Introdução: Os hormônios tireoidianos influenciam diretamente o padrão menstrual através do impacto nos ovários e indiretamente através do impacto na secreção de SHBG, PRL e GnRH e nos fatores de coagulação. Tratar a disfunção tireoidiana pode reverter as anormalidades menstruais, e assim, melhorar a fertilidade. Apesar de outros fatores influenciarem a infertilidade feminina, um dos mais importantes é a doença da tireoide não diagnosticada e não tratada, tendo em vista que a prevalência de hipotireoidismo em mulheres em idade reprodutiva é de 2% a 4%. Além dos fatores relacionados à fertilidade, tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo podem ter efeitos adversos na gravidez, em vista que o feto é dependente dos hormônios tireoidianos maternos até a 36ª semana de gestação. Objetivos: Analisar e identificar os distúrbios da tireoide que interferem na fertilidade e nos resultados da gravidez, em publicações nacionais e internacionais, com a finalidade de construir um mapeamento do pensamento científico multidisciplinar sobre a temática. Metodologia: Foi conduzida uma revisão integrativa, com critérios de inclusão voltados para artigos publicados entre 2019 e 2024, acessados através da base de dados PubMed aplicando-se os descritores "Thyroid disorders", "Fertility" e "Pregnancy". Para a melhor escolha de artigos, foram selecionados 15 artigos no idioma inglês, com auxílio das ferramentas PEDro e AMSTAR-2, no qual 4 foram excluídos por não se encaixarem no tema. Resultados: Os distúrbios da tireoide estão diretamente relacionados com a infertilidade em mulheres em idade reprodutiva, aborto espontâneo e complicações fetal-maternas, tendo em vista que a regulação hormonal da tireoide é fundamental para a ovulação e implantação do embrião. Dessa forma, observou-se que dentre os principais distúrbios, o hipotireoidismo esteve presente na maioria dos casos de infertilidade, mortes fetais intrauterinas e prematuridades. Além disso, infere-se que os níveis elevados de TSH materno aumentam a probabilidade de prematuridade e Síndrome de angústia respiratória nos neonatos. Destaca-se que os hormônios tireoidianos são fundamentais para o desenvolvimento neurocognitivo da criança, especialmente no primeiro trimestre da gravidez. Sendo assim, a intervenção precoce em casos de distúrbio de tireoide é capaz de melhorar a taxa de fertilidade e evitar complicações fetais e prematuras.Conclusão: Conclui-se que os distúrbios da glândula tireoide representam um desafio significativo durante a gravidez com potenciais impactos adversos na saúde materna e fetal. Logo, o diagnóstico precoce e um tratamento adequado são essenciais para minimizar as complicações e garantir uma gestação saudável tanto para a gestante quanto para o feto. Diante dessas informações, é necessário que os profissionais de saúde estejam preparados para essa demanda, adotando medidas preventivas adequadas para a minimização dos riscos maternos-fetais.
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