NTRODUÇÃO: A malária é uma doença infecciosa, de transmissão vetorial, associada ao protozoário Plasmodium, que atinge principalmente regiões tropicais. No Brasil, a incidência na Região Amazônica é elevada, sendo uma doença de alerta em gestantes por elevar a mortalidade diante da imunossupressão associada a esse período da mulher. OBJETIVOS: Descrever o cenário da Malária em gestantes do Estado do Amazonas nos anos de 2021 a 2023 e realizar uma reflexão do impacto da doença nessa população. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo de base populacional e quantitativo, baseado em dados secundários, obtidos do banco de dados do DATASUS, Ministério da Saúde do Brasil, por meio de casos confirmados notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram avaliados os 04 municípios do Estado do Amazonas com maior incidência de gestantes com malária, no período de 2021 a 2023. A variável estudada foi o número de casos em gestantes por município. Utilizou-se o programa Excell para elaboração das tabelas e avaliação dos resultados. Não houve submissão ao CEP, segundo a resolução 466/2012. RESULTADOS: O Estado do Amazonas apresentou 206 casos de gestantes com malária nos anos de 2021, 2022 e 2023, com diminuição progressiva das notificações, 43,69% (n=90); 29,61% (n=61) e 29,70% (n=55), respectivamente. Os municípios com maior incidência no período do estudo foram: Manaus com 48,54% (n= 100) casos; São Gabriel da Cachoeira 18,93% (n= 39); Humaitá 4,37% (n= 9) e Barcelos 2,43% (n=5), outros municípios contabilizaram 25,73% (n=53). A cidade de Manaus, capital do Estado Amazonas, apresentou queda significativa entre 2021 e 2022, de 47% (n=47) para 26% (n=26), mantendo 27% (n=27) em 2023. Já São Gabriel da Cachoeira obteve queda de 46,15% (n=18), em 2021, para 10,25% (n=4) em 2023. Em Humaitá observou-se linearidade das notificações, 2021 com 55,56% (n=5); 2022, 22,22% (n=2); e 2023, 22,22 % (n=2). Por fim, Barcelos teve 6 registros em 2021 e 2022, sem nenhum caso em 2023. A malária em gestantes determina complicações obstétricas e neonatais e aumenta o risco de evolução para quadros graves da doença, sendo um problema de saúde pública em regiões endêmicas, como o Amazonas. Com isso, necessita de um olhar diferenciado por parte das unidades de saúde, tanto na Atenção Primária quanto níveis mais complexos de atendimento, para que essas mulheres tenham acesso e acompanhamento devido. Acresce-se que deve haver gerenciamento adequado por parte dos gestores, no que tange prover diagnóstico, tratamento e transferências em tempo hábil. CONCLUSÃO: Diante do impacto na saúde da gestante e do neonato, e na família envolta dessa mulher, faz-se necessário melhorar as políticas públicas para a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença nesse público, evitando os desfechos gestacionais negativos.
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ASSAGO
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JORNADA AMAZONENSE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 2023