Introdução: As mudanças climáticas exercem impactos significativos na humanidade, incluindo uma notável influência sobre o sistema reprodutor feminino. Os hormônios sexuais, como o estrogênio e a progesterona, desempenham papéis essenciais na regulação de diversas funções metabólicas, que vão desde o humor até a cognição. A adaptação dos órgãos reprodutivos femininos a estímulos físicos ou abióticos pode resultar em modificações nos aspectos endócrinos e histológicos. Além disso, as elevadas temperaturas e os níveis consideráveis de precipitação afetam a umidade, impactando os organismos que habitam esses ambientes e exigindo adaptações estruturais. Portanto, compreender como o sistema reprodutor feminino se adapta aos estresses na região amazônica é crucial para entender as demandas e particularidades locais. Objetivo: O estudo objetiva compreender a fisiologia adaptativa das genitálias femininas após sofrerem estresses em decorrência do clima tropical abrangendo a região amazônica. Metodologia: Esta revisão sistemática teve a sua busca realizada na basePUBmed, aplicando as ferramentas PEDro e AMSTAR-2,utilizando os descritores em ciência da saúde “reproductive health”, “climate change”, “women's health” e “physiology”. Como critérios de inclusão, adentraram a pesquisa os artigos que abrangem a adaptação fisiológica do sistema reprodutor feminino a estresses tropicais, publicados entre 2014 e 2024 e os critérios de exclusão foram tanto os relatos de casos quanto os artigos publicados antes de 2014. Os métodos utilizados para a avaliação de credibilidade foram as ferramentas PEDro e AMSTAR 2. Resultados: A partir dos artigos utilizados, evidencia-se que a região amazônica favorece a existência de estresses tropicais que alteram o sistema reprodutor feminino. Infere-se que as altas temperaturas impactam diretamente na fertilidade devido ainfluência negativa da termorregulação com o plexo pampiniforme, acarretando partos prematuros e recém-nascidos com pesos diminutos. O calor promove a liberação de prostaglandina, o que favorece contrações e desse modo o trabalho de parto precoce. Além disso, tem-se não só o desenvolvimento folicular afetado, como também a alteração na concentração de aminoácidos, ácidos graxos e minerais. As mulheres grávidas são mais vulneráveis, por serem suscetíveis à doença hipertensiva materna e a ruptura placentária. Ademais, devido ao clima úmido amazônico, as transmissões de doenças por vetores aumentam, corroborando em infecções prejudiciais para o desenvolvimento do feto, gerando complicações como anemia materna e fetal e possivelmente um aborto espontâneo. Conclusão: Portanto, a análise dos estudos permite concluir que o clima tropical da região Amazônica influencia significativamente a fisiologia do sistema reprodutor feminino, enfatizando a necessidade de adaptações fisiológicas para enfrentar tais condições climáticas capazes de interferir na saúde reprodutiva feminina. Dessa forma, é imprescindível a realização de estudos acerca dessa temática, a fim de mitigar os efeitos adversos do clima tropical na saúde dessa população.
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023