentos da sociedade. Dessa forma, estudar as características epidemiológicas dos óbitos causados pelo HIV no estado do Amazonas é importante, haja vista que, a partir da análise de dados, é possível formalizar políticas efetivas para prevenção desse agravo. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por HIV no Amazonas no período de 2018-2022. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, com dados coletados do ano de 2018 a 2022 por meio do DataSUS. As variáveis utilizadas foram “região de saúde”, “ano de óbito”, “sexo”, “faixa etária”, “escolaridade” e “raça/cor”. Os dados foram analisados e apresentados descritivamente, sendo discutidos conforme a literatura. Resultados: A mortalidade por HIV nas regiões de saúde do Amazonas permanece com um número elevado de casos entre os anos de 2018 e 2022. A região de Manaus, Entorno e Alto Rio Negro ganha destaque dentre as demais. O ano com menor número de mortes foi o de 2019, enquanto o de maior foi o de 2021. Apesar do avanço das políticas públicas para propagação de informações e acesso ao tratamento, ainda há uma linearidade na mortalidade por região do estado. A relação da mortalidade por sexo nas regiões de saúde do Amazonas ganham destaque para o sexo masculino. Esse grupo apresentou 756 mortes a mais que o grupo de mulheres, quando comparado o total de casos no estado. Sendo a região de Manaus, Entorno e Alto Rio Negro a com maior acometimento dos pacientes. É evidente analisar a relação da mortalidade por cor/raça sendo de maior destaque para cor parda. Esse grupo em específico apresentou um equivalente a 1062 óbitos, um número exorbitante em comparação com as demais cores e raças da tabela representada. O padrão do perfil de maior mortalidade por HIV, população de 20 a 59 anos, totalizando 88,8%, permanece o mesmo em todas as regiões de saúde do Amazonas. Isto se dá porque a infecção pelo vírus se relaciona diretamente com a atividade sexual deste grupo, que costuma ser mais elevado. Além disso, os maiores focos deste mesmo grupo estão na região de Manaus, Entorno e Alto Rio Negro. Ao considerar a quantidade de anos de estudo, junto com a divisão das áreas de saúde do Amazonas, é bem notório a associação do ensino médio incompleto com a maior mortalidade por HIV (601), sendo mais que o triplo de mortes comparado àqueles que possuem o ensino médio completo (168). Conclusão: Assim, a partir da análise epidemiológica da mortalidade do HIV no Amazonas, notou-se um aumento linear desde o ano de 2019 e a região de maior incidência são as regiões de saúde em torno da capital. Do mesmo modo, as variáveis mais notórias que puderam ser associadas com a maior mortalidade por HIV na região foram, o ensino médio incompleto, cor parda, idade sexualmente ativa e sexo masculino.
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023